quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Quando a cobra se contorce:
é enganação ou bote iminente?

Putin: “Se eu quisesse, as tropas russas poderiam chegar em dois dias, não somente a Kiev, mas também a Riga, Vilnius, Tallinn, Varsóvia e Bucareste”
Putin: “Se eu quisesse, as tropas russas poderiam chegar em dois dias,
não somente a Kiev, mas também a Riga, Vilnius, Tallinn, Varsóvia e Bucareste”
Vladimir Putin reincide em bravatas, talvez para alimentar o nacionalismo em uma opinião pública russa cada vez mais desagradada com os conflitos militares engajados pelo restaurador da “nova URSS”.

“Se eu quiser, posso estar em Kiev em duas semanas”, disse ele ao chefe executivo da União Europeia, José Manuel Barroso. Agora, segundo o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, Putin teria declarado ao presidente ucraniano Petro Porochenko:

“Se eu quisesse, as tropas russas poderiam chegar em dois dias, não somente a Kiev, mas também a Riga, Vilnius, Tallinn, Varsóvia e Bucareste”.



O jornal alemão disse que teve acesso a documentos internos da União Europeia segundo os quais Porochenko teria comunicado essas ameaças a José Manuel Barroso no dia 12 setembro em Kiev, escreveu o jornal virtual Slate.

Dmitri Peskov, porta-voz de Vladimir Putin, recusou as informações com desprezo pela pessoa do presidente ucraniano.

O diário italiano La Repubblica reproduziu análogos propósitos belicosos de Vladimir Putin, que reagiu fortemente irritado por meio da agência oficial Itar-Tass.

A agência não negou o essencial das frases: “Sem levar em conta o fato de essas palavras terem sido pronunciadas ou não, a citação foi tirada de seu contexto, onde tinha um sentido muito diferente”, disse o conselheiro Yuri Ushakov, que desqualificou pessoalmente José Manuel Barroso como tendo tido uma atitude “incorreta que extrapola das práticas diplomáticas”.
Tanques russos esmagam a Primavera de Praga, 1968. As ameaças de Putin dão nova vida a um sinistro passado.
Tanques russos esmagam a Primavera de Praga, 1968.
As ameaças de Putin dão nova vida a um sinistro passado.

A imprensa europeia considera como vitória de Putin o “cessar-fogo” e a concessão, feita pelo Parlamento ucraniano, de uma “larga autonomia às regiões do leste, reivindicada pelos separatistas pró-russos”.

A situação permanece muito tensa e confusa na região dos combates momentaneamente suspensos. A trégua é objeto de contínuas violações e Kiev afirma que 5.000 soldados russos e 15.000 rebeldes continuam em pé de guerra no país, além de 50.000 soldados russos concentrados ao longo da fronteira.

As bravatas de um líder inescrupuloso podem impressionar os timoratos. Mas é preciso tomar cuidado: Putin transmite a imagem de uma cobra insensível, disposta a dar um bote mortal em qualquer instante, sem pena dos outros.

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Um comentário:

  1. Tenho um amigo que acompanha diversos sites de política internacional e este me disse que, referente essas declarações de Putin houve uma resposta a Inglaterra que disse: "Se invadirem Varsóvia, no outro dia decretamos guerra a Rússia".
    Procede?

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