Soldados ucranianos em operação anti-terrorista |
O capitalismo publicitário fornece abundantes informações e comentários, meros ecos, por vezes, da contra-informação forjada nos gabinetes de guerra psicológica de Putin.
Porém, marginaliza a informação sobre outros aspectos, e dos mais importantes. Em Donetsk, por exemplo, segundo notícia da agência AFP, uma das poucas a furar a barreira da desinformação, a oposição entre pró-Rússia e pró-Ucrânia passa também pela religião.
Diversos templos que obedecem ao Patriarcado cismático de Moscou assumiram a causa dos “pró-russos”. Mas, o contrário se da entre os católicos.
“Temos que agradecer a Putin pelo fato de nos ter ajudado a entender que nós somos ucranianos. A agressão contra a Ucrânia nos ajudou a reforçar nossa identidade”, afirma o Pe. Tikhon, 43 anos, sacerdote do rito greco-católico.
Ao dizer “agressão contra a Ucrânia”, o Pe. Tikhon entende a tomada de prédios e instalações com métodos que lembram os “movimentos sociais” brasileiros; tomada teledirigida desde Moscou e efetivada em Donetsk e outras cidades do leste ucraniano.
Arcebispo mor greco-católico Sviatoslav Shevchuk visita a comunidade católica de Donetsk |
O Pe. Tikhon participou da manifestação pela unidade da Ucrânia, contra o separatismo.
Na passeata não havia nenhum representante do cisma capitaneado pelo Patriarca de Moscou.
Esse setor de “ortodoxos” acaba executando indiretamente as vontades de Putin e está em desacordo formal com os “ortodoxos” do Patriarcado de Kiev, criado em 1992 após a queda URSS e a independência da Ucrânia.
Religioso cismático com insurgentes pro-russos |
“Muitos religiosos do Patriarcado de Moscou têm uma posição abertamente pró-russa”, aponta o Pe. Tikhon, do rito greco-católico, que tem por volta de 15 mil fiéis na região.
A maioria dos paroquianos do Pe. Tikhon são descendentes de ucranianos católicos deportados por Stalin nos anos 50. O ditador russo visou dissolver a Igreja Católica na Ucrânia.
Muitos foram mártires, mas o núcleo central ficou fiel à Igreja verdadeira, inclusive após a liquidação pela força bruta do rito greco-católico em 1946 e sua proibição até a queda da URSS no início dos anos 90.
Se Donetsk cair nas garras da Rússia, afirma o sacerdote católico, “nós defenderemos nosso país. Eu conheço numerosas pessoas que estão dispostas a defender sua pátria de armas na mão. Grande parte de meus paroquianos me diz que vai fazer uma guerra de guerrilhas”.
Insurgente identificado: Evgeny 'Dingo' Ponomarev, russo de Belorechensk
“Não podemos contar com os europeus e os EUA, diz o corajoso sacerdote. O porvir de nosso país depende de nós. É a nós que cabe defender nosso país”, acrescenta, lembrando a heroica resistência católica sob a cruel perseguição soviética.
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