De início os protestos foram isolados. Moscovita contra a guerra na Ucrânia. Cartaz diz 'Não à guerra' |
Manifestações contra a guerra e contra a política do Kremlin na Ucrânia continuam acontecendo diariamente na Rússia.
Os protestos, que de inicio foram isolados, estão ficando mais frequentes, segundo a imprensa internacional (cfr. “O Globo” 21.9.2014).
O ativista russo Dmitry Monakhov, do movimento de oposição Solidariedade, criticou através de Twitter a invasão russa da Ucrânia, dizendo:
“Sou russo. Não sou um assassino. Não sou um ocupante. Tenho vergonha de que Putin seja meu presidente”.
O tweet foi reproduzido mais de três mil vezes em apenas um dia. Junto à mensagem, Monakhov informava que iria à Praça Manej, no centro de Moscou, para protestar contra a guerra. O protesto durou poucos minutos, pois o ativista foi preso logo pela polícia.
Acender velas nas proximidades de uma estação de trens de Moscou, em homenagem às vítimas russas no conflito ucraniano, virou crime.
Agora os protestos contra a intervenção na Ucrânia e contra as mentiras oficiais engajam milhares de pessoas. Passeata em Moscou, 21 de setembro. |
Entretanto, o delírio propagandístico anti-EUA e pró-Putin está sendo rachado pela realidade. Em centenas de lares, os celulares dos jovens soldados não tocam mais.
Há tempo que as mães vinham pedindo notícias de seus filhos ao Exército, mas não eram ouvidas. Um dia, a dolorosa realidade se impôs: algumas receberam o corpo do filho.
Mas, a maioria da mães nunca voltará a vê-los. Eles estão sem nome, talvez só com um número, em algum dos cemitérios abertos e fechados às pressas, em geral à noite e frequentemente com a conivência de uma igreja dependente do Patriarcado de Moscou.
Em Sebastopol cadetes do Liceu Naval recusam fazer juramento de fidelidade à Rússia |
A associação denunciou pelo menos cem mortes de soldados russos na Ucrânia e exigiu investigação.
Na semana seguinte, o Ministério de Justiça incluiu a ONG na lista de “agentes estrangeiros” que recebem financiamento do exterior.
A diretora da ONG, Ella Polyakova, negou receber dinheiro de outros países e qualificou a medida de retaliação.
Enquanto integrante do Conselho de Direitos Humanos da Presidência, Ella já havia se pronunciado contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.
— O Kremlin está determinado a calar seus críticos e a manter sob controle qualquer informação sugerindo que a Rússia exerce um papel direto no conflito na Ucrânia, embora provas em contrário apareçam dia após dia. A mensagem é clara: quem ousar romper o silêncio sofrerá represálias — denunciou Sergei Nikitin, diretor do escritório da Anistia Internacional na Rússia.
O governo martela o slogan de que age apenas para proteger as minorias russas na Ucrânia e de que não participa da guerra. Mas os embustes sistemáticos oficiais perdem força.
Junto a uma igreja cismática cruzes e um número guardam o segredo das baixas russas. Sloviansk, Ucrânia. |
Para Trudy Rubin, do “The Philadelphia Inquirer”, a Rússia de Putin vive no estado surrealista imaginado por George Orwell na novela 1984, segundo reproduziu “O Estado de S. Paulo” em 10.09.2014.
Naquela novela, o “Ministério da Verdade” fabrica as mentiras oficiais e inventa uma “novilíngua” em que cada palavra enuncia o contrário do que significa, invertendo os fatos históricos.
A novilíngua é hoje a linguagem da Moscou de Vladimir Putin. A máquina orwelliana é fundamental para manter enganada a opinião pública russa.
Quando os soldados eram capturados na Ucrânia ou seus corpos eram mandados para casa, o Kremlin insistia que se tratava de “voluntários” que cruzaram a fronteira acidentalmente.
Os poucos jornalistas russos que investigaram a história foram atacados fisicamente.
Dentro da Rússia, o Kremlin assumiu controle total de todas as emissoras nacionais de TV que fornecem as notícias para a maioria dos russos.
No leste da Ucrânia, agentes de Putin cortaram o sinal das emissoras ucranianas e, com isso, a única fonte de informação é a propaganda gerada no Kremlin.
URSS renasce pela mão de Putin. |
Obama e outros líderes da OTAN ajudam os estratagemas de Putin omitindo o termo que melhor descreve o que está acontecendo: invasão.
Obama favoreceu os estratagemas de Putin, fingindo não vê-los. Mas, por fim, em pronunciamento público, teve que pedir a seu colega que parasse de mentir.
Entretanto, não faltam ainda ingênuos que acreditam, ou fingem acreditar, na ofensiva de desinformação de Vladimir Putin.
Ingênuos? Quero crer que sim, pelo menos em certos casos. Outros casos, as “ofensivas de paz” da URSS nos ensinaram a qualificá-los de “companheiros de viagem”.
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Bom dia.
ResponderExcluirÉ a primeira vez que estou comentado em seu blog e o faço apenas para parabenizá-lo. Sem dúvida o trabalho que o sr. desenvolve aqui é de extrema importância.
Acompanho seu blog a poucos meses, porém sou leitor assíduo de seus posts e fico impressionado com a qualidade das informações que vocês recolhem e nos transmitem.
Muito obrigado por seu trabalho. Força e coragem meu amigo!
Nossa Senhora de Fátima nos livre do flagelo do comunismo.
PAX