domingo, 29 de novembro de 2020

Russos falsificam dados de sua vacina de modo “criminoso”, diz cientista

Sputnik V mal foi testada mas Putin garante que é a melhor
Sputnik V mal foi testada mas Putin garante que é a melhor
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A guerra psicológica russa acha útil que o Kremlin apareça liderando a corrida para produzir a vacina contra o Covid.

O nome da vacina excogitada é Sputnik V e evoca a era da corrida espacial soviética. Segundo Putin a vacina teria feito bem a uma de suas filhas que até então pouco se sabia de sua existência.

Putin anunciou pomposamente: “esta manhã, pela primeira vez no mundo, foi registrada uma vacina contra o novo coronavírus. Sei que é bastante eficaz e dá imunidade duradoura”, registrou Francetvinfo.

A Sputnik V foi testada em mais 76 pessoas, disse Putin, e apenas com isso se teria tornado muito popular em Moscou.

Russia vem maquiando números da pandemia
Russia vem maquiando números da pandemia
Em uma onda patriótica, celebridades, jornalistas, cantores e políticos posaram nas câmeras para mostrar sua confiança na nova Sputnik.

E a vacinação popular teria começado enquanto os ensaios clínicos não terminavam e com estoques insuficientes. A notícia não parece séria, mas serve à propaganda internacional moscovita.

Os russos publicaram seus resultados na revista científica The Lancet. Mas cientistas como a epidemiologista Dominique Costagliola, notaram detalhes suspeitos nos gráficos, para dizer o mínimo.

“Isso sugere que houve manipulação dos dados”, disse ela. “alteraram os números. Isso é algo absolutamente inaceitável, criminoso, para mim”, completou.

Na Argentina, o presidente Alberto Fernández se apressou a anunciar que a Argentina adquiriria 25 milhões de doses dessa vacina suspeita.

Porém, essa não superou a fase 3 de prova, não tinha aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) nem da Administração de Medicamentos e Alimentos dos EUA (FDA) nem da Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia (ANMAT) na Argentina, segundo “La Nación”.

Em poucos dias a vacina russa gerou polêmica na própria Rússia onde as sondagens registravam 59% de oposição popular, contrariando a propaganda oficial.

Carla Vizzotti, viceministra da Saúde, liderou missão argentina para comprar 25 milhões de doses da Sputnik V, e gerou pânico
Carla Vizzotti, viceministra da Saúde,
liderou missão argentina para comprar
25 milhões de doses da Sputnik V, e gerou pânico
Professores e médicos russos, que estavam entre os primeiros grupos para serem vacinados, iniciaram os protestos.

O Sindicato dos Professores recusou a obrigatoriedade de receber a Sputnik V por causa da incerteza sobre sua eficácia e consequências.

Uma pesquisa a 3.040 médicos e especialistas da saúde russos publicada pelo jornal catalão “La Vanguardia”, mostrou que 52% desses profissionais não desejam ser vacinados com a Sputnik V.

Os partidários de Putin alegaram que os estrangeiros tem “ciúme” do sucesso da ciência russa.

Na Argentina, o pânico correu como um incêndio.

A Dra. Daniela Hozbor, diretora de grupo do Laboratório Vacsal da Universidade Nacional de La Plata e investigadora principal do CONICET, maior instituto oficial científico, declarou a “La Nación” que os voluntários russos ainda estão sendo recrutados. 

O presidente Fernández deu marcha ré às presas e garantiu que a missão enviada à Moscou foi meramente informativa e compromisso algum de compra foi assinado. 

Putin garante que uma filha tomou e passa bem, mas 52% dos médicos russos não querem ser vacinados com ela
Putin garante que uma filha tomou e passa bem,
mas 52% dos médicos russos
não querem ser vacinados com ela
Mas seu chefe de gabinete insiste que a russa vai ser comprada porque a opção não é “ideológica”, embora as evidencias falem em contrário.

O conceito geral na Argentina é que a viagem foi exploração matreira da pandemia pelo governo que se joga nos braços estendidos por Moscou. 

O Kremlin sabe que os nacionalistas argentinos estão sempre prestes a cair neles.

O Governo argentino reconhece que a população não confia na vacina russa. 95,8% da população acha seguro se vacinar, mas o temor é com as fórmulas moscovitas que acostumam ser deploravelmente falhas, escreveu “La Nación”.

Moscou insiste que sua vacina tem 95% de eficácia e começou a oferece-la pela metade do preço das concorrentes, embora os resultados apresentados sejam apenas preliminares e inconcludentes, segundo a agência francesa AFP

Assim Moscou se autoposicionou no nível dos resultados clínicos completos a grande escala da vacina da americana Pfizer/BioNTech.

O que há de verdade em tudo isso?

Uma coisa é certa: para a Rússia de Putin, como para a falida URSS, o que interessa é ganhar a guerra da informação, conte a mentira que contar.


2 comentários:

  1. Deus, salve-me do Putim

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  2. Fuhrer boçal BolsoNero a quer por desespero para não comprar a vacina do heroico governador Doria. Isso que dá por um maluco na presidência.

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