Aleksandr Podrabinek, membro do Moscow Helsinki Group arrestado pela KGB na era soviética |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A ONG mais antiga pela defesa dos direitos humanos na Rússia foi dissolvida por um tribunal enquanto Putin se esforça para reprimir os dissidentes e impedir que se revelem os crimes da era comunista.
O Tribunal da Cidade de Moscou ordenou a dissolução do Moscow Helsinki Watch Group, a mais antiga ONG de direitos humanos no país.
A interdição é parte de uma repressão generalizada das últimas grandes vozes críticas da era soviética, enquanto Putin se orgulha de conservar sua carteirinha de membro do Partido Comunista da URSS.
A Justiça russa obedeceu a ordem vinda de cima: “atendeu ao pedido do (...) Ministério da Justiça da Rússia” ordenando tirar a ONG do registro oficial das associações.
Putin retomou os métodos da velha KGB |
O Ministério da Justiça dispôs “dissolver o Moscow Helsinki Watch Group e proibir suas atividades em território russo”, acusando-o de realizar atividades fora de Moscou, em violação de seu status regional, incluindo o envio de observadores a julgamentos ou de seus membros a eventos em outras partes do país.
“Espero viver até ao dia em que renasça o Moscow Helsinki Watch Group”, afirmou sem muita esperança o advogado Genri Reznik, citado pela agência russa Ria Novosti.
O Moscow Helsinki Watch Group foi criado em 1976 para garantir o cumprimento pela URSS de seus compromissos de direitos humanos, assumidos na Ata Final de Helsinque em 1975, no final da Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa.
A ONG foi liderada por décadas por Lioudmila Alexeeva, uma figura da dissidência soviética que morreu em 2018.
Ditadura do Kremlin reprime partidários da democracia |
Após a invasão da Ucrânia, Putin acelerou a repressão aos seus críticos, multiplicando os suicídios suspeitos, fechando as mídias que não fazem coro de suas mentiras, e fechando qualquer grupo não submisso.
Entre essas normas ditatoriais, uma lei prevê até 15 anos de prisão para quem emitir expressões ou difundir informações sobre o exército russo que o regime rotula “falsas”.
A maioria das figuras da oposição está agora no exílio ou na prisão e quem responder a uma sondagem de forma não aprobatória do regime pode ser punido com dita lei.
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