domingo, 19 de fevereiro de 2017

Guerra híbrida russa
mira Lituânia, Ucrânia, França e Alemanha

Civis treinam para lidar contra seudo insurgentes teleguiados desde Moscou
Civis treinam para lidar contra insurgentes teleguiados desde Moscou
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





“Carece de todo senso imaginar nos invadir: nós não nos renderemos jamais!”, afirmou peremptoriamente Dalia Grybauskaité, presidente da Lituânia. O povo lhe pede segurança acima de tudo, segundo recolheu FranceTV. 

O povo lituano é diminuto em população e território, mas não carece de bom senso e coragem.

Por isso, não leva a sério as declarações distensionistas que o Ocidente engole e teme positivamente a invasão russa. A Lituânia tem fronteira com o supermilitarizado enclave russo de Kaliningrado.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

“Washington será nossa”:
a comemoração do Kremlin

No centro de Moscou cartazes promoviam a candidatura de Donald Trump.
No centro de Moscou cartazes promoviam a candidatura de Donald Trump.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Uma estranha comemoração teve lugar em Moscou na inauguração da presidência de Donald Trump. Com champagne e festejos o Kremlin marcou a data festiva daquele que em teoria deveria ser seu maior oponente.

“É estranho, mas é ótimo, pela primeira vez os russos estão aplaudindo a vitória de um candidato presidencial dos EUA”, comentou o analista político Stanislav Byshok, citado pelo “New York Daily News”.

As promessas de Trump alimentam o otimismo russo, malgrado a recente manutenção das sanções pela invasão ilegal da Crimeia, a ocupação do leste da Ucrânia, a oposição militar na guerra na Síria e a interferência da Rússia na eleição presidencial.

O primeiro ministro russo Dmitry Medvedev foi dos primeiros a comemorar no Facebook.

Perto do Kremlin, nacionalistas russos montaram na sede dos Correios de estilo típico soviético um tríptico de Putin, Trump e a líder do Front National francês Marine Le Pen.

Vladimir Putin foi exibido na tela erguendo a taça de champagne e tendo a seu lado a política francesa Marine Le Pen.

A festa foi organizada pela TV Tsargrad, dirigida pelo ideólogo ultraputinista Alexander Dugin e foi partilhada por uma centena de nacionalistas russos admiradores de Trump.

Trumpomania fabricada no Kremlin: em Moscu a ativista putinista Maria Katasonova durante entrevista de imprensa.
Trumpomania fabricada no Kremlin: em Moscu
a ativista putinista Maria Katasonova durante entrevista de imprensa,
ostenta o tríptico Putin-Le Pen-Trump
“Sim, é uma festa”, disse o sorridente Dmitry Rode, empresário das comunicações com a taça na mão.

Alguns dos presentes usavam máscaras de Guy Fawkes em alusão aos hackers russos que teriam interferido nas eleições.

“Estou feliz por todos os hackers russos”, explicou o profissional Filip Nikolsky que usava uma camiseta com o dizer “Você foi hackeado”.

Numa boate moscovita várias dúzias de pessoas brindaram pela vitória de Trump. O cantor Willi Tokarev, uma lenda da música russa, entoou sua canção “Trumplissimo America!”

Leonid Slutsky, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Duma, também comemorou porque com Trump Moscou pode aguardar dias melhores.

No World Economic Forum de Davos, na Suíça, Igor Shuvalov, representante do primeiro ministro russo anunciou que Trump e Putin trabalharão juntos para resolver o caso da Ucrânia, que para o chefe do Kremlin só se resolve com uma vitória russa virtualmente incondicional.

Para o dissidente Gennady Gudkov, a Rússia está atacada por uma estranha “Trumpomania” insuflada pela mídia dependente do Kremlin, reproduziu a CNBC.

Medalhas comemorativas em ouro e prata com os dizeres “In Trump We Trust”, parafraseando o dólar, foram emitidas em Zlatoust, cidade no leste de Moscou.

Os vendedores das tradicionais matrioscas, ou boneca russa, brinquedo tradicional composto por uma série de bonecos colocados uns dentro dos outros, passaram a acrescentar o de Donald Trump.

Putin,Trump e Lenine, nas matryoshkas de venda popular.
Putin,Trump e Lenine, nas matryoshkas de venda popular.
Ela era vendida com junto com a de Vladimir Putin, e as de Vladimir Lenine, Josef Stalin e Mikhail Gorbachev.

“A eleição de Trump gerou um entusiasmo enorme porque suas cálidas palavras sobre a Rússia e Putin passaram a esperança de que os EUA e o Ocidente cessariam de atacar a Rússia”, disse Sergei Markov, ex-advogado pro-Putin, que glosava a vulgata do Kremlin.

Porém, ele fez uma ressalva: “nós russos estamos otimistas, mas estamos nos preparando para o pior” em alusão à possível III Guerra Mundial.

Konstantin Rykov, ex-advogado pro-Putin e promotor do evento saudou o início da primeira fase de uma “Nova Ordem Mundial”.

No que é que consiste esse substituo da odiada antiga “Ordem Mundial” globalista?

Rykov respondeu com poucas palavras: “Washington será nossa”.



domingo, 5 de fevereiro de 2017

“Exército fantasma” russo age hoje na Síria.
Agirá amanhã no Brasil?

Mercenários russos em foto capturada pelo Estado Islâmico.
Mercenários russos em foto capturada pelo Estado Islâmico.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A Rússia aplicou na Síria uma velha tática para exterminar friamente as forças adversárias: apelou para bandos de mercenários sem relação com o quadro do conflito, escreveu “La Nación” de Buenos Aires.

Por exemplo, o major Sergei Tchupov oficialmente nunca fez parte dos efetivos militares russos enviados à Síria.

Veterano do Afeganistão e experimentado no esmagamento da Chechênia, ele era membro da 46ª Brigada do Ministério do Interior russo, encontrou a morte atacando Aleppo.

Seus amigos revelaram os fatos básicos nas redes sociais. Mas a lápide de sua tumba num cemitério de Moscou diz outras coisas.

Tchupov foi um “cão da guerra”: um das centenas de militares russos que agem como mercenários contratados por sociedades privadas, em estreita dependência do Kremlin, e no caso com o governo de Assad.

As baixas russas como a de Tchupov são difíceis de calcular, pois na Rússia de Putin ninguém pode saber o que lhes aconteceu, explicou o jornal.

Mas há os que sobreviveram e podem contar algo, como Vitaly “Prizer”, treinado nas forças especiais da polícia política FSB (ex KGB), de onde saiu para uma “nova vida militar” no Iraque, no golfo de Aden e no Oceano Índico.