A Suécia restabeleceu o serviço militar obrigatório |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A Suécia, berço dos míticos vikings, adotou no século XX o pacifismo visceral socialista com a ilusão de se imunizar contra eventual invasão russa.
Também acolheu no país uma vasta rede de organizações “companheiras de viagem” do comunismo russo. Essas fizeram da Suécia uma base a partir da qual pregavam a desmobilização dos espíritos no Ocidente face ao expansionismo soviético em nome da “paz”.
Essa nação protestante omitia a verdadeira avaliação do perigo russo, apresentado por Nossa Senhora em Fátima como um instrumento da punição divina.
Porém, nos últimos anos, a agressividade da “nova Rússia” de Vladimir Putin, patente em países próximos da Suécia, provocou forte mudança de atitude na opinião pública sueca.
Em consequência, o governo de Estocolmo determinou restabelecer o serviço militar obrigatório.
O móvel da decisão foi uma piora na segurança das fronteiras, o rearmamento russo e as manobras provocatórias da marinha e da força aérea de Moscou em céus e águas suecas.
Agressividade russa tira suecos de tóxico sonho pacifista. |
Relatório elaborado pelo Ministério da Defesa calcula que a partir de 2023 serão necessários 8.000 soldados a mais por ano.
“O governo quer aumentar nossa capacidade militar, posto que a situação de segurança mudou”, explicou o ministro de Defesa, Peter Hultqvist.
O ministro esclareceu que a Suécia adotará o modelo da Noruega. A Finlândia e a Dinamarca também adotam o serviço militar obrigatório.
Sondagem de 2016 revelou que perto de 70% dos suecos se declaram preocupados e favoráveis a um recrutamento obrigatório.
A Suécia não faz parte da NATO, mas está associada a ela.
O Parlamento aprovou aumentar o orçamento militar, modernizar o armamento, instalar um regimento permanente na ameaçada ilha bâltica de Gotland e aperfeiçoar a vigilância subaquática, após as incursões de submarinos russos nas costas escandinavas.
Povo sueco aprovou o retorno do serviço militar obrigatório |
Há dois séculos que a Suécia não tem conflito armado. Em 1991, ano do fim da URSS, o país gastava 2,5% do PBI em defesa.
Mas com a traiçoeira ilusão da “morte do comunismo” as despesas com a defesa baixaram até 1,1% do PIB, segundo o Instituto de Investigação Internacional pela Paz.
Outro fator da preocupação atual de Estocolmo é a cooperação militar com a vizinha e aliada Finlândia, que tem uma fronteira de 1.340 quilômetros com a fonte de temores que é a Rússia.
Em 2016 a Suécia e a Finlândia assinaram um acordo de cooperação militar com os EUA, tornando-se objeto da ira do líder todo-poderoso de Moscou.
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