domingo, 18 de dezembro de 2022

Putin em crise planeja fugir para América do Sul?

Fantasmas de desgraças angustiam Putin até no 'Dia Vitoria'
Fantasmas de desgraças angustiam Putin até no 'Dia Vitoria'
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Segundo diversos órgãos de imprensa Putin e seus mais próximos teriam cogitado um plano para fugir da Rússia, resumiu o jornal francês “L’Indépendant”

O plano denominado “Arca de Noé” está sendo pensado para o caso de o pior cenário se tornar realidade em decorrência dos fracassos na invasão da Ucrânia e os protestos e dissidências que crescem no interior de seu país e até entre seus mais categorizados apoiadores “oligarcas” e generais.

Entre os órgãos de imprensa que divulgaram inicialmente a informação figuram a revista americana “Newsweek”, e a MSN

A fonte é o testemunho do ex-escritor dos discursos de Putin, Abbas Gallyamov, também analista político, quem diz que os russos adaptam esse plano em caso de derrota na Ucrânia.

O “Arca de Noé” envolve a fuga dos principais líderes russos, incluindo Putin.

Para Abbas Gallyamov o próprio Putin está confundido con suas mentiras
Para Abbas Gallyamov o próprio Putin está confundido com suas mentiras
O destino da fuga seria em primeiro lugar a Venezuela, mas também poderia ser a Argentina, e após a vitória de Lula, o Brasil. A China é outra hipótese, porém mais remota.

“Como o nome sugere, trata-se de encontrar novas terras onde você pode ir caso fique completamente desconfortável em sua terra natal”, escreveu Gallyamov na rede social Telegram, um texto recolhido pela “Newsweek”.

“A comitiva do líder não descarta que ele perca a guerra, perca o poder e tenha que evacuar com urgência para algum lugar”.

Gallyamov vive em Israel, onde está exilado desde 2018.

O projeto fez lembrar a nunca demonstrada fuga de Adolf Hitler pela Argentina enquanto seu III Reich caia em pedaços.


domingo, 11 de dezembro de 2022

A graça de Fátima agindo na Ucrânia (2)

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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diversos blogs








continuação do post anterior: A graça de Fátima agindo na Ucrânia


Quando caiu a União Soviética, cerca de 300 mil católicos emergiram das catacumbas, mas, segundo estimativas atuais, na Ucrânia eles são cinco ou seis milhões.

Pois tendo os católicos resistido ao comunismo — ao contrário dos “popes” cismáticos, que lhe foram submissos —, muitos ex-cismáticos passaram para a Igreja Católica, como outrora os “uniatas”.

Plinio Corrêa de Oliveira observou que “avalanches de pessoas da Igrejas Ortodoxas desejam entrar para a Igreja Católica. Isto é uma conversão.

Mas a Ostpolitik da Santa Sé não simpatiza com elas porque abalam as relações entre o Kremlin e o Vaticano
. A Ucrânia junto com a Polônia e os países bálticos podem formar uma faixa católica em extremo perigosa para o comunismo”. (Anotações, 25-9-90)


As sucessivas intervenções da Ostpolitik vaticana para frear essa tendência não tiveram êxito.

Indagado sobre a ação da graça de Nossa Senhora de Fátima na ex-URSS, o Prof. Plinio afirmou:

“Onde vejo uma possibilidade mais saliente de conversão é na Ucrânia pisoteada, onde os católicos resistem com heroicidade, e cismáticos começam a se converter.

“Os torcionários do clero cismático produziram o sofrimento do povo e se degradaram muito ante a opinião pública.”

Ele via que essa tendência para a conversão acarretaria uma possibilidade de apostolado católico em toda a Ásia, “pois não há região da Índia, da China, da Pérsia, em que a Sibéria ao longo dos tempos não pudesse funcionar como um chuveiro gotejando Fé”(Conferência em 11-7-92).

