Três líderes ativistas foram detidos, inclusive Mikhail Shneider e Boris Nemtsov, dois dos mais duros opositores do primeiro-ministro Vladimir Putin.
Nemtsov afirmou que a decisão de interromper a marcha mostrou a mentalidade do governo de Putin. “A bandeira é um símbolo de liberdade e democracia, menos para Putin”, disse.
O descontentamento popular foi aumentado pela inépcia do governo diante dos incêndios que consumiram uma quarta parte das plantações de trigo e grandes florestas sumindo Moscou e outras cidades numa nuvem inédita de fumaça.
O Solidarnost, que tem o mesmo nome do lendário sindicato polonês fundado em 1980, foi criado em 2008 por Nemtsov e outro dissidente anti-soviético, Garry Kasparov.
Putin justificou a repressão alegando que os manifestantes não possuíam licença. Essa licença é sistematicamente negada aos opositores pelo governo em mãos da velha equipe da ex-KGB.
O operativo de afogamento da dissidência incluiu dezenas de caminhões militares e outros veículos que bloquearam áreas públicas.
Segundo a agência Reuters, os manifestantes bradavam “Rússia sem Putin” e “chega de Estado policial”.
Uma manifestação de solidariedade com os manifestantes reprimidos aconteceu diante da embaixada russa em Londres.
Marina Litvinenko |
O “Financial Times” acrescentou que vários manifestantes ficaram feridos. Putin prevenira ditatorialmente: “vocês vão ser surrados na cabeça com porretes”.
O artigo 31º da atual Constituição russa garante a liberdade de reunião e manifestação.
Mas o texto legal só é respeitado quando serve aos intuitos da equipe todo-poderosa formada na escola do então Partido Comunista da URSS.
Aleksei Venediktov, editor chefe da rádio oposicionista Ekho Moskvy mostrou-se impressionado pela violência empregada pela polícia.
“O nível de brutalidade excede acentuadamente o utilizado contra os protestos no mês anterior”, acrescentou.
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