terça-feira, 19 de maio de 2015

Encruzilhada lembra o pré-II Guerra Mundial,
aponta professor da Califórnia

Descendo do avião o premier britânico Neville Chamberlain exibe como um vitória o tratado da capitulação em Munich (1938), grande prólogo da mais mortífera guerra mundial
Descendo do avião o premier britânico Neville Chamberlain
exibe como um vitória o tratado da capitulação em Munich (1938),
grande prólogo da mais mortífera guerra mundial
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




“Vivemos o nosso momento histórico de grande perigo”, escreveu na “National Review” o historiador Victor Davis Hanson.

Hanson leciona História Clássica na Universidade do Estado da Califórnia, em Fresno, e considera que Obama e os líderes europeus estão repetindo os erros de seus predecessores na década de 1930 em face da II Guerra Mundial que se anunciava no horizonte.

Prof. Victor Davis Hanson
Prof. Victor Davis Hanson
Segundo Hanson, a II Guerra, a mais mortífera da História, foi causada por um conjunto de fatores materiais e por imprevidências culposas que hoje estão se repetindo.

1) A crise econômica mundial, conhecida como a Depressão dos anos 30, favoreceu o desenvolvimento de tendências radicais no mundo, como o comunismo da União Soviética ou o nazismo hitlerista.

2) Enquanto os EUA adotavam o isolacionismo, a União Soviética colaborava com o III Reich e buscava alianças no mundo, como com a Itália e o Japão.



3) Os anos 30 assistiram também a um antissemitismo em ascensão.

Para o Prof. Hanson, esses fatores estão se repetindo e soam hoje como deprimentemente conhecidos:

Putin, o Estado Islâmico e o Irã partilham o desejo de atacar e o ódio do Ocidente
Putin, o Estado Islâmico e o Irã partilham
o desejo de atacar e o ódio do Ocidente
1) A crise financeira global, iniciada em 2008, cria campo propício para movimentos populistas extremistas.

2) Após as guerras do Iraque e do Afeganistão, os EUA foram se fechando sobre si mesmos.

3) Monstros pré-modernos saltaram para o centro do cenário. O Estado Islâmico com seu califado é o exemplo mais estridente.

4) Vladimir Putin ataca seus vizinhos na Ossétia, na Crimeia e no leste ucraniano, numa crua imitação das anexações hitleristas da Áustria, dos Sudetos e da Polônia.

O mais grave é que a resposta ocidental a tudo isto é semelhante à dos anos 30.

A OTAN está aterrorizada, pensando no próximo ataque de Putin, provavelmente contra algum país báltico. E a paralisação da OTAN faz temer uma implosão dessa nobre aliança.

Os EUA saem do Oriente Médio, foram postos para fora da Líbia, não garantiram as posições anunciadas no caso da Síria, e os marines abandonaram sua embaixada no Iêmen.

A Europa não tem coragem de falar com firmeza ao Irã, e como em Munique em 1938, tenta atrai-lo com concessões, para que não fabrique a bomba atômica.

Um surpreendente Leviatã está em gestação
Hanson desfaz uma objeção: na aparência, Putin, o Estado Islâmico e o Irã têm poucos pontos em comum, logo não é de se temer um Leviatã.

Mas ele responde dizendo que nos anos 30 tampouco parecia que a Alemanha, o Japão e os países que depois formaram o Eixo, tivessem muitos interesses em comum.

Porém, todos eles partilhavam o desejo de atacar um vizinho e odiavam o sistema político-social e econômico do Ocidente baseado na propriedade privada e na liberdade.

A experiência dos anos 30, segundo o professor, deveria nos convencer de que aqueles que odeiam nosso sistema de vida ocidental acabarão se unindo contra nós no momento decisivo.

O exemplo dos anos 30 deveria nos convencer de que o isolacionismo americano e o pacifismo europeu não são garantia alguma contra a guerra.

Terroristas islâmicos ou não, e governos-bandidos mais ou menos comunistas ou autocráticos nos espreitam. Quando acharem que chegou a oportunidade, não a deixarão passar.



Jatos Eurofighter Typhoon britânicos acompanham movimentos de bombardeiro russo, de onde foram tiradas as imagens:




A guerra do gás: Bruxelas formaliza queixa contra a Gazprom por abuso de posição dominante no mercado:



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