Isso acontecendo, realizar-se-ia a previsão do Papa Urbano VIII: “Por meio de vós, meus ucranianos, eu espero converter o Oriente”.(Cfr. Miroslav Zabunka e Leonid Rudnytzky, The Ukrainian Catholic Church, 1945-1975, St Sophia Association, Philadelphia, 1976, p.9)

Tal perspectiva encoleriza a Rússia de Putin e o “Patriarcado de Moscou”, o qual explora a simpatia do Papa Francisco pelo presidente russo para bloquear esse movimento.

Em fevereiro de 2016, o Pontífice desceu na capital da Cuba castrista para assinar uma Declaração Comum com o Patriarca Kyrill, vetando o “uniatismo” e a conversão de grandes grupos de cismáticos ao rito greco-católico.(Cfr. Flagelo russo)

O vaticanista Sandro Magister escreveu, em 8 de junho de 2018 (data corrigida), que uma comitiva desse Patriarcado em Roma ficou eufórica pelo “modo com que Francisco abraçou as teses do patriarcado de Moscou e, pelo contrário, condenou com palavras muito ásperas as posições da Igreja greco-católica ucraniana”.(Sandro Magister)

Não espanta que nesse mesmo ano o chefe do “Patriarcado de Moscou” tenha ameaçado o “cisma ucraniano” com um “derramamento de sangue”, segundo noticiou o site Unisinos

Ele se referia aos cismáticos que trocavam o “Patriarcado de Moscou” por outra igreja cismática, mas se aproximavam do catolicismo.

Pseudo “Patriarca de Moscou” Kyrill justifica os piores crimes
Pseudo “Patriarca de Moscou” Kyrill justifica os piores crimes
Agora, Kyrill fez a apologia da guerra de Putin contra a Ucrânia como uma “guerra moralmente justa e útil” contra um “Anticristo”, aduzindo pretextos “conservadores”.

Nos antros de Moscou reina o pavor diante da expansão da graça de Fátima no mundo eslavo. Os fatos atuais fornecem uma clave de interpretação religiosa com um fundo de esperança, apesar dos sofrimentos causados na martirizada Ucrânia.

A mão da Providencia conduz o mundo russo à conversão na atual guerra


Bem antes de invadir a Ucrânia, Putin e seus oligarcas trombeteavam que em 48 horas o exército russo tomaria Kiev, a capital ucraniana, e apagaria do mapa um país que para eles não deveria existir.

Quando, porém, após a fracassada tentativa, as colunas russas se retiraram vergonhosamente, entre os incontáveis restos de veículos havia um caminhão com fardas de gala com a medalha da “Vitória de Kiev”, para os soldados ostentarem na almejada passeata da vitória...

A diferença numérica de ambos os exércitos levou o oligarca Konstantin Malofeev, que se diz cristão, a exaltar o esmagamento da Ucrânia.

Mas no momento em que escrevemos esta matéria a situação se inverteu e os ucranianos estão conseguindo por em fuga os exércitos de Putin. — O que aconteceu?

Nuves com forma de anjos sobre Kiev quando os russos pareciam vence
Nuvens com forma de anjos sobre Kiev
quando os russos pareciam vence
Seria simplificação falar em milagre. O noticiário aponta para uma convergência de fatores naturais contra o Moloch assassino, mas é impossível não se perguntar sobre a ação da Providência. Vejamos esquematicamente.

1. Quando Kiev estava quase cercada, apareceram no céu nuvens formando uma figura parecida com São Miguel Arcanjo, padroeiro da cidade.

Os fiéis telefonaram para o arcebispo-mor greco-católico Dom Sviatoslav Schevchuk.

Ele esclareceu em vídeo que se tratava de nuvens, mas que Deus pode se manifestar por meio de elementos naturais. E concluiu:

“Hoje percebemos que o comandante-em-chefe da hoste celestial está lutando pela Ucrânia. Hoje rezamos: ‘Ó São Miguel Arcanjo e toda a milícia celestial, derrubai o demônio que deseja nos derrubar!’”.

