Desde o USS George H. W. Bush, o almirante Richardson anunciou a restauração da II Frota. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O Pentágono ordenou reativar a Segunda Frota, a poderosa força naval com que a Marinha americana sulcava o Atlântico Norte durante a Guerra Fria para se precaver de um ataque surpresa soviético, informou “La Nación” de Buenos Aires.
A decisão é mais um sinal da escalada na tensão entre o Ocidente e a “nova-URSS” no momento que Vladimir Putin se faz eleger, como largamente previsto, para mais um período na presidência russa se avizinhando aos recordes de José Stalin ditador na histórica URSS.
A decisão também atende a inquietação da Europa e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aliança militar concebida para por limites à intensificação da presença militar russa no oceano que é a carótida de Ocidente.
“Voltamos numa era em que a segurança se torna mais desafiadora e complexa”, disse o almirante John Richardson, chefe de operações da Armada americana, desde o porta-aviões nuclear USS George H. W. Bush (CVN-77) o mais moderno da classe Nimitz, em Norfolk, Virgina, onde funciona a grande base naval que será o quartel da II Frota.
“Contamos hoje com a Segunda Frota para enfrentar os desafios, especialmente no Atlântico Norte”, acrescentou o almirante.
Dita Frota ficou fora de operações em 2011 conservando um pessoal simbólico de 15 pessoas.
O secretário de Defesa americano Jim Mattis anunciou em janeiro (2018) a nova estratégia de defesa nacional, visando as “crescentes ameaças” da China e da Rússia, por ele acusadas de “querer criar um mundo novo de acordo com seu modelo autoritário”.
Há meses constantes intrusões de bombardeiros estratégicos e submarinos nucleares russos, perto das praias dos países bálticos, no Atlântico Norte e no Ártico provocam os países livres, enquanto Moscou perora espalhafatosamente a modernização de novos dispositivos nucleares de ataque.
O presidente Donald Trump se aproxima a Vladimir Putin, porém já enfrentou Rússia, sem fechar os problemas com clareza, em questões como a guerra na Síria, sua ingerência na Ucrânia e a anexação da Península da Crimeia.
O dançado Trump-Putin continua enquanto os prosélitos russos usam armas químicas. |
A OTAN também criará dois novos comandos conjuntos para a nova área baseados um na Alemanha e outro em Norfolk.
Durante seis décadas, a II Frota dos EUA vigiou uma área de 17.000.000 km2 para se precaver de um ataque da marinha soviética previsível pela costa atlântica desde o Caribe até o Ártico.
Engajou perto de 126 navios e 4.500 aviões. Teve atividade destacada na crise dos misseis em Cuba, em outubro de 1961. Nessa ocasião o mundo beirou a hecatombe nuclear.
Também procedeu à invasão da ilha caribenha de Granada, em 1983, durante o governo de Ronald Reagan, eriçando o furor das esquerdas latino-americanas e mundiais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário