Putin tenta cerrar de cima mas seus aviões são facilmente derrubados |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Um avião dos EUA derrubou um bombardeiro sírio que atacava tropas da coalisão internacional em combate contra o Estado Islâmico (ISIS) na província de Raqa, cfr. “El País” de Madri.
O incidente estava anunciado. Apenas não se sabia a data e o local. A aviação russa e sua dependência síria ignoram o memorando de identificação mútua e atacam alvos civis ou pró-americanos dependendo das conveniências de Moscou ou de Damasco.
Segundo os EUA, único que forneceu informações verificáveis do incidente, um caça-bombardeiro 18E Super Hornet agiu em defesa própria contra um Sukhoi SU-22 sírio que bombardeava os aliados curdos e árabes em Yadib, no sul da cidade de Tabqa.
O comando militar russo foi advertido previamente para interromper o ataque sobre “amigos”. Mas o costume russo é ignorar todo aviso.
“As ações hostis de Síria contra forças apoiadas pela coalisão que combate o ISIS não serão toleradas”, advertiu mais uma vez o comando aliado.
Su-22 sirio (é o Su-17 da força aérea russa renomeado para exportação) |
Nos últimos meses, o Pentágono tinha bombardeado um comboio do regime pro-russo e destruído uma base aérea após o mortífero ataque de aviões sírio-russos com armas químicas contra a população de Jan Shijun, província de Idlib.
A derrubada do bombardeiro foi confirmada pela agência de noticias do governo sírio SANA e por porta-vozes de Washington. Esses responsabilizaram às forças sírias.
A TV síria divulgou comunicado militar com uma versão oposta dizendo seu avião estar atacando “terroristas”. Por sua vez, a resposta russa como que já estava escrita. Ela acusou os EUA de “cínica transgressão da soberania” da Síria.
Em Moscou, o ministério da Defensa acrescentou que “nas zonas onde a aviação russa cumpre missões de combate no céu da Síria, qualquer objeto voador, inclusive aviões e aparelhos não pilotados (drones) da coalisão internacional, que sejam detectados ao oeste do rio Eufrates, serão considerados como alvos aéreos”, registrou “El País” de Madri.
FA18 sobre o porta-aviões Truman. Um como este derrubou o Su-22 |
Mas Dunford esclareceu que em verdade as forças americanas “podem se defender sozinhas”, façam ou digam os russos o que quiserem.
Moscou já interrompera a vigência do memorando após os EUA lançarem 59 misseis Tomahawk sobre a base de Shayrat, desde onde foi lançado um ataque químico contra a província de Idlib.
Mas em abril, o vice-ministro de Exteriores, Serguéi Riabkov, com palavras muito enroscadas rebaixou a qualificação da posição russa à categoria de bravata dizendo que a Rússia continuava o intercambio de informação com os EUA.
Em maio, o chefe do Estado Maior da Rússia, Valeri Gerásimov, confirmou telefonicamente a seu homólogo americano general Joseph Dunford, que queria “restabelecer plenamente a vigência do memorando”, informou a agência russa TASS.
Área das ações. |
Os ideólogos putinistas e seus “agentes de influência” no Ocidente apresentam a guerra da Síria quase como uma cruzada contra o globalismo americano que quer esmagar os povos do mundo. Esse estaria sendo hoje seria o caso da Síria – leia-se a ditadura filo russa de Assad.
A Rússia não mostra escrúpulos na hora de ir mais longe na sua cruzada sob o signo de uma anti-cruz toda feita de mentiras.
Assim está pondo o mundo permanentemente na beira do precipício.
Nenhum comentário:
Postar um comentário