2. O “Patriarca de Moscou” Kyrill, vistoso agente de propaganda de Putin, qualificou a invasão de ‘justa’ e ‘santa’. Ele é o chefe da igreja russa, dita ortodoxa.

Diante dos crimes de guerra do exército russo, bispos, sacerdotes e muitos fiéis querem depô-lo, diretamente ou em assembleia, mas temem represálias de Putin.

Por isso pensam abandonar essa igreja cismática, aumentando assim as chances de conversões à Igreja Católica.

3. Aproximadamente seis mil cidadãos russos foram presos nas manifestações contra a guerra nas grandes cidades da Rússia.

Correm incessantes boatos em Moscou de que generais descontentes desejavam depor Putin, que sem dar explicação destituiu alguns deles.

4. A “guerra psicológica” de Putin durante três décadas foi de que ele era um novo “Carlos Magno” ou “Constantino”, líder mundial dos “conservadores”.

Soldado ucraniano põe terço no pescoço
Soldado ucraniano põe terço no pescoço
As atrocidades da guerra revelaram quem é ele... Putin mostrou ser o maior criminoso do século, continuador — como ele sempre disse — de Stalin, cuja URSS sonha restaurar.

5. Sete generais russos morreram na Ucrânia. Um deles — que havia prometido a vitória em 48 horas, mas que após 30 dias perdeu metade de seus homens e deixou o resto sem comida, água e diesel — foi intencionalmente esmagado por um tanque dirigido por um soldado russo enfurecido.

Quando escrevemos já são 15 os oficiais de alta patente mortos na Ucrânia. Os generais assumiram a liderança das unidades que se negavam a avançar, ficando mais expostos.

Inexplicável falha nas comunicações russas levou oficiais a usarem celulares que fornecem a geolocalização deles, facilitando assim a pontaria ucraniana.

6. O seminário católico de Vorzel, perto de Kiev, foi saqueado.

Imagem de Nossa Senhora de Fátima profanada por invasores russos no seminário de Vorzel, perto de Kiev
Imagem de Nossa Senhora de Fátima profanada por invasores russos
no seminário de Vorzel, perto de Kiev
Dom Vitaliy Kryvytskyi, Bispo de Kiev, contou que os russos quebraram uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e saquearam pilharam tudo o que puderam, mas não conseguiram matar ninguém.

7. Moscou comemorou a ocupação da área da antiga usina nuclear de Chernobyl, expulsou seus engenheiros e seguranças, e montou um grande acampamento militar sobre o interditado depósito de cinzas radioativas apelidado “Floresta vermelha”, pela estranha cor que adquiriram os pinheiros.

Foram além. Cavaram trincheiras, abriram estradas e usaram da água, absorvendo radioatividade.

Após um mês, os soldados sofriam estranhas doenças, até se detectar a causa. A tropa se revoltou e o acampamento foi abandonado.

O último comboio de doentes partiu com 300 soldados cujo prognóstico de vida é de apenas um ano.

8. A força aérea russa deveria ter ficado com a supremacia nos primeiros dias por sua imensa superioridade, mas até hoje não ousa entrar no espaço aéreo ucraniano.

Nossa Senhora atingida por bombardeio russo em Kherson
Nossa Senhora atingida por bombardeio russo em Kherson
Os pilotos alegam a eficácia da pequena aviação da Ucrânia, voam até a fronteira, disparam seus mísseis e voltam para as suas bases.

9. O número de tanques ucranianos aumenta constantemente, apesar das perdas na guerra. Muitos russos desmoralizados fogem de seus tanques e abandonam o combate.

Outros sabotam seus veículos e voltam a pé, alegando avarias. Camponeses ucranianos transformavam esses veículos em caminhões para a lavoura.

Um militar russo entregou sua unidade intacta em troca de dez mil dólares e um RG ucraniano, enquanto seus colegas voltavam a pé para suas casas. Foi feita uma tabela com o preço de cada arma útil mais o RG.

