Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A grande mídia não dá trégua à família real britânica despejando a seu propósito toda classe de boatos que transparecem uma visceral antipatia pelo regime monárquico ainda portador de intenso simbolismo medieval.
A bem dizer se assanha contra ela por qualquer coisa, verdadeira ou falsa, observou o jornal portenho “La Nación”.
Depois se rasgarem as vestimentas por uma fotografia retocada da princesa Kate e dos seus filhos, o rei Carlos III foi alvo de uma campanha de desinformação que o declarou morto com certeza originada em meios de comunicação russos.
Essas notícias falsas se espalharam como um incêndio, forçando o Palácio de Buckingham a negá-las. Mas de onde provinha esse ataque global?
Nada mais e nada menos que da Rússia, onde Putin há muito tem funcionando um verdadeiro exército produtor de fake news para semear o caos mental em Ocidente.
Os chefes a seu serviço explicam que estão incumbidos de tocar uma verdadeira guerra psicológica deturpando as informações, passo prévio para desorganizar o “inimigo” e preparar uma futura conquista política ou militar.
Neste casso, os boatos para desmoralizar a coroa britânica se aceleraram exponencialmente depois de serem publicados na rede social Telegram e serem reproduzidos pelo Vedomosti, um dos jornais de negócios mais respeitados da Rússia.
Lá uma foto de Carlos III em uniforme militar cerimonial saiu com uma breve legenda: “Morreu o rei Carlos III da Inglaterra”.
A partir de ali toda sorte de notícias falsas foram glosadas e amplificadas por sites russos próximos ao poder, incluindo o Readovka, um canal pró-Kremlin do Telegram com mais de 2.350.000 assinantes.
Foram difundidas pelo site Mash; na conta pessoal de Vladimir Soloviev, ex-opositor de Vladimir Putin que se tornou o principal propagandista do regime, e pelo site Sotavision.
A página Readovka disse que possuía um documento, aliás de origem desconhecida, que publicou junto com a foto do monarca britânico e o dizer:
“O seguinte anúncio é feito por comunicações fidedignas. O rei faleceu inesperadamente ontem à tarde”, dizia o texto, datado de 18 de março de 2024.
O documento falso ostentava o selo oficial da residência do rei e era uma cópia do anúncio que o Palácio de Buckingham tinha feito quando da morte da rainha Isabel II.
Com essas aparências enganosas, tomou imediatamente conta das redes sociais, onde, conforme o noticiário, foram acrescentados detalhes.
Falsas informações montadas pela guerra psicológica russa. |
No entanto, havia vários indícios que deveriam ter alertado rapidamente as vítimas do embuste que o espalhavam talvez pensando em aumentar suas visualizações.
Os indícios punham e dúvida a credibilidade daquela informação: os seus contornos eram confusos, o formato do texto não correspondia ao utilizado por Buckingham nas suas declarações oficiais.
Sobretudo, a notícia não foi aproveitada por mídia britânica alguma, nem as mais baixamente sensacionalista que sabem como receber milhões de visitas de ingênuos, se seus números são verazes...
Mais recentemente, ocorreu a Putin ameaçar Gra-Bretanha mais uma vez com a bomba atômica.
Decididamente, o ditador do Kremlin e seus asseclas ocidentais disfarçados de conservadores ou religiosos não gostam do país que tantos santos e até Nossa Senhora em La Salette predisseram uma futura conversão que impactaria beneficamente o mundo.
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