terça-feira, 31 de março de 2015

Mídia oficial russa predispõe o país
para holocausto nuclear

Mídia russa prepara povo para aceitar um holocausto nuclear
como um 'sacrifício místico'
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




A mídia russa está apresentando a impensável catástrofe da guerra nuclear como uma possibilidade real e algo que deve ser abraçado com patriotismo místico, comentou a BBC News.

A invasão da Ucrânia entenebrece cada dia mais o horizonte político-militar mundial. E enquanto o Ocidente alarga o leque de medidas retaliatórias, a mídia russa desenvolve para seus leitores o tema da guerra nuclear.

Segundo o jornalista liberal Yuriy Saprykin, o tema virou “lugar comum”. Ele exemplificou com a rádio independente Ekho Moskvy, onde se fala da guerra nuclear “com a naturalidade com que se falaria de um aumento de preço do estacionamento”.

“Por que vocês todos temem tanto a guerra atômica? Por que temem a guerra nuclear?” – interrogou na emissora pró-Kremlin Govorit Moskva o apresentador Aleksey Gudoshnikov.



Ele preparou os ouvintes dizendo que os ataques a Hiroshima e Nagasaki em 1945 não foram tão mortíferos e que os bombardeios aliados de Dresden causaram mais vítimas.

“Esse temor da guerra nuclear está exagerado, segundo meu modo de ver as coisas”, disse o apresentador, que ecoa as palavras de ordem do Kremlin.

Em março de 2014, Dmitriy Kiselev, empresário da mídia oficial, alardeou que a Rússia teria armas para reduzir os EUA a “cinzas radioativas”.

Para o jornal dinamarquês Jyllands-Posten, Kiselev se defendeu dizendo que fez uma observação meramente técnica, e que não se podia achar que ele estivesse pensando nessa “solução final”.

Porém, agora ele voltou mais uma vez ao assunto pelo canal oficial de TV Rossiya 1.

No dia 8 de fevereiro, Kiselev citou frases da doutrina militar oficial fixando os critérios para apelar às bombas nucleares.

Ele sublinhou que as mesmas poderiam ser usadas não só em resposta a um ataque feito à Rússia, mas contra qualquer agressão que “ameace a sua existência”, propósito bastante amplo para justificar um holocausto planetário de consequências imprevisíveis.

“Por que vocês todos temem tanto a guerra atômica?
Por que temem a guerra nuclear?”,
interrogou na Govorit Moskva o apresentador Aleksey Gudoshnikov.
Kiselev defendeu essa sinistra hipótese sublinhando que a decisão caberia pessoalmente ao presidente Vladimir Putin, que “goza do apoio incondicional do povo russo”.

No “Moscow Times”, Aleksandr Golt, analista militar do Kremlin, defendeu a doutrina oficial que qualifica de “inteiramente razoável o uso de armas nucleares”.

A mídia, que transmite a vontade do Kremlin, habitualmente prepara o público para a ideia de que a Rússia enfrenta um desafio existencial de “tudo ou nada” – “nós ou eles” –, que justificaria um ataque nuclear “preventivo”.

O noticiário da TV está prenhe de histórias em que a OTAN aparece montando um esquema de ataque junto às fronteiras russas. Os comentadores pintam um Ocidente ávido de destruir o país.

No dia 25 de janeiro, num talk-show na NTV, do grupo Gazprom-Media, o comentarista pró-Putin Sergey Markov anunciou que o Ocidente prepara o terreno para a “eliminação do povo russo como entidade, visando apagá-lo para sempre da história mundial”.

Tal perspectiva justificaria o uso dos artefatos termonucleares, quiçá mesmo preventivamente.

Kiselev falou em seu show semanal “que a própria existência da Rússia contradiz o plano dos EUA”.

São novas a leviandade e a artificialidade com que a mídia russa dominada pelo governo discute as armas nucleares.

A União Soviética se ufanava de seu arsenal nuclear, mas temia usá-lo. Como explicou Kruchev por ocasião da crise dos mísseis em Cuba, a guerra atômica devia ser evitada.

Mas, agora, porta-vozes como Saprykin estão fazendo o público perder o medo do holocausto atômico, discutindo “como e quando” deveria acontecer.

Dessa preparação em curso do espírito público russo, a BBC News conclui que a guerra nuclear já não é mais impensável.

Em listas da Internet podem se encontrar, desenterradas, frases de Joseph Stalin como “a morte é a solução de todos os problemas. Acabou com o homem, acabou com o problema”.


EUA instala baterias anti-mísseis Patriot na Polônia. 
Rússia monta mísseis balísticos de ataque nuclear em Kaliningrado:



Polônia pede mísseis Tomahawk aos EUA.
A Rússia segue entrando na Ucrânia e intensifica exercícios:


3 comentários:

  1. Típico da cultura da morte que é o socialismo/comunismo.
    E esses vigaristas ainda acusam os EUA e aliados de conturbar o mundo.
    A história tem mostrado e dirá, ao final, quem tem razão se os comunistas ou a Santíssima Virgem de Fátima:

    "A Rússia espalhará seus erros pelo mundo"
    N. Srª de Fátima - Portugal 1917

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  2. Porque essa iniciativa de acostumar os russos com o tema da guerra nuclear? Será que é porque esse tema vai ser a principal manchete futuramente em decorrencia de um ataque nuclear de verdade?

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  3. Uma guerra nuclear seria a extinção da humanidade e que poderia até abrir as placas tectônicas e sugar para o centro da terra toda humanidade, sem falar nos maremotos e terremotos que poderia causar.

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