A cidade clave de Kherson foi abandonada pelos russos. 20.000 soldados ou mais de unidades de elite a deixaram sem combater, mas tendo sabotado toda a infraestrutura.

Abandonaram também aos reservistas russos e mercenários notadamente do grupo Wagner que recolhe criminosos dos cárceres russos e se entregaram à pilhagem.

10. Usando mísseis portáteis diversos, punhados de soldados ucranianos de infantaria arrastam-se pelas plantações, emboscam colunas de tanques pesados e as põe em fuga.

11. Em Lviv, segundo testemunha, as procissões católicas em torno das igrejas não cessam, e quando soam os alarmes de bombardeio, são transferidas para os porões ou criptas das igrejas.

A guerra não terminou e momentos ainda mais trágicos se anunciam.

Uma coisa, porém, é certa: a mão da Divina Providência está pesando a favor dos católicos ucranianos contra os inimigos da civilização cristã.

A hora da conversão da Rússia prometida por Nossa Senhora em Fátima parece se aproximar.




domingo, 4 de dezembro de 2022

A graça de Fátima agindo na Ucrânia


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Deus quer que sua glória tenha realizações históricas nos povos, razão pela qual os russos e os ucranianos, na presente guerra, atraem as atenções universais.

A Rússia foi a única nação apontada por Nossa Senhora em Fátima, em relação com o triunfo de seu Imaculado Coração.

Quando Ela apareceu, em 1917 a Ucrânia integrava a Rússia, da qual ela é o próprio berço.

Agora Deus permite essa guerra, não sendo difícil considerar sua relação com a Mensagem de Fátima e o Reino de Maria nela anunciado.

Talvez o leitor fique surpreso com o silêncio que se faz sobre os planos de Nossa Senhora. Para entender melhor essa situação, é preciso voltar no tempo.

Batismo da Rússia


Até o ano de 988 o mundo eslavo de origem étnica viking incluía, numa imensidade territorial sem muita organização, as futuras Ucrânia, Rússia, Bielorrússia e partes de outros países.

Caudilhos se impunham pela força das armas e usavam títulos de czares, césares, reis ou análogos.

O nome Rus ou Rutênia significaria “remadores”, pois os vikings dominavam os grandes rios das estepes remando em seus barcos.

Naquele ano a primazia era de Kiev, hoje capital da Ucrânia, onde com a morte do príncipe Igor assumiu a regência (945 a 969) a viúva Santa Olga.

Ela foi a primeira soberana eslava batizada (em 945 ou 957), recebendo o nome cristão de Yelena em memória da imperatriz de Constantinopla.

Santa Olga defendeu o trono de seu filho Sviatoslav I contra rebeliões ferozes.

Não conseguiu convertê-lo, mas seu neto, São Vladimir o Grande, reinou de 980 até 1015 com os títulos de Grão-Duque de Kiev e de todas as Rússias, ou ‘Tsar de todas as Rússias’.

São Vladimir o Grande, príncipe de Kiev e primeiro ‘Tsar de todas as Rússias
 São Vladimir o Grande, príncipe de Kiev e primeiro ‘Tsar de todas as Rússias
São Vladimir foi batizado perto de Sebastopol (Criméia), cidade que possui uma catedral com seu nome.

Depois voltou para Kiev, onde toda a sua família e o povo pediram o batismo.

Tudo isso na década do ano 990. O Batismo de Kiev levou o mundo eslavo a se tornar católico.

O príncipe abateu os monumentos pagãos, destruiu os ídolos, combateu a bebedeira, trabalhou pela conversão de seus súditos e edificou numerosas igrejas, entre as quais a da Dormição da Virgem, primeiro templo em pedra do país.

O Patriarca de Constantinopla doou à nova catedral um esplêndido mosaico de Nossa Senhora. De Moscou só se tem uma primeira notícia no ano 1147.

Cisma diabólico e santo “uniatismo”

O demônio, que já agia no seio da Igreja, assanhou-se contra o império eslavo e católico nascente.

