Marina Ovsyannikova salvou a vida pela repercussão do protesto |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Em março, Putin ordenou limpar Rússia da “escória de traidores” que trabalharia para os EUA dando notícias desastrosas da guerra e criticando-a no seu círculo íntimo.
A ameaça saiu depois que Marina Ovsyannikova da TV estatal Channel One exibiu um cartaz atrás do locutor do noticiário que dizia: “Eles estão mentindo para você”.
Quase 15.000 russos foram detidos em protestos contra a guerra, dezenas de milhares se exilaram e uma nova lei pune com até 15 anos de prisão a quem noticie o mal rumo da guerra.
Desde então, as mortes misteriosas de oligarcas e de suas famílias somam dezenas. A maioria foi alvo de “suicídios” análogos.
Alexander Tyulyakov, vice-diretor do tesouro da Gazprom, a todo-poderosa empresa estatal de energia, apareceu enforcado na garagem de seu apartamento.
Os médicos legistas foram expulsos do local pelos serviços de segurança.
Mikhail Watford, magnata do petróleo e do gás também foi achado enforcado na sua casa em Londres.
Sergey Protosenya foi achado enforcado. Sua mulher e sua filha massacradas a facadas e machadadas na sua villa em Lloret de Mar, Costa Brava |
O milionário Vasily Melnikov líder da farmacêutica MedStom, foi outro morto a facadas junto com sua esposa e dois filhos em seu apartamento de Moscou.
Vladislav Avaev, ex-vice-presidente do Gazprombank, sua esposa e filha foram crivados de balas na capital russa.
Vladislav Surkov, o “Rasputin de Putin” foi colocado em prisão domiciliar sem se saber as razões.
Os serviços de inteligência e das forças armadas não passam melhor. O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, reapareceu, em trajes civis.
O general Valery Guerasimov está ‘volatilizado’ desde 11 de março e não apareceu na solene parada militar do 9 de maio.
Viktor Solotov, chefe da Guarda Nacional está desaparecido |
Para os serviços de inteligência britânicos, cerca de 150 agentes dos serviços russos foram dispensados ou presos, como seu diretor, o tenente-coronel Serguey Beseda que dorme na sinistra prisão de Lefortovo.
As pesquisas falam de um apoio popular esmagador à campanha militar. Mas quem se diria em desacordo quando a lei criminaliza as críticas à guerra?
Magnatas se manifestam timidamente porque as sanções do Ocidente congelaram bilhões de dólares nas contas no exterior.
Anatoly Chubais, czar da privatização da era Yeltsin está fugitivo.
A chefe do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiullina, apresentou sua renúncia e Putin não a aceitou.
Bilionários, banqueiros, ex-funcionários falam sob anonimato que o presidente não ouve ninguém, está cada vez mais isolado e só dá crédito a um punhado de oficiais linha-dura.
Putin pode ter que ceder o controle da guerra durante uma cirurgia de câncer , porém desconfia de todos em quem vê “traidores”.
Mas, preferiria Nikolai Patrushev, chefe do Conselho de Segurança, um dos arquitetos da guerra.
Putin teria câncer abdominal e Parkinson avançado há 18 meses, mas atrasa a cirurgia para anunciar o triunfo em Ucrânia no Dia da Victoria.
Putin passa frio no Dia da Vitória, 9 de maio |
Putin quer uma guerra total com mobilização em massa dos homens em condição de lutar mas está enviando jovens sem experiência a uma morte muito provável.
Putin não confia em novas medicações, seu médico foi afastado acusado de charlatão e seu estado psicopático é comparado com o de Hitler nos últimos dias.
Um dos maiores temores é que o líder em crise solte a guerra atômica antes de desaparecer.
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