domingo, 8 de agosto de 2021

KGB sequestra e assassina dissidente no exterior

Vital Shyshou auxiliava a seus compatriotas fugitivos e em necessidade
Vital Shyshou auxiliava a seus compatriotas
fugitivos e em necessidade
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








O jovem bielorrusso Vital Shyshou que ajudava seus compatriotas fugitivos da ditadura de seu país natal foi encontrado enforcado em um parque de Kiev, capital da Ucrânia, onde costumava correr, noticiou Yahoo!Notícias.

Vital de 26 anos, dirigia a ONG Casa Bielarussa na Ucrânia (BDU, na sigla em inglês), e a polícia de Kiev suspeita um homicídio disfarçado de suicídio.

O crime teria sido ordenado pelo regime do ditador da Bielorrússia Alexander Lukashenko e executado pela KGB, polícia que conserva o velho molde soviético e, na Bielorrússia perpetua até o nome que na Rússia Putin trocou.

Shyshou foi advertido de possíveis agressões, sequestros ou até homicídio. Ele se sentia vigiado desde que deixou seu país natal, em 2020.

“É uma mensagem para todos os bielorrussos que estão no exterior” disse Volha Yermalayeva Franco, representante no Brasil da oposição à ditadura da Bielorrússia .

Há pouco mais de dois meses, outro exilado da Bielorrússia , o blogueiro Roman Protassevich, foi sequestrado e preso pelo regime, quando viajava num voo comercial.



Esse foi interceptado por um caça bielorrusso e forçado a pousar no aeroporto de Minsk, a capital, onde Protassevich foi retirado pela força. Não se tem notícias dele, de sua noiva e acompanhantes presos na mesma ocasião. Cfr. Caça bielorrusso intercepta avião de passageiros e sequestra opositor 

Vital Shyshou
Muitos bielorrussos fogem para a Ucrânia, a Polônia e a Lituânia, por causa da brutal repressão aos dissidentes na ex-república soviética tiranizada com punho de ferro desde 1994 por um apaniguado de Vladimir Putin.

Muitos fugiram da repressão ao regime de Lukashenko, às vezes nadando em rios e rastejando por lama para cruzar ilegalmente a fronteira com a Ucrânia, segundo a CNN.

Centenas de milhares de bielorrussos animaram passeatas de protesto em todo o país depois que Lukashenko declarou sua vitória em eleições em agosto de 2020. Foram algumas das maiores manifestações da história do país. Cfr.  Bielorrússia na orla do precipício

O movimento de protesto foi reprimido com prisões em massa, exílio forçado de oponentes e o desmantelamento de várias ONGs e meios de comunicação independentes.

Mais de 30 mil manifestantes pacíficos desarmados foram detidos. Ao menos ainda 506 continuam presos podendo ser condenados em processos fraudados, acusados de criminosos ou contrarrevolucionários pagos pelo Ocidente, de acordo com a entidade de direitos humanos Viasna.

As vítimas brutalmente reprimidas relataram abusos e torturas. Veja também: Ditador bielorrusso  interdita hino nacional que invoca Deus

Imagens de câmera corporal, fornecidas por desertores da força policial, mostraram a violência da tropa de choque contra manifestantes desarmados, muitos deles adolescentes.

Putin tem pânico de que o movimento patriótico independentista que afastou a Ucrânia de sua opressão, possa ser repetir em algum outro país.

Jovem blogueiro anti-ditadura teria sido assassinado pela KGB
Jovem blogueiro anti-ditadura teria sido assassinado pela KGB
Putin ameaçou até de enviar tanques para sufocar as imensas manifestações pacíficas bielorrussas.

Nos recentes Jogos Olímpicos de Tóquio, a velocista bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya se recusou a embarcar de volta para seu país e se afastou da competição após ser ameaçada com a repatriação forçosa por criticar o tirânico governo nas redes sociais.

A atleta de 24 anos se refugiou na embaixada polonesa, onde obteve visto humanitário, informou “El Mundo” de Madri.

E não foi o único caso. Vários atletas foram presos pelo regime do ditador Aleksandr Lukachenko desde a eleição presidencial que a opinião pública considerada fraudada, acrescentou Yahoo!Notícias.


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