O Papa Pio XI explicou o fato na encíclica Ecclesiam Dei, de 11-11-1923.

No ano 1054, o patriarca de Constantinopla, Miguel I Cerulário (1000-1059), provocou o Grande Cisma do Oriente, infestado de heresias.

Ele era a cabeça do rito greco-católico estabelecido por São João Crisóstomo e, qual novo Lúcifer, arrastou legiões de bispos e fiéis à perdição.

Os Papas procuraram trazê-los de volta ao redil de Cristo. Pio XI destaca entre eles o papel de São Gregório VII, que invocou as bênçãos celestes sobre Demétrio, príncipe de Kiev e rei dos Russos, e sobre a rainha, a pedido do filho do casal que estava em Roma.

Os Papas Honório III, Gregório IX e Inocêncio IV enviaram legados aos príncipes, até que, em 1255, com a unidade refeita, o Núncio coroou Daniel, filho de Romano, como rei de todas as Rússias.

Esta união durou muitos anos, ensina a Ecclesiam Dei, malgrado os percalços. Notadamente a invasão mongol da Europa pela Horda Dourada de Batu Cã e Subedei, uma das guerras mais letais da História, entre 1236 e 1242.

Eles devastaram a Rússia e chegaram até a Polônia e a Romênia, derrotando os austríacos, os húngaros e os cavaleiros teutônicos. Na Hungria, mataram metade da população.

Finalmente retornaram à Ásia, mas conservaram Moscou, onde se fundiram com a população eslava local.

No Concílio de Florença (1431-1445), conhecido como de Basileia, Dom Isidoro, Metropolita de Kiev e de Moscou, cardeal da Santa Romana Igreja, em nome de todos os povos de sua língua, jurou conservar santa e inviolável a unidade na fé de Roma, ratificando a promessa de 1255.

Mas o inferno contra-atacou em 1453, quando o otomano Maomé II tomou Constantinopla, onde, segundo os erros cismáticos, residia o Espírito Santo após abandonar Roma.

Convencidos pela calamidade de que o Espírito Santo não poderia estar nessa cidade, os bispos do rito grego-católico reuniram-se com legados pontifícios no Concílio de Brest (1595-1596), na atual Bielorrússia, e juraram se submeter aos Papas de Roma.

Daí procede o nome “uniata”. O Papa Clemente VIII confirmou o referido Concílio na Constituição Apostólica Magnus Dominus e convocou a Igreja para agradecer a Deus pelo passo dado.

Mas o tsar de Moscou, Teodoro I — filho de Ivã IV, o Terrível — não aceitou tal decisão porque, como seus antecessores, utilizava-se dos bispos para consolidar suas conquistas.

Convocou então um Sínodo e, sob ameaça de morte, obrigou os bispos a se dobrarem ante um “Patriarcado de Moscou” de sua invenção, bem como a reconhecerem que o Espírito Santo estaria em Moscou — a dita Terceira Roma, após Roma e Constantinopla.

São Josafá Kuntsevytch (1580-1623), mártir. Túmulo em São Pedro, Vaticano
São Josafá Kuntsevytch (1580-1623), mártir. Túmulo em São Pedro, Vaticano

“Por meus ucranianos, espero converter o Oriente”


Contudo, o Arcebispo de Polotsk (Bielorrússia), São Josafá Kuntsevytch (1580-1623), resistiu e baniu os cismáticos, sendo por isso martirizado em Vitebsk, no ano 1623.

A brutalidade do crime estarreceu muitos cismáticos, que acabaram se reunindo na Igreja greco-católica ucraniana, fiel a Roma.

Por ocasião da beatificação desse mártir, em 1643, o Papa Urbano VIII defendeu a União de Brest com palavras que se revestem de importância em nossos dias:

“Por meio de vós, meus ucranianos, eu espero converter o Oriente”. (Cfr. Miroslav Zabunka e Leonid Rudnytzky, The Ukrainian Catholic Church, 1945-1975, St Sophia Association, Philadelphia, 1976, p.9.)

