domingo, 31 de agosto de 2014

‘Humanitarismo’ de Putin é pára-vento
da invasão da Ucrânia

Vladimir Jirinovsky discursa sob o olhar comprazido de Putin
“Temos de atacar a Polônia e os Estados bálticos nos lugares em que há mísseis e aeronaves da OTAN.

“Não podemos permitir que um avião decole e ataque a Rússia, por isso temos de atacar primeiro e impedir com meia hora de antecedência qualquer movimentação de aeronaves. E para certificarmos, faremos bombardeio de saturação.

“A América não é uma ameaça, mas os estados anões da Europa cessarão de existir. Eles serão varridos.

“E então a OTAN terá de nos implorar por negociações, caso contrário daremos a eles novamente um Maio de 45.”



Estas delirantes ameaças foram formuladas por Vladimir Jirinovsky vice-presidente da Duma, o Parlamento russo sempre submisso à vontade do chefe do Kremlin.

Elas foram emitidas durante uma entrevista a uma rede de televisão russa em 08/08/2014 e traduzidas pelo geopolítico americano Jeffrey Nyquist.

Vladimir Jirinovsky não pertence ao partido “Rússia Unida” de Vladimir Putin. Ele tem seu próprio partido, que ostenta um nome de tapeação: Partido Liberal Democrata da Rússia (LDPR) e possui a terceira maior bancada da Duma.

Na realidade, ele é porta-voz das bravatas nacionalistas mais extremadas. Aquelas que por cautela o senhor do pensamento único da “nova URSS” não pronuncia, mas que gosta de ver que outros o façam.

Jirinovsky aquece o nacionalismo do qual vive Vladimir Putin, mas suas palavras devem ser tomadas com cautela e desconfiança.

Enquanto escrevo as presentes linhas, diversas fontes informativas da Internet, entre elas o jornal espanhol “El Mundo”, noticiam que o secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, em entrevista ao jornal alemão “Süddeutsche Zeitung”, fez esta clara advertência a Putin:

“Todo potencial agressor deve saber que, ao atacar um aliado da OTAN, não encontrará somente os soldados do país em foco, mas também tropas da OTAN”, disse segundo “El Mundo” de Madri. 

Segundo ainda “El Mundo”, a OTAN prepara unidades de intervenção imediata na Polônia, Estônia, Lituânia e Letônia, para “possibilitar uma intervenção mais rápida caso necessário”, considerando as ameaças da Rússia aos países vizinhos.

“Em caso de agressão, poderíamos intervir em questão de horas”, acrescentou Rasmussen.

A Lituânia havia solicitado o incremento da presença da aliança atlântica em seu país, em face da provocativa movimentação de tropas russas perto de sua fronteira.

No sul, “duas naves da OTAN vão entrar no Mar Negro no dia 3 de setembro, o destrutor americano ‘USS Ross’ e a fragata francesa ‘Commandant Birot’”, noticiou contrariada a agência moscovita RiaNovosti.

Aperto de mãos de Putin na reunião de Minsk não convenceu ninguém.
Aperto de mãos de Putin na reunião de Minsk
não convenceu ninguém.
O presidente Obama, por sua vez, responsabilizou a Rússia pela guerra na Ucrânia e acusou Putin de “mentir”, segundo informou o site 20minutes.fr.

No front ucraniano a hipocrisia deixou lugar ao cinismo. As últimas aparências de credibilidade dos líderes do Kremlin caíram por terra após Putin enviar um “comboio humanitário” como cortina de fumaça para a invasão militar que faria em seguida à Ucrânia e negar o ingresso de tropas russas nesse país apesar da prisão de mais de dez pára-quedistas russos em seu território.

Estes foram exibidos à imprensa mundial e Moscou qualificou o fato como apenas um “equívoco”.

A OTAN reconheceu finalmente como indubitável a participação de unidades do exército russo em ações de guerra na Ucrânia.

Vladimir Putin revidou ameaçador: “Eu quero vos lembrar que a Rússia é líder em poder nuclear”, segundo informou o jornal ingês “The Telegraph”.

PPego numa série de imoralidades e falsidades de envergadura, o líder da “nova URSS” respondeu acenando com o crime máximo do extermínio nuclear.

A “sinceridade humanitária” e a “autenticidade familiar e cristã” de Putin ficam evidenciadas quando ele é flagrado em manifestos embustes.

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