Fim do Tratado abre um horizonte aterrador que parece de videojogo mas não é |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Os EUA formalizaram a saída do Tratado para a eliminação de mísseis nucleares de meio e curto alcance (INF) assinado com a União Soviética, no final da Guerra Fria, em dezembro de 1987.
Na hora que as crises de Irã e Coreia do Norte se acentuam um calafrio percorreu o hemisfério norte todo, noticiou “The New York Times”.
O pacto proibia à Rússia e aos Estados Unidos fabricar, instalar ou realizar testes de misseis de curto alcance (de 500 a 1.000 quilômetros) e de médio alcance (de 1.000 a 5.500).
O secretário de Estado estadunidense, Mike Pompeo, anunciou a retirada seis meses após denunciar o acordo em razão da negativa de Moscou de destruir um novo míssil que viola o pacto e se gabar de estar construindo outros imensamente mais destrutivos.
Há anos, Washington e Moscou se acusam de violar esse tratado assinado em 1987. Mas, a violação ficou patente quando a Rússia apresentou o Novator 9M729 (SSC-8 para a NATO) que supera 500 quilômetros de alcance.
São más notícias para a Europa, porque o Velho Continente voltará a ser o campo de jogo macabro das duas superpotências nucleares.
O fim do INF não mudará as coisas da noite para o dia, mas os dois já estão desenvolvendo novas gerações de engenhos de destruição de pesadelo que estavam proibidos.
A Rússia já está instalando-os na fronteira com a Europa do Leste. Desde Kaliningrado poderá atingir capitais como Berlim e Londres. Mikhail Gorbachev, único signatário vivo do INF declarou à agência Interfax, que o fim do tratado “dinamita não só a segurança de Europa, mas do mundo todo”.