domingo, 21 de agosto de 2022

Nostalgia putinista de uma nova União Soviética

Choigou no Kremlin “em breve haverá uma União Soviética novamente”
Choigou no Kremlin “em breve haverá uma União Soviética novamente”
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O ministro da Defesa russo Sergei Shoigu tendo evocado a reconstituição uma nova União Soviética, a proposta foi doentiamente compartilhada nas redes sociais russas, segundo o site francês BFMTV.

“Em breve nosso país recuperará sua força, haverá uma União Soviética novamente e viveremos em paz novamente”, disse.

As palavras circularam com o vídeo em que Sergei Shoigu as pronuncia. Também foram interpretadas como intenções da Rússia em relação à Ucrânia.

Porém, de acordo com a Newsweek os propósitos foram tirados de contexto.

O ministro russo falava sobre o 30º aniversário da guerra da Ossétia do Sul, entre 1991 e 1992, que ele descreve em termos parecidos aos pretextos para a invasão da Ucrânia.

Falando do remoto evento, disse que sua geração pensava então “que nossa nação seria grande e poderosa novamente, que a União Soviética voltaria, que ninguém iria embora e que todos viveriam em paz e harmonia”.

Esses comentários obedeciam às múltiplas referências à Segunda Guerra Mundial feitas nos últimos meses por Vladimir Putin.

Em qualquer caso, as palavras ainda que deturpadas do Ministro da Defesa revelam a nostalgia pela história russa, e notadamente pela União Soviética, onde as forças armadas desempenharam um papel capital.

Por sua vez, o vice-presidente do Conselho de Ségurança russo, Dmitri Medvedev, está superando as diatribes mais duras de Putin, constatou “20minutes”.

Bandeira soviética em tanque russo na Ucrânia. Captura
Bandeira soviética em tanque russo na Ucrânia. Captura
Em sua página oficial condenou a independência das ex-repúblicas soviéticas, afirmando que “todos os povos que habitaram a grande e poderosa URSS voltarão a viver juntos”.

Em Telegram, falando dos países que saíram da URSS, mas sem mencionar qual deles, escreveu: “Eu os odeio. Eles são bastardos e degenerados. Eles querem a morte para nós, para a Rússia. E enquanto eu viver, farei de tudo para que eles desapareçam”, sem precisar quem era alvo dese ódio.

Cyrille Bret, do Instituto Jacques-Delors, afirma que “este discurso é apenas uma surpresa para quem só confiava em comunicados de imprensa” da Rússia.

Medvedev adota o discurso de Putin sobre a grandeza da Rússia e sua nostalgia da URSS. E num post mais recente sobre “a grande e poderosa URSS”, Medvedev “não é o primeiro nem o último a fazer esse tipo de comentário”, lembra Carole Grimaud, citando as inclinações russas pela “recuperação” do Alasca e da Lituânia.

O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, reestabeleceu uma cadeia de lojas estritamente reservada a diplomatas e que oferece bens de consumo isentos de impostos. A medida revive práticas históricas da União Soviética, escreve o jornal Kommersant, citado por RFI.

Duas dessas lojas devem ser inauguradas na capital russa, Moscou, e outra em São Petersburgo. Ao mesmo tempo, o Ministério da Indústria e Comércio autorizou a importação “paralela” de perfumes e cosméticos de alto luxo, além de produtos químicos automotivos e peças de reposição, para os carros da nova nomenklatura.



Ministro de Defesa de Putin revela nostalgia da Rússia: refundar a União Soviética




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