quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Comemorações da queda do Muro de Berlim patentearam mal-estar com a "nova-URSS"

Comemoração pela II Guerra Mundial em Moscou teve notas de revanchismo soviético
Comemoração pela II Guerra Mundial em Moscou
teve notas de revanchismo soviético


Putin procura, de modo sorrateiro ou provocador, segundo as conveniências e oportunidades, angariar a simpatia ou neutralizar pela intimidação os países que estariam na primeira linha de um hipotético conflito total com o Ocidente.

Trata-se especialmente dos países da orla do Báltico, das nações escandinavas bálticas e da Polônia, no norte da Europa. E dos países da Europa Central sem saída ao mar.

O 25º aniversário da queda do Muro de Berlim veio entrementes patentear que as opiniões públicas desses países estão mais preocupadas em relação ao perigo moscovita do que as tímidas atitudes de seus governos faziam pensar.

Estes perceberam que tinham que acertar o passo. A preocupação levou então os países do norte da Europa a assinar um acordo ampliando a cooperação contra a crescente atividade militar de Moscou.


O novo acordo foi lavrado num contexto de caças da OTAN interceptando aviões russos de diversos tipos voando no espaço aéreo da Estônia e da Lituânia.

Ministros da Defesa dos países nórdicos, do Báltico e da Grã-Bretanha intensificaram a troca de informações de inteligência e aumentarão os exercícios de suas Forças Aéreas em razão do aumento das tensões no leste da Ucrânia, noticiou “O Estado de S. Paulo” (14.11.2014).

Coro da frota russa do Báltico
Coro da frota russa do Báltico
O secretário da Defesa britânico, Michael Fallon, disse que a Rússia “tem violado as normas internacionais de aviação” e intimidado países enviando caças a regiões distantes, como Irlanda e Portugal.

A ministra da Defesa da Noruega, Inger Eriksen Soreide, anunciou que a cooperação de treinamento da Força Aérea entre a Finlândia, a Suécia e a Noruega será ampliada para a Dinamarca, cobrindo todo espaço aéreo nórdico.

“A agressão militar contra a Ucrânia foi antecipada por poucos dirigentes políticos. O tempo de alerta foi reduzido a praticamente zero”, declarou o ministro da Defesa da Estônia, Sven Mikser.

Na Europa central, a população tampouco está para muita conversa. Por ocasião do 25º aniversário da queda do comunismo em seu país, milhares de checos marcharam em Praga, exibindo cartões vermelhos como os do futebol para o presidente Milos Zeman, 70, acusado de ser excessivamente pró-russo.

Crítico das sanções à Rússia, Zeman não conseguiu discursar diante dos assobios e das vaias por ocasião da inauguração de um memorial do movimento anticomunista conhecido como Revolução de Veludo.

Degringolada do rublo criou temor de uma aventura externa para abafar o descontentamento interno
Degringolada do rublo criou temor de uma aventura externa
para abafar o descontentamento interno
A Abkhazia é governada desde os anos 90 por separatistas alimentados pela Rússia, e Moscou mantém tropas na região desde 2008. O acordo cria forças militares conjuntas da Rússia e da Abkházia, estabelecendo o domínio de facto do exército russo na região invadida.

Os cartazes diziam “Parem a Rússia!” e exibiam imagens riscadas de Putin. Muitos carregavam bandeiras dos EUA e da UE, e outros da Ucrânia, repudiando a anexação da Criméia e o apoio russo à insurgência no leste ucraniano.

Ele também ganhou um ovo, o qual acabou respingando no presidente da Alemanha, Joachim Gauck, presente à solenidade.

O aniversário da revolta de 1989 foi celebrado com velas acesas na capital e em várias cidades da República Checa, informou a “Folha de S. Paulo” (18.11.2014).

No Cáucaso, também houve notáveis manifestações coletivas contra a Rússia. Cerca de 30.000 pessoas protestaram na capital da Geórgia, Tbilisi, contra um acordo entre a Rússia e a província separatista Abkházia, segundo informações publicadas pelo “O Estado de S. Paulo” (17.11.2014).

Os manifestantes denunciaram o acordo como mais um passo para a anexação da região por Moscou.


Primavera de Praga 1968: cenas inesquecíveis que Putin pode voltar a tornar realidade e que os cidadãos checos não querem que se repitam:




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