domingo, 29 de março de 2015

Países Bálticos: o próximo objetivo do Kremlin?

Tanque pró-russo se posiciona perto de Debaltseve, Ucrânia.
Tanque pró-russo se posiciona perto de Debaltseve, Ucrânia.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Vladimir Putin representa um “perigo real e atual” para a Estônia, a Letônia e a Lituânia, e a OTAN se prepara para repelir um eventual ataque russo, declarou em Londres o ministro britânico da Defesa, Michael Fallon, segundo a agência Reuters.

Segundo os jornais “The Times” e “The Daily Telegraph”, o ministro considera que o Kremlin poderia lançar uma operação de desestabilização nas repúblicas bálticas, que outrora foram escravizadas pela URSS e hoje fazem parte da OTAN.

Para Fallon, a Rússia tentaria utilizar os mesmos estratagemas aplicados há pouco tempo na Crimeia e hoje no leste da Ucrânia.

“A OTAN – disse – deve estar pronta para cortar qualquer tipo de agressão vinda da Rússia, qualquer que seja a forma que ela assuma”.


Através do porta-voz do Ministério de Relações Exteriores russo, Alexandre Loukachevitch, a Rússia qualificou as declarações do ministro de intoleráveis e fora da ética diplomática.

“Nós encontraremos meios de responder a esses comentários”, acrescentou o porta-voz.

Caça português ao lado de um canadense em missão de policiamento da OTAN no espaço aéreo da Lituânia
Caça português ao lado de um canadense em missão de policiamento da OTAN
no espaço aéreo da Lituânia
Simultaneamente, a Royal Air Force anunciava ter escoltado mais dois bombardeiros Tu-95 Bear H russos que se aproximavam da costa sul da Inglaterra.

A interceptação aconteceu cerca de Cornualles, sudoeste da Inglaterra, segundo o jornal Clarín,

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, acrescentou que não se deve demorar em demasia na hora de responder à Rússia, para não permitir que ela se adiante no campo do conflito que escolheu.

Linas Linkevicius, ministro lituano das Relações Exteriores, manifestou-se de acordo com Michael Fallon, acrescentando que a ameaça russa é ainda maior e visa também o resto da Ucrânia e a Moldávia: “A Rússia tem uma conduta agressiva no momento que falamos”, disse ele à BBC.

Do ponto de vista do ministério da Defesa britânico, as forças de Moscou “estão testando” a capacidade de resposta militar e o armamento da OTAN, possivelmente para desencadear um ataque contra os países do Báltico “do mesmo jeito que fizeram na Ucrânia”.

“É a primeira vez desde o auge da Guerra Fria que uma coisa dessas acontece, e mostra a necessidade de responder cada vez que eles fazem algo assim”, disse Fallon.

Segundo o diário inglês The Guardian, o ministro disse a jornalistas que o acompanhavam numa viagem a Serra Leoa que a “nova Guerra Fria” já ficou “bastante quente”.

Por sua vez, os ministros de Defesa dos países membros da Aliança Atlântica concordaram em reforçar o estado de prontidão.

A Lituânia restaurou o serviço militar obrigatório na perspectiva de uma guerra com a Rússia
A Lituânia restaurou o serviço militar obrigatório
na perspectiva de uma guerra com a Rússia
Eles criaram uma brigada de intervenção rapidíssima de 5.000 soldados com apoio marítimo e aéreo, e comandos preparados para uma crise de grande envergadura, noticiou RTT News.

O total das tropas já prevenidas para um conflito na frente russa passou de 13.000 para 30.000 soldados, tendo sido criados seis novos comandos em países próximos da Rússia, acrescentou Sputinik News órgão habitual da contra-informação russa.

As estimativas do comando da OTAN apontam a presença de 12.000 soldados russos no leste ucraniano.

Carros de combate, armas e equipamentos bélicos usados somente pelas tropas regulares russas e pelas milícias ilegais sustentadas por Moscou foram exibidas na Praça Mykhailivska, em Kiev.

As repetidas violações do cessar-fogo pela facção pró-russa levanta o temor de que ela esteja reconcentrando seus efetivos em função de um ataque em uma outra frente.


O ministro de Relações Exteriores britânico Philip Hammond acusou Rússia de 'cinismo' na aplicação do cessar-fogo combinado em Minsk e se disse ‘cético’ sobre a vontade do Kremlin de chegar à paz:




A Lituânia se prepara para o pior e reconhece que auxilia Ucrânia:




Um comentário:

  1. O mundo está uma maravilha infernal! Estado Islâmico, decepando os Cristãos... Russia, revivendo a adormecida Guerra Fria... Mostram claramente que a Paz só existe naquele que foi e é crucificado até hoje, Jesus Cristo. A fome insana pelo poder, afasta o homem do verdadeiro valor humano que é viver em paz com os semelhantes e com o seu Criador.

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