São Josafá foi canonizado por Pio IX em 1867 e seus restos mortais são venerados numa urna de cristal na Basílica Vaticana.

Em sentido contrário, o Patriarcado de Moscou foi extinto pelo mesmo capricho dos tsares que o criaram.

Em 1721, Pedro o Grande, achando-o uma velharia incompatível com a modernização do império, acabou enterrando-o por quase dois séculos, até que, aproveitando-se da derrubada da monarquia pelo comunismo, alguns bispos cismáticos interesseiros o restauraram.

A Revolução bolchevista precisava daquele patriarcado para enganar mais facilmente o povo, e o recompôs com a condição de ele pregar o socialismo.

O Soviete dos Comissários do Povo, tribunal do terror marxista, concedeu-lhe cidadania em 5-2-1918.

Com as sucessivas chacinas comunistas, dos 50.960 clérigos cismáticos — os ditos “popes” — então existentes, só restaram 5.665.

Dos 90.000 monges sobraram algumas centenas; e das 40.500 igrejas e 25.000 capelas cismáticas restaram apenas 4.255, e mesmo assim em ruínas.

O ‘patriarca’ Tikhon protestou, tendo sido encarcerado e torturado. Saiu do cárcere prometendo que “a partir de agora não sou um inimigo do poder soviético”.

Tikhon morreu em 1925, quiçá envenenado, e o ‘Patriarcado’ continuou como agência do ditador de plantão, sendo seus membros escolhidos pela polícia política comunista.

Holodomor: genocídio soviético


Grande parte do povo ucraniano pertence à etnia cossaca (ou povo livre, indômito e guerreiro), também presente em países vizinhos.

Os cossacos permaneceram cismáticos e os tsares de Moscou lhes ofereceram muitas concessões em troca de servirem em unidades de cavalaria.

Para alguns, eles são a coluna vertebral da Ucrânia moderna, como diz o hino nacional: “Nós somos da linhagem cossaca”.

Quando o comunismo destronou os tsares, os cossacos lutaram pela monarquia.

Em vingança, o ditador Joseph Stalin, com a cumplicidade do “Patriarcado de Moscou”, exterminou pela fome entre 6 e 8 milhões deles.

Paradoxalmente, os únicos a denunciarem o crime ao mundo foram os bispos católicos, que escreveram:

As sequelas do regime comunista se tornam cada dia mais aterradoras. Seus crimes horrorizam a natureza humana e fazem gelar o sangue [..].

Protestamos diante do mundo inteiro contra a perseguição de crianças, pobres, doentes, inocentes, e citamos os algozes diante do Tribunal de Deus Todo-poderoso.

O sangue dos famintos e escravizados tinge a terra da Ucrânia e clama aos Céus pedindo vingança, o pranto das vítimas da fome chega até Deus no Céu”. (Mons. Ivan Buchko First Victims of Communism: White Book on the Religious Persecution in Ukraine, Roma, 1953)


Por sua vez, o comunismo obrigou os greco-católicos ucranianos a apostatar, ingressando no ‘Patriarcado de Moscou’, e lhes confiscou todos os bens.

Os católicos resistentes foram martirizados, enviados à Sibéria, ou se refugiaram na clandestinidade, sendo o único grupo religioso que resistiu ao comunismo.

O arcebispo-mor dos católicos greco-ucranianos, Dom André Sheptytskyi, Arcebispo de Lvov e Patriarca de Aliche, apelou ao Papa Pio XII:

“Este regime só pode se explicar como um caso de possessão diabólica coletiva”.

