Dom Sviatoslav Shevchuk, arcebispo-mor dos católicos, denuncia perseguição análoga à dos tempos soviéticos |
“O novo governo nos apresenta como nacionalistas e extremistas” – disse o Pe. Mykhailo Milchakovskyi, pároco e capelão militar de Kerch, falando para a agência do episcopado dos EUA – noticiou a revista inglesa “The Catholic Herald”.
Agentes da FSB russa (Serviço de Segurança Federal, herdeiro da sinistra KGB) estão convocando padres e fiéis católicos a comparecerem às delegacias para saber se eles “reconhecem a nova ordem”.
O Pe. Milchakovskyi e pelo menos dois terços de seus fiéis tiveram que fugir, seguindo conselho do Arcebispo-mor dos ucranianos católicos, D. Sviatoslav Shevchuk.
O religioso disse que o Pe. Mykola Kvych, pároco da igreja da Dormição em Sebastopol, também fugiu após ter sido preso e espancado por agentes russos que o acusavam de “promover o extremismo e a agitação de massa”.
Segundo o Pe. Milchakovskyi, a Igreja cismática da Crimeia, dita “ortodoxa”, em conchavo com a polícia russa, quer apoderar-se das propriedades dos católicos.
O arcebispo-mor católico D. Shevchuk reconheceu que outros sacerdotes estão sofrendo “moléstias, pressões e ameaças”, mas que continuam seu ministério com “bravura, coragem, firmeza e força”.
Eles estão sendo qualificados com menosprezo de ‘agentes do Vaticano’ e sendo incitados a apostatar da Igreja Católica, acrescentou o arcebispo.
“Esses ataques não têm nada de novo. Neles encontramos o eco de tudo o que nossa Igreja-mártir experimentou no não tão longínquo passado comunista. Porém, sabemos que a Providencia Divina transforma em bem todas essas repressões e perseguições”.
Segundo jornais ucranianos, duas igrejas e um mosteiro católico foram reduzidos a cinzas entre 15 e 26 de março em Ivano-Frankivsk, Dora e Kolomyya.
O ecumenismo que vinha sendo tentado entre católicos e “ortodoxos” está sofrendo severos danos. O Pe. Milchakovskyi disse que os líderes dos Ortodoxos russos deveriam se manifestar “interessados em manter a liberdade religiosa” na Crimeia, mas que a situação chegou a um ponto em que os católicos agora “não têm mais desejo de manter contatos com eles”.
“Nós não confiamos neles – eles são agressivos e imperialistas, estão sendo auxiliados pela FSB e desejam a nova ordem para garantir seu monopólio religioso” – acrescentou o sacerdote.
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