domingo, 19 de julho de 2015

Rússia e Ocidente “brandem sabres nucleares”

O míssil balístico intercontinental russo R-36MSS-18 apelidado 'Satan'.
O míssil balístico intercontinental russo
R-36MSS-18 apelidado 'Satan 2'.



O secretário de Estado das Relações Exteriores da Inglaterra, Philip Hammond, aventou a hipótese de o país instalar mísseis nucleares americanos em seu território em resposta à movimentação de mísseis intercontinentais atômicos por parte da Rússia desde a invasão da Ucrânia, informou o site Slate.fr.
“Isso pode vir a acontecer, mas acredito que devemos agir de maneira muito prudente na execução do plano”, respondeu Hammond à BBC.
A posição do ministro reflete o clima de insegurança que domina as altas esferas no Oeste e no Leste da Europa.
“Precisamos enviar uma mensagem clara à Rússia no sentido que não toleraremos que ela viole as linhas vermelhas”, acrescentou Hammond.
Na residência presidencial de Novo-Ogaryovo, perto de Moscou, durante uma entrevista de imprensa conjunta com seu homólogo finlandês Sauli Niinisto, o presidente Putin declarou que a Rússia apontaria suas armas nucleares contra toda força que ameace sua segurança, noticiou a agência Reuters.


O conceito de segurança nacional é muito confuso na boca do presidente russo, servindo-lhe para justificar seus sonhos de grandeza.

Ele apontou com o dedo o projeto da OTAN de montar um sistema de defesa antimísseis na Europa, ideia que tira o sono de Moscou porque reduziria grandemente a capacidade russa de chantagem nuclear.

Ao mesmo tempo em que a Rússia também acusa os EUA de dispor de mísseis de defesa, em violação de um acordo de 1987 proibindo a instalação de foguetes nucleares, ela não hesita em exibi-los sendo instalados até mesmo no enclave de Kaliningrado, nas fronteiras da OTAN.

Putin não foi convidado à reunião dos países do G7, congregando as maiores economias da Terra. A Rússia foi excluída desse grupo após a invasão da Crimeia.

Novo submarino de ataque russo, classe Yasen (Graney class para a OTAN).
Novo submarino de ataque russo, classe Yasen (Graney class para a OTAN).
Putin também corre o risco de ser banido da reunião do G20, grupo das economias emergentes do qual fazem parte o Brasil, a Argentina e o México.

Durante o encontro do G7, o presidente Obama, que habitualmente adota as posições mais moderadas do momento, acusou Vladimir Putin de “procurar fazer renascer a glória passada da URSS, arriscando arruinar a economia de seu país”, registrou a revista francesa ‘L’Express’.
“Ele tem de decidir, disse o presidente americano. Ele quer arruinar a economia de seu país e isolar-se ainda mais em nome da procura insensata da glória passada do império soviético, ou quer admitir que a grandeza da Rússia não depende da violação da integridade territorial e da soberania dos outros países?”, perguntou.
Os demais chefes de Estado e de governo do G7 manifestaram preocupação diante da intensificação dos combates na Ucrânia, onde os separatistas mantidos pela Rússia atacam as tropas ucranianas, violando regularmente o cessar-fogo.

Como se tudo isso não bastasse, o líder russo anunciou durante a abertura de uma exposição militar perto de Moscou:

“Neste ano serão implantados mais de 40 novos mísseis balísticos intercontinentais, capazes de burlar os sistemas de defesa antiaéreos mais sofisticados”, divulgou a agência France Press.

Ele também comemorou a próxima entrada em serviço de um novo submarino lançador de ogivas nucleares, apelidado o “Vladimir Monomaque”.

A intensificação da corrida armamentista na próxima década significará um aumento de despesas estimado por Putin em 81 bilhões de dólares por ano.

A corveta sueca HMS Visby procura submarinos russos na baía de Estocolmo.
A corveta sueca HMS Visby
procura submarinos russos na baía de Estocolmo.
O número não inclui investimentos militares dissimulados em outros projetos.

Fica por se saber se a Rússia poderá topar a parada. Porém os ditadores não se importam em flagelar seu povo, tão injustamente sofrido na Rússia, para atingir seus planos mais escuros.

A OTAN reagiu imediatamente: “É injustificado, é desestabilizador e perigoso”, denunciou em Bruxelas o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.
“A declaração de Putin confirma a conduta da Rússia. Vemos a Rússia investir mais especialmente nas capacidades nucleares”, acrescentou.
O secretário-geral da OTAN defendeu o direito dos aliados de “pré-posicionar seus equipamentos na fronteira oriental”, em resposta à ameaça russa.

O ministro polonês de Defesa, Tomasz Siemoniak, declarou-se favorável “a uma presença militar americana máxima na Polônia e em toda a fronteira leste da OTAN”.

Segundo The New York Times  o Pentágono poderia instalar armas pesadas, como tanques e uma força de até 5.000 soldados na região.

Para fontes da OTAN, ouve-se o “ruído de sabres nucleares” em ambos os lados.


“Brandir de espadas”: OTAN acha que a Rússia age de modo injustificado, desestabilizador e perigoso:







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2 comentários:

  1. 1. O medo de um bispo polaco sobre a inevitabilidade da invasão russa:

    http://www.thetablet.co.uk/news/2267/0/bishop-says-russian-invasion-of-ukraine-looks-inevitable

    2. A Igreja Ortodoxa Russa tem uma noção geográfica bem definida do que entende ser o seu espaço canónico, onde qualquer influência ocidental, em termos políticos, culturais e principalmente religiosos pode ser considerada hostil.

    http://www.interfax-religion.com/?act=dujour&div=208

    Basto

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  2. Rússia prova Míssil Nuclear Com Lançamento de Mísseis Balísticos: http://www.themoscowtimes.com/business/article/russian-submarine-successfully-tests-new-nuclear-missile/506780.html

    Rússia suspendeu a proibição da venda de um sistema de defesa aérea sofisticados para o Irã, atraindo críticas dos Estados Unidos e Israel:
    http://edition.cnn.com/2015/04/14/europe/russia-iran-air-defense-system-sale/index.html

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