domingo, 22 de fevereiro de 2015

Perto do não-retorno: autoridades comparam o acordo de Minsk com Putin ao de Munique com Hitler

General Philip Mark Breedlove, comandante supremo da OTAN  deplora 'derrotismo' de Angela Merkel.  “Nós podemos tornar tão cara a batalha que forçaria Putin a arredar”
General Philip M. Breedlove, comandante supremo da OTAN
deplora 'derrotismo' de Angela Merkel.
“Nós podemos tornar-lhe tão cara a batalha
que Putin teria que arredar”


Cresce a fratura entre a Europa e os EUA de um lado e a Rússia do outro a propósito da Ucrânia, escreveu “The Telegraph” de Londres.

A fratura está se ampliando após os fajutos acordos de Minsk que parecem destinados a não só não serem cumpridos, mas servirem de plataforma para novas provocações invasoras da Rússia.

No meio das conversações na capital da Bielorrússia, importantes figuras do governo americano passaram a comparar as iniciativas da chanceler alemã Angela Merkel e do presidente francês François Hollande com as frustradas tentativas de apaziguar Adolf Hitler nos prolegômenos da II Guerra Mundial.

O supremo comandante militar da OTAN, general Philip Breedlove, e a mais experimentada diplomática americana em assuntos europeus Victoria Nuland, rotularam Angela Merkel de “derrotista” pela sua oposição a armar Ucrânia, escreveu o jornal alemão “Bild”.

As conversações dos dois líderes europeus com a Rússia foram desqualificadas na reunião da Conferencia de Segurança de Munique.

O senador americano John McCain as comparou com o Acordo de Munique de 1938 entre Neville Chamberlain, primeiro ministro inglês, e o Führer Adolf Hitler, senhor todo-poderoso da Alemanha nazista que acabava de anexar pela força os Sudetos.


O primeiro ministro britânico Neville Chamberlain fez concessões inaceitáveis a Adolf Hitler em 1938 para 'obter a paz'. De fato preparou a guerra
O primeiro ministro britânico Neville Chamberlain
fez concessões inaceitáveis a Adolf Hitler em 1938
para 'obter a paz'. De fato preparou a guerra
“A história ensina que os ditadores sempre querem mais quando você cede”, disse o senador McCain. “Eles não serão dissuadidos de sua conduta brutal se você vai visita-los a Moscou – precisamente como os líderes fizeram já uma vez”.

Segundo Putin, as conversações de Minsk entre Merkel, Hollande, o presidente ucraniano Poroshenko e ele próprio, só chegariam a uma aplicação concreta se os líderes aceitavam um “certo número de pontos” por ele ditados. Putin reafirmou essa posição pela TV russa. E parece ter obtido o que queria.

“Nós não poderíamos fornecer todas as armas que Ucrânia precisa para derrotar à Rússia” explicou o general Breedlove.

“Mas nós podemos tornar tão caro o preço a pagar nos campos de batalha que forçariamos Putin a arredar”, acrescentou.

Frank-Walter Steinmeier, ministro alemão das relações exteriores tentou defender a posição da chefe do governo de seu país. Mas, diante da complexidade dos problemas suscitados pelas críticas acabou perguntando:

“Será que nós já estamos perto do ponto de não retorno?”

Enquanto Merkel e Hollande “dialogavam” em Moscou com Putin, o jornal “Le Figaro” de Paris revelava que o ministro francês da Defesa Jean-Yves Le Drian havia ironizado sobre a “presença intempestiva” de aviões militares russos nas costas francesas e britânicas nos últimos dias de janeiro (2015).

“Eu constatei que eles vieram passear por razões que ignoro perto de nosso litoral”, declarou levianamente a I-Télé, Le Monde e Europe 1.

Tropas russas estão intervindo diretamente nos combates
na área de Debaltseve, denunciou o comandante
do Exército dos EUA na Europa
Interrogado se a força aérea francesa tinha agido, o ministro do gabinete socialista repetiu irritado: “nós lhes fizemos saber que eles deviam se retirar. Eles não ficaram muito tempo”.

Em 29 de janeiro (2015), o embaixador da Rússia no Reino Unido foi convocado ao ministério britânico das Relações Exteriores para dar explicações sobre as manobras de aeronaves russas perto do espaço aéreo britânico.

Esses aviões não chegaram a violar o espaço aéreo inglês, mas foram escoltados por caças Eurofighter Typhoon da Real Força Aérea (RAF) durante todo o tempo que giraram por perto, disse um porta-voz do Foreign Office.

Enquanto transcorria a última rodada de “diálogo” em Minsk, o comandante do Exército dos EUA na Europa, tenente general Ben Hodges declarou em entrevista de imprensa que as tropas russas estavam participando diretamente nos combates na área de Debaltseve no leste ucraniano.

O exército ucraniano teve que se retirar de Debaltseve sob a violência do bombardeio pro-russo que deixou a cidade em ruínas.

O general Hodges havia acrescentado que se a ofensiva russo-separatista atingia seus objetivos nesse local, ela se voltaria contra a estratégica cidade de Mariupol.

O general Hodges sublinhou que os assim chamados separatistas de fato são “militares muito achegados” ao presidente da Rússia.

Veja a entrevista do comandante do exército americano na Europa:




Exército ucraniano se retira de Debaltseve.
Pro-russos obedientes a Putin ignoram o cessar fogo de Minsk. Escalada é previsível:




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