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Europa começou a se rearmar para se defender da Rússia, mas talvez seja tarde demais |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A Comissão Europeia, cúpula da UE, lançou o “Livro Branco sobre a Defesa Europeia e plano ReArm Europe/Prontidão 2030” para os cidadãos se munir de um kit de emergência e sobreviver 72 horas em caso de guerra com a Rússia ou outra tragedia.
A UE avisa que a Europa “está enfrentando uma nova realidade” desde a invasão russa da Ucrânia.
“Devemos nos preparar para a possibilidade de agressão armada” afirma o plano para as famílias suportar os três primeiros dias armazenando água, alimentos, medicamentos, dinheiro vivo, uma rádio, óculos, fósforos, canivetes, lanternas até que chegue a ajuda externa.
Os estados-membros estão aumentando drasticamente os gastos militares.
O comunicado que anuncia oficialmente o “Livro Branco sobre a Defesa Europeia e plano ReArm Europe/Prontidão 2030” acrescenta “Citações” dos líderes europeus para os cidadãos refletir sobre os novos horizontes.
Eis eles:
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia:
“A era do «dividendo da paz» acabou há muito.
“A arquitetura de segurança que utilizámos já não pode ser considerada como um dado adquirido.
“A Europa está pronta para assumir as suas responsabilidades. Importa investirmos na defesa, reforçarmos as nossas capacidades e adotarmos uma abordagem proativa em matéria de segurança. Estamos a tomar medidas decisivas.
“Apresentámos um roteiro «Prontidão 2030» que prevê um aumento dos gastos em defesa e investimentos importantes nas capacidades industriais de defesa europeias.
“Temos de comprar mais na Europa porque isso significa reforçar a base tecnológica e industrial da defesa europeia e significa estimular a inovação, criando um mercado à escala da UE para equipamentos de defesa”.
Kaja Kallas, alta representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e vice-presidente da Comissão:
Kaja Kallas: Rússia é ameaça de guerra para Europa
“O nosso investimento na defesa demonstra a forma como valorizamos a nossa defesa.
“E, nas últimas décadas, não lhe atribuímos um valor suficientemente elevado. Temos de gastar mais.
“Ao mesmo tempo, o valor acrescentado da nossa cooperação é inestimável.
“Dá-nos uma vantagem competitiva que não tem comparação em nenhuma parte do mundo.
“No nosso Livro Branco sobre a Defesa Europeia — Prontidão 2030 definimos formas concretas de alcançar esse objetivo.
“Quer se trate de dar apoio à Ucrânia, de colmatar as nossas próprias lacunas em termos de capacidades ou de defender um mundo que não se deve reger pela lei do mais forte, teremos sempre mais força em conjunto”.
Andrius Kubilius, comissário da Defesa e Espaço da UE:
“Este pacote «Defesa», que inclui o Livro Branco sobre a Defesa Europeia e o plano ReArm Europe/Prontidão 2030, constitui um momento decisivo para a nossa União.
“A Europa já não se pode dar ao luxo de ser um mero espetador quando se trata da sua própria segurança.
“Devemos ocupar-nos da nossa própria defesa, reforçando os nossos compromissos em matéria de segurança coletiva e mantendo-nos firmes contra aqueles que procuram questionar a nossa soberania.
“Não se trata apenas do reforço militar, mas da nossa prontidão, da nossa autonomia estratégica e do futuro da Europa enquanto protagonista mundial”.
Valdis Dombrovskis, comissário da Economia e Produtividade, Simplificação e Execução da UE:
“O mundo mudou e a Europa tem de mudar com ele.
“A nossa segurança e a nossa prosperidade estão interligadas e ReArm Europe/Prontidão 2030 é o nosso plano para reforçar ambas.
“Propomos hoje ativar a cláusula de derrogação de âmbito nacional como medida temporária, coordenada e direcionada para impulsionar os investimentos na defesa a nível nacional e da UE.
“Serão concedidas facilidades aos países da UE para realizar os investimentos necessários nas nossas capacidades de defesa e na nossa indústria, gastando cada vez mais e melhor, em conjunto.
“Tal reforçará igualmente o crescimento econômico, impulsionará a inovação e criará emprego, assegurando simultaneamente a sustentabilidade orçamental.
“A Europa estará à altura deste desafio”.