E pediu ao Pontífice que todos os sacerdotes do mundo “exorcizassem a Rússia soviética”. (Pe. Alfredo Sáenz S.J., De la Rusia de Vladimir al hombre nuevo soviético, Ediciones Gladius, Buenos Aires, 1989, pp. 438-439)


Infelizmente, nem os governos ocidentais nem a Santa Sé atenderam a esses lancinantes clamores.




domingo, 27 de novembro de 2022

'Afilhada' de Putin foge a pé da Rússia

Ksenia tinha entrada nas altas esferas do Kremlin. Criticou a guerra na Ucrânia e teve que fugir
Ksenia tinha entrada nas altas esferas do Kremlin.
Criticou a guerra na Ucrânia e teve que fugir para não ser presa
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Ksenia Sobchak, 40, que seria afilhada de Putin, fugiu da Rússia a pé atravessando a Bielorrússia e ingressando na Lituânia com passaporte israelense.

A filha do ex-mentor político de Vladimir Putin, ex-prefeito de São Petersburgo, figura do “jet-set” russo teve seu escritório devassado pela polícia política FSB.

Ela sabia que esse procedimento precede a prisão, informou o jornal suíço “Le Matin”.

Ela se opunha à guerra na Ucrânia. E disse nas redes sociais antes de desaparecer logo depois do arrombamento policial: “é óbvio que a batida foi contra a última redação livre na Rússia, que teve que ser reprimida”.

Só a pequena Georgia acolheu mais de 100.000 jovens russos que não querem ser convocados como “bucha de canhão”

Imagens de câmeras de segurança a mostraram cruzando a fronteira a pé, usando um boné na cabeça para passar mais desapercebida, informou o “Daily Mail”.

A agência Tass e a TV RT governamentais, a ex-candidata presidencial russa de 2018 e procurada por extorsão, uma acusação frequente para prender os opositores.

O ex-diretor comercial e ex-editor-chefe de sua revista de moda “Tatler”, Armian Kuzmin, e o atual diretor Kirill Sukhanov, foram presos até dezembro, segundo a agência Ria-Novosti.

Na Lituânia, Ksenia avisou à AFP de sua fuga. Ela faz oposição política a Putin há vários anos,

Ksenia com gorro escuro e roupas para dissimular foi flagrada indo à alfandega lituana
Ksenia com gorro escuro e roupas para dissimular foi flagrada indo à alfandega lituana
Posta sua proximidade com o ditador russo, ela forjou uma fortuna como outros oligarcas comprando empresas estatais privatizadas a preços baixos.

“Sim, participei do saque da Rússia. Como eu poderia resistir?”, confessou.

Nos últimos meses, ela criticou várias vezes a intervenção militar russa na Ucrânia em seu canal do YouTube.

A maioria dos membros da oposição russa agora está no exílio ou na prisão.

Em 2018, Ksenia concorreu às eleições presidenciais russas, enfrentando Vladimir Putin em nome dos descontentes com a anexação da Crimeia pelo Kremlin, e obteve 1,68% dos votos.

Ela também deu seu apoio no Telegram a Vladimir Osechkin, fundador do site gulagu.net, que combate a corrupção e a tortura na Rússia, completou a revista socialista francesa “Le Nouvel Observateur”.

Putin, como ditador que sente que seus dias estão contados, reprime até com a morte os seus mais próximos que discordam dele.


segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Com combustível nuclear para 2.000 anos, a França se apaga ante Putin

A Cidade Luz na escuridão. E é só um aviso, o pior está para vir
A Cidade Luz na escuridão. E é só um aviso, o pior está para vir
Luis Dufaur
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Putin chantageia Europa lhe cortando o fornecimento de gás e petróleo. As perspectivas são sombrias para o inverno que começa no Hemisfério Norte.

As contas já subiram muito, haverá racionamento de energia – leia-se passar frio e desemprego – diminuição da produção e protestos públicos atiçados até por agentes putinistas “conservadores” cotovelo a cotovelo com os da extrema esquerda, também paga pelo putinismo.

O magazine especializado em economia “The Economist” chega a falar do temor de uma possível recessão econômica europeia para o fim do ano.

Os estrategistas militares temem que Putin, cada vez mais