segunda-feira, 19 de julho de 2021

Ditador bielorrusso
interdita hino nacional que invoca Deus

Bielorrussos agitam as cores nacionais cantando o Hino a Dieus que causou as cóleras de Lukashenko e de Putin.jpg
Bielo-russos agitam as cores nacionais cantando o Hino a Deus
que causou as cóleras de Lukashenko e de Putin.jpg
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O Presidente da Bielo-Rússia, Aleksandr Lukashenko, voltou-se contra as igrejas católicas que cantem o hino religioso-patriótico “Deus Forte” (Magutnyj Boža) no dia da independência nacional, segundo registrou a agência Asia News.

O hino é uma oração a Deus – o grande odiado pelo presidente ateu – implorando o bem-estar para a Bielo-Rússia.

A letra foi composta em 1943 (sob ocupação nazista) pela poetisa católica Natalia Arsenieva e a música pelo compositor Nikolaj Ravenskij em 1947 (sob a bota soviética), se tornando muito popular.

Lukashenko inventou que é um “hino fascista” pois diz, entre outras coisas: “Deus poderoso! Senhor dos universos / Na Bielo-Rússia, quieta e amigável / Vós irradiaste os raios de Vossa glória. etc.”

Nada a ver com nada, mero ódio ateu do ditador putinista.

O hino foi cantado mais uma vez no feriado nacional de julho na igreja católica da Assunção da Virgem Maria. E é certo que os bielorrussos sentem no hino uma increpação ao ditador que prolonga o velho regime soviético.

Lukashenko o recebeu como uma provocação: “Eles querem subverter a nossa memória histórica, reabilitar seus avós e bisavós e concluir o que começaram”.

“Querem destruir nosso Estado soberano, prosseguiu, agitando bandeiras mercenárias e exaltando a canção dos servos católicos dos nazistas, mas faremos vocês pagar por isso”, ameaçou o presidente.

Manifestantes com a bandeira tradicional.
Manifestantes com a bandeira tradicional.
As “bandeiras mercenárias” são os patrióticos pavilhões branco-vermelho-brancos, símbolo do país antes da ocupação soviética.

Lukashenko restaurou o emblema vermelho e verde da antiga república soviética da Bielo-Rússia removendo por astucia a foice e o martelo.

Também mudou a data da Independência para 3 de julho de 1944, dia em que os exércitos soviéticos ocuparam o país.

A Igreja Católica bielo-russa havia aceitado o convite presidencial para celebrar uma oração comum “pela Bielorrússia” nesse dia de 2021.

E ordenou cantar o suave hino Magutnyj Boža no final de todas as missas, como explicou o notário da cúria da arquidiocese de Minsk-Mogilev, pe. Roman Straško.

Em 1993, o Alto Conselho da Bielorrússia propôs que esse canto católico fosse adotado como hino nacional da Bielorrússia.

Em 2003, no 100º aniversário da autora foi inaugurada uma placa com sua imagem e o texto do hino ao Deus poderoso em frente à casa-museu perto de Minsk.

Porém, em 2020 tornou-se um dos símbolos dos protestos anticomunistas em todo o país, e o piedoso hino é cantado pelas massas nas passeatas em oposição ao “presidente usurpador”

Putin não quer uma nova Ucrânia em suas fronteiras
Putin não quer uma nova Ucrânia em suas fronteiras

A ditadura de Lukashenko é o último baluarte ostensivo das ditaduras soviéticas que oprimiram os povos da Europa Central. Até a polícia conserva o velho nome sinônimo de crime e terror: a temida KGB.

Lukashenko é sustentado por Vladimir Putin, ele também ex-membro da KGB russa.

Quando as manifestações populares estavam a ponto de derrubar o ditador, o dono do Kremlin ameaçou invadir o país para reprimir os opositores.

Chegou até a mobilizar grande número de tanques na fronteira e suscitou alarme na NATO.

Putin quer evitar a todo custo que se repita na Bielorrússia a onda de indignação popular acontecida na Ucrânia e que enxotou o ditador pró-russo Viktor Yanukovytch.

A sempre lembrada insurreição anticomunista que teve seu epicentro na Praça Maidan, na capital ucraniana de Kiev, passeia como um fantasma pelos pesadelos do ditador russo.


O proibido hino nacional que invoca a Deus





2 comentários:

  1. INFELIZMENTE O COMUNISMO NÃO ACEITA O NOSSO DEUS.
    ENQUANTO A HUMANIDADE NÃO SE VOLTAR PARA DEUS, A PANDEMIA CONTINUARÁ.

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  2. Esperando você falar que a empresa Pegasus que trabalha para o governo do "povo eleito" de Israel está espionando até mesmo "aliados, como se o "povo eleito" tivessem aliados.

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