domingo, 20 de maio de 2018

EUA restaura II Frota
face aos temores inspirados pela “nova-URSS”

Desde o USS George H. W. Bush, o almirante Richardson anunciou a restauração da II Frota.
Desde o USS George H. W. Bush, o almirante Richardson
anunciou a restauração da II Frota.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O Pentágono ordenou reativar a Segunda Frota, a poderosa força naval com que a Marinha americana sulcava o Atlântico Norte durante a Guerra Fria para se precaver de um ataque surpresa soviético, informou “La Nación” de Buenos Aires.

A decisão é mais um sinal da escalada na tensão entre o Ocidente e a “nova-URSS” no momento que Vladimir Putin se faz eleger, como largamente previsto, para mais um período na presidência russa se avizinhando aos recordes de José Stalin ditador na histórica URSS.

A decisão também atende a inquietação da Europa e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aliança militar concebida para por limites à intensificação da presença militar russa no oceano que é a carótida de Ocidente.

“Voltamos numa era em que a segurança se torna mais desafiadora e complexa”, disse o almirante John Richardson, chefe de operações da Armada americana, desde o porta-aviões nuclear USS George H. W. Bush (CVN-77) o mais moderno da classe Nimitz, em Norfolk, Virgina, onde funciona a grande base naval que será o quartel da II Frota.



“Contamos hoje com a Segunda Frota para enfrentar os desafios, especialmente no Atlântico Norte”, acrescentou o almirante.

Dita Frota ficou fora de operações em 2011 conservando um pessoal simbólico de 15 pessoas.

O secretário de Defesa americano Jim Mattis anunciou em janeiro (2018) a nova estratégia de defesa nacional, visando as “crescentes ameaças” da China e da Rússia, por ele acusadas de “querer criar um mundo novo de acordo com seu modelo autoritário”.

Há meses constantes intrusões de bombardeiros estratégicos e submarinos nucleares russos, perto das praias dos países bálticos, no Atlântico Norte e no Ártico provocam os países livres, enquanto Moscou perora espalhafatosamente a modernização de novos dispositivos nucleares de ataque.

O presidente Donald Trump se aproxima a Vladimir Putin, porém já enfrentou Rússia, sem fechar os problemas com clareza, em questões como a guerra na Síria, sua ingerência na Ucrânia e a anexação da Península da Crimeia.

O dançado Trump-Putin continua enquanto os prosélitos russos usam armas químicas.
O dançado Trump-Putin continua enquanto os prosélitos russos usam armas químicas.
As relações recíprocas se deterioraram e ficam cada vez mais confusas enquanto se confirma a intervenção russa nas eleições que elegeram Trump em 2016, o envenenamento de um ex-espião russo protegido por imunidade numa localidade inglesa, e o apoio incondicional do Kremlin ao ditador socialista sírio Bashar al-Assad, após esse ter apelado a armas químicas contra civis.

A OTAN também criará dois novos comandos conjuntos para a nova área baseados um na Alemanha e outro em Norfolk.

Durante seis décadas, a II Frota dos EUA vigiou uma área de 17.000.000 km2 para se precaver de um ataque da marinha soviética previsível pela costa atlântica desde o Caribe até o Ártico.

Engajou perto de 126 navios e 4.500 aviões. Teve atividade destacada na crise dos misseis em Cuba, em outubro de 1961. Nessa ocasião o mundo beirou a hecatombe nuclear.

Também procedeu à invasão da ilha caribenha de Granada, em 1983, durante o governo de Ronald Reagan, eriçando o furor das esquerdas latino-americanas e mundiais.



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