Guarda de honra polonesa na cerimônia inaugural do exercício Anaconda com tropas da NATO |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Em discurso pronunciado diante de uma exultante multidão polonesa reunida em Varsóvia, o Presidente dos EUA, Donald Trump, descreveu a luta do Ocidente contra o “terrorismo islâmico radical” como forma de proteger “nossa civilização e nosso modo de vida”.
Trump perguntou: “Temos a necessária convicção de nossos valores a ponto de defendê-los a qualquer custo?
“Temos o devido respeito pelos nossos cidadãos a ponto de proteger nossas fronteiras?
“Temos o desejo e a coragem suficientes de defender a nossa civilização diante dos que querem subvertê-la e destruí-la?”.
A pergunta de Trump foi concebida para ter um eco positivo e ressoar na Europa Oriental, escreveu Giulio Meotti, editor cultural do jornal italiano Il Foglio.
Foi uma surpresa, um choque. Nossos jornais nem sequer conseguiram reagir. Alguns títulos mais avisados tripudiaram, mas inutilmente, observou Meotti.
Revide único e importante: alguns dias mais tarde, a União Europeia anunciou que começaria os procedimentos para punir a Polônia, a Hungria e a República Checa por se recusarem a aceitar migrantes.
Em resposta, Zoltan Balog, ministro de Recursos Humanos da Hungria, disse o seguinte, sobre o Islã e sua cultura religiosa trazida pelos migrantes:
“A Europa tem uma identidade diferente e é indubitável que as duas culturas não têm condições de coexistir sem conflitos”.
Procissão em Budapest |
Mas Trump chamou a Polônia de “nação devota” e as revistas católicas dos EUA saudaram o “despertar cristão” na Europa Oriental.
É “óbvio” que a Polônia e a Hungria não sofrem ataques islâmicos porque têm pouquíssimos muçulmanos, ao passo que na Bélgica e no Reino Unido acontece o inverso, constatou Meotti.
A Europa Oriental entende melhor a cultura cristã ocidental que a própria Europa Ocidental. E em face do perigo russo é mais generosa com a OTAN que seus colegas ocidentais muito mais ricos, como a França e a Alemanha.
A Polônia é um parceiro confiável, aliado dos EUA, suas tropas lutaram contra os talibãs no Afeganistão e ajudaram a derrubar Saddam Hussein.
Trump escolheu a Polônia, um país que lutou contra o nazismo e o comunismo, para conclamar o Ocidente a mostrar um tantinho de disposição em sua luta contra o totalitarismo do Islã radical.
“O Ocidente é forte militarmente, mas fraco ideologicamente. Falta-lhe confiança civilizacional”, assinalou William Kilpatrick, professor no Boston College.
Na Ucrânia, o expansionismo da "nova-URSS" sofreu brusca quebra. Para decepção do comuno-progressismo ocidental. |
Europa Ocidental tem necessidade disso. Do contrário, a Europa toda será entregue aos invasores do Sul e do Leste, concluiu o diretor cultural de “Il Foglio”.
Uma observação se impõe: do que adiantou meio século de opressão marxista na Europa Oriental?
O triunfo do materialismo operário de Marx, Lenine e Stalin deveria ter apagado a própria lembrança da religião católica nesses países.
Mas um imenso boomerang histórico, religioso e cultural voa agora rumo aos países onde se formou a civilização cristã.
Nesses há um inicio de afervoramento católico. Mas quão pobre se comparado ao proveniente desses países católicos outrora pisados pela bota russa!
É difícil prever o futuro. Mas do passado poder-se-ia dizer que o período do pós-concílio foi mais nocivo ao Cristianismo que toda a atividade do Pacto de Varsóvia.
Mas esse movimento moralmente negativo parece estar se invertendo.
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