domingo, 18 de outubro de 2015

Novo Komintern (antiga Internacional Comunista)
age sob as ordens de Moscou

Manifestação pró-Putin em Paris, associado ao bolivarianismo, entretanto toma ares de 'extrema direita' para dissimular melhor.
Manifestação pró-Putin em Paris, associado ao bolivarianismo,
entretanto toma ares de 'extrema direita' para dissimular melhor.



A Rússia está instalando na Europa uma estrutura ideológica que se assemelha à Internacional Comunista, também conhecida como Terceira Internacional ou Komintern, criada e dirigida outrora pela União Soviética”, denunciou novo relatório do serviço de contra-inteligência da República Checa.

O velho Komintern, criado por Lenine para espalhar a revolução bolchevista no mundo, agiu escancaradamente desde 1919 até 1943.

Em 1943, os EUA e seus aliados exigiram o fechamento dessa Internacional Comunista como condição para o envio de auxílios maciços à URSS, em guerra com a Alemanha e sendo dobrada militarmente por esta.



O ditador Stalin, incapaz de resistir a Hitler, aceitou o condicionamento aliado. Ele também precisava ganhar a condescendência dos aliados, pois tinha iniciado a II Guerra Mundial como aliado do nacional-socialismo alemão.

Porém, o Komintern continuou funcionando dissimuladamente e foi o responsável pela espantosa expansão do império soviético no Terceiro Mundo nas décadas do pós-guerra.

O presidente Putin foi formado na escola da KGB, a polícia que integrava o enorme esquema da Internacional Comunista.

As “bases ideológicas” do novo Komintern, segundo o Serviço de Informação e Segurança Checa, não são bem as mesmas do socialismo leninista, mas sim a ideologia neo-eurasiana entalhada por Aleksandr Dugin ao gosto do atual presidente russo, formado na KGB e no velho Komintern na era em que este funcionava sorrateiramente.

Manifestação pró-Putin em Roma. O novo Komintern apela ao velho anti-americanismo
Manifestação pró-Putin em Roma.
O novo Komintern apela ao velho anti-americanismo
Como o comunismo de sempre, o ‘novo’ nacionalismo populista e antiamericano antipatiza visceralmente com a propriedade privada. Ele foi modelado por Dugin – que age a serviço de Putin – para seduzir um vasto espectro de grupos na Europa que podem ter até um pensamento diverso, mas que partilham um espírito igualitário e anticapitalista.

Assim como a Terceira Internacional, ou Komintern, diz o relatório, a remoçada estrutura russa tem três objetivos estreitamente relacionados, ditados pelos serviços especiais russos.

Uma parte importante da estrutura é confiada aos “agentes de influência” que a Rússia teledirige, financia e instrui, e que sem se dizerem instrumentos de Moscou, trabalham no interior dos países europeus, como a República Checa.

Tais ONGs, partidos ou personalidades “agentes de influência” trabalham há vários anos. Alguns são os continuadores das intrincadas redes soviéticas de infiltração, as quais ficaram “dormitando” durante os anos do fim da União Soviética.

O primeiro objetivo da nova Internacional e de seus agentes de influência é apoiar a política exterior russa disseminando os pontos de vista de Moscou sobre as questões de atualidade.

Ativistas prò-Putin diante da embaixada russa em Budapeste. A Hungria foi uma das grandes vítimas da URSS que ressurge ardilosamente.
Ativistas prò-Putin diante da embaixada russa em Budapeste.
A Hungria foi uma das grandes vítimas da URSS que ressurge ardilosamente.
O segundo objetivo é criar a impressão, nos países visados, de que as respectivas populações partilham as posições de Vladimir Putin e da estratégia russa.

Esse objetivo deve ser procurado por meio de instituições locais integradas por nacionais do país-alvo que promovem ostensivamente os pontos de vista de Moscou através da mídia, e especialmente e da Internet.

O terceiro também repete o esquema do Komintern e visa recrutar agentes e espiões “insuspeitos”, sem militância pró-russa escancarada, que fornecerão a Moscou os tipos de informações que poderão ser utilizadas contra os governos nacionais, contra a OTAN e as instituições europeias.

Esse objetivo inclui minar as atividades econômicas de empresas ou órgãos chaves do “adversário”. E implica reunir e transmitir a Moscou dados econômicos ou políticos utilizáveis pelo Komintern de Putin.

Segundo o relatório, Moscou está especialmente interessado em trabalhar as comunidades russófonas nos países ocidentais que poderão servir de pretexto para intervenções militares, como a que está em andamento na Ucrânia. Também Putin pede um trabalho especial para sabotar o apoio do mundo livre a Kiev, noticiou a agência Euromaidan.


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