Batismo de São Vladimir, o Grande, ano 988. Viktor M. Vasnetsov (1848–1926) |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O mundo eslavo cristão comemora todo ano o nascimento à graça divina e cristianização do histórico Principado de Kiev.
Esse tem seu ponto de partida no batismo, em 988, de São Vladimir o Grande, grão duque de Kiev e de todas as Rússias.
A ‘Rus de Kiev’, como também é conhecido, foi o núcleo cristianizado que gerou as atuais Rússia, Ucrânia e Bielorrússia.
A comemoração estava proibida durante a ditadura soviética e só foi retomada em 2013.
A cristianização da Ucrânia começa com o batismo, em 988, de São Vladimir o Grande, grão duque de Kiev e senhor de todas as Rússias.
Ele destruiu os ídolos pagãos, combateu a bebedeira e trabalhou pela conversão de seus súditos.
A partir de Kiev – hoje capital da Ucrânia – os sucessores de São Vladimir governaram um colossal império em gestação.
Complicados fatos históricos centralizados na revolta do Patriarca de Constantinopla contra o Papa desviaram essa imensa área de civilização para um cisma religioso.
Posto o princípio do desconhecimento da autoridade de Roma, saíram muitas outras cisões que explicam a multiplicado de igrejas mal chamadas “ortodoxas”.
Conquanto vivam se desentendendo mutuamente, elas são unânimes em tentar bloquear o retorno desses povos à Igreja Católica que os batizou e introduziu na graça de Deus.
Esses cismas ficaram sob o tacão dos monarcas temporais. Por fim, sob a União Soviética, eles foram ativos instrumentos da revolução bolchevista e por fim se puseram a serviço do regime e da repressão comunista.
Em 1596, sob o pontificado do Papa Clemente VIII, os bispos inconformados com os desastrosos resultados do cisma voltaram a se unir com a Santa Sé. Foi um acontecimento transcendental.
No sermão durante a beatificação de São Josafá, grande apóstolo da reunificação, o Papa Urbano VIII afirmou:
“Por meio de vós, meus ucranianos, eu espero converter o Oriente” (cfr. Miroslav Zabunka e Leonid Rudnytzky, “The Ukrainian Catholic Church, 1945-1975”, St Sophia Association, Philadelphia, 1976, p. 9).
Agentes da KGB:
Patriarca de Moscou Kirill ou 'Mikhailov' e coronel Putin
São Josafá Kuncewycz 1580-–1623, bispo de Vitebsk e arcebispo de Polotsk, martirizado pelos cismáticos e canonizado pelo Beato Papa Pio IX em 29 de Junho de 1867.
Porém, as recentes celebrações do governo russo acontecem sob o signo do retorno de um comunismo astuciosamente metamorfoseado, ou "Nova Rússia".
Nelas não falta o 'patriarca' Kirill, ex-agente da KGB, considerado o patriarca da Igreja Ortodoxa de Moscou e de toda a Rússia (IOR).
Kirill pretende pôr sob seu controle religioso a todo cristianismo oriental e ocidental, a fim de melhor servir a seu patrão, Vladmir Putin.
Para isso seus arautos alegam que a Igreja Católica foi abandonada pelo Espírito Santo depois do Concílio Vaticano II. Aduzem como provas os desmandos religiosos infelizmente acontecidos desde esse Concílio com seu nome e autoridade.
Trata-se em verdade de um artifício, que pretende erigir a "Terceira Roma" ou Moscou (depois da primeira Roma, a segunda teria sido Constantinopla). Essa seria a única conservadora das tradições religiosas e das bênçãos divinas.
Dessa maneira, o chefe supremo russo aspira a submeter a seu império todos os países cristãos, seduzindo primeiramente os católicos conservadores.
Ele se julga também herdeiro da ex-URSS e do Império Russo. Por isso adotou a simbologia de todos esses.
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