Choigou no Kremlin “em breve haverá uma União Soviética novamente” |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O ministro da Defesa russo Sergei Shoigu tendo evocado a reconstituição uma nova União Soviética, a proposta foi doentiamente compartilhada nas redes sociais russas, segundo o site francês BFMTV.
“Em breve nosso país recuperará sua força, haverá uma União Soviética novamente e viveremos em paz novamente”, disse.
As palavras circularam com o vídeo em que Sergei Shoigu as pronuncia. Também foram interpretadas como intenções da Rússia em relação à Ucrânia.
Porém, de acordo com a Newsweek os propósitos foram tirados de contexto.
O ministro russo falava sobre o 30º aniversário da guerra da Ossétia do Sul, entre 1991 e 1992, que ele descreve em termos parecidos aos pretextos para a invasão da Ucrânia.
Falando do remoto evento, disse que sua geração pensava então “que nossa nação seria grande e poderosa novamente, que a União Soviética voltaria, que ninguém iria embora e que todos viveriam em paz e harmonia”.
Esses comentários obedeciam às múltiplas referências à Segunda Guerra Mundial feitas nos últimos meses por Vladimir Putin.
Em qualquer caso, as palavras ainda que deturpadas do Ministro da Defesa revelam a nostalgia pela história russa, e notadamente pela União Soviética, onde as forças armadas desempenharam um papel capital.
Por sua vez, o vice-presidente do Conselho de Ségurança russo, Dmitri Medvedev, está superando as diatribes mais duras de Putin, constatou “20minutes”.
Bandeira soviética em tanque russo na Ucrânia. Captura |
Em Telegram, falando dos países que saíram da URSS, mas sem mencionar qual deles, escreveu: “Eu os odeio. Eles são bastardos e degenerados. Eles querem a morte para nós, para a Rússia. E enquanto eu viver, farei de tudo para que eles desapareçam”, sem precisar quem era alvo dese ódio.
Cyrille Bret, do Instituto Jacques-Delors, afirma que “este discurso é apenas uma surpresa para quem só confiava em comunicados de imprensa” da Rússia.
Medvedev adota o discurso de Putin sobre a grandeza da Rússia e sua nostalgia da URSS. E num post mais recente sobre “a grande e poderosa URSS”, Medvedev “não é o primeiro nem o último a fazer esse tipo de comentário”, lembra Carole Grimaud, citando as inclinações russas pela “recuperação” do Alasca e da Lituânia.
O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, reestabeleceu uma cadeia de lojas estritamente reservada a diplomatas e que oferece bens de consumo isentos de impostos. A medida revive práticas históricas da União Soviética, escreve o jornal Kommersant, citado por RFI.
Duas dessas lojas devem ser inauguradas na capital russa, Moscou, e outra em São Petersburgo. Ao mesmo tempo, o Ministério da Indústria e Comércio autorizou a importação “paralela” de perfumes e cosméticos de alto luxo, além de produtos químicos automotivos e peças de reposição, para os carros da nova nomenklatura.
Ministro de Defesa de Putin revela nostalgia da Rússia: refundar a União Soviética
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