terça-feira, 26 de outubro de 2021

Marinhas russa e chinesa provocam o Japão e os EUA

Barcos rusos e chineses entram no Mar do Japão
Barcos russos e chineses entram no Mar do Japão
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Dez navios de guerra russos e chineses cruzaram o estreito de Tsugaru de apenas 19,5 km entre as duas principais ilhas que constituem o arquipélago do Japão.

Ninguém escondeu: foi mais uma provocação direta ao Japão e aos EUA no Pacífico. A repercussão foi mundial e vem se repetindo com cada vez maior intensidade, número e volume de armas engajadas, noticiou Yahoo!

Foi a primeira vez que China e a Rússia efetivaram essa “façanha”.

A onda de Pequim contra seus vizinhos e com especial ênfase contra os EUA teve o alarmante ingrediente da provocadora Rússia de Vladimir Putin. Até o presente ela tinha poupado o Mar da China e o Mar do Japão de suas desfaçatezes.

A provocação teve lugar no dia 18 de outubro e foi confirmada pela marinha japonesa.

O Japão não permite que outras marinhas de guerra passem pelo estreito, abrindo apenas uma exceção para os EUA e seus navios com ogivas nucleares. A passagem é livre para efeitos comerciais e civis em geral.

A marinha costeira da China promove permanentes atritos com seus equivalentes japoneses a propósito do conjunto de ilhas Senkaku desabitadas e seu correspondente zona econômica exclusiva.

Também a Rússia vive disputando com o Japão pela soberania das ilhas Curilas. A recuperação até manu militari é uma das bandeiras nacionalistas de Vladimir Putin.

Em 7 de julho de 2005, o Parlamento Europeu instou a Rússia a devolver ao Japão as Ilhas “ocupadas” da Curilas do Sul. Ambos países continuam inflexíveis em suas posições.

Navios de guerra americanos no Mar do Japão
Navios de guerra americanos no Mar do Japão
Desde 2012, todo ano chineses e russos fazem exercícios navais conjuntos em águas internacionais no mar do Japão.

Em 2021 foram engajadas dezenas de navios modernos e poderosos, como destroieres e submarinos.

No fim do exercício, cinco destroieres lança-mísseis chineses da classe Renhai, a mais avançada do país, e mais cinco belonaves russas se separaram do grupo e entraram no estreito de Tsugaru em direção ao oceano Pacífico.

Por certo, a moderna mas inexperiente marinha chinesa e ainda menos a vetusta marinha russa, não poderiam considerar uma batalha contra a marinha dos EUA e de seus aliados.

Porém, o fato demonstra uma atitude de provocação de sua força bélica do mar.

Mas um grave atrito nessa região estratégica poria em perigo a paz mundial e poderia derrubar a combalida economia ocidental.

A ameaça sino-russa acontece entre repetidas ficções de invasão de Taiwan pela China marxista tendo se registrado nas últimas semanas perto de 150 incursões aéreas de jatos e bombardeiros contra Taipei.

A escalada bélica de Xi Jinping faz parte da agressiva Guerra Fria 2.0 iniciada pelo então presidente Donald Trump, quem paradoxalmente mantinha fraternas relações pessoais com Putin.

Biden continuou com a cooperação militar crescente com o Japão, além de Índia e Austrália.

A China tampouco cessa de provocar incidentes fronteiriços com a Índia nos quais morreras dezenas de soldados no Himalaia.

Modelos de submarinos nucleares americanos e britânicos em construção.
Modelos de submarinos nucleares americanos e britânicos em construção.
O recente pacto militar dos EUA, da Grã Bretanha e da Austrália denominado AUKUS transfere aos australianos submarinos nucleares com tecnologia americana e britânica, e abre para os EUA portos no sul do quintal estratégico chinês.

A China se encosta militarmente cada vez mais em Moscou, que ateia a pior fase da Guerra Fria pós II Guerra Mundial contra a Otan (aliança militar ocidental) no Leste Europeu.

Pequim também diz ter testado armas hipersônicas de que só Putin se tinha orgulhado.

A frota russa do Pacífico está baseada há muito em Vladivostok.

Durante o recente exercício sino-russo, um barco de guerra americano teria entrado na área de exercícios de tiro e foi afastada. Os EUA negaram a intrusão, mas os russos fizeram um protesto formal.

O temor que percorre o mundo é que nesse bailado de atritos e provocações num contexto de hostilidade recíproca nos disputados mares no Sul e no Leste da China, degenere numa confrontação militar de maiores proporções.

Acresce que Vladimir Putin continua recebendo informações para ele alarmantes de desconformidades populares em numerosas regiões do império russo. Ele alimenta um constante estado de animosidade contra os países ocidentais para tentar manter a coesão interna numa histeria nacionalista continuamente excitada.

E ninguém sabe ao certo no que pode dar os sinais de derrubada da economia chinesa e de revolta de maiorias ilusionadas com a possível abertura à propriedade privada, além da potencial insurgência de minorias étnicas, como os uigures e os tibetanos, de momento esmagados pela ditadura socialista.



Culminação provocativa do exercício naval russo-chinês “Interação marítima 2021” no Mar do Japão




O Admiral Tributs russo encosta num destrutor americano para afasta-lo no Mar do Japão




4 comentários:

  1. As provocações vem dos 2 lados:

    https://www.youtube.com/watch?v=3sat3DdPVXk

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  2. Chineses e russos sempre gostaram de provocar. O Japão é um aliado hoje, do Ocidente, mas já foi inimigo também. A Grande questão é o expansionismo da China, principalmente, e da Rússia também. China quer invadir Taiwan em breve. Que o Pai nos proteja.

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  3. Você faz muito bem em mostrar as estratégias da Rússia e China, mas quando se omite que o Titio Sam faz o mesmo, dá a entender que parece que temos que escolher um lado, e nós brasileiros não temos que escolher lado nenhum.

    Do que eu estou dizendo? Disso aqui:

    https://www.youtube.com/watch?v=kqWDMRVGTdo

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    1. Amigo, vasculhando o seu site, o que mais vejo é bajulação de sua parte para o Titio Sam.
      O Titio Sam NÃO é exemplo para ninguém.
      China, Rússia, titio Sam, e outros países, NÃO são exemplos para a gente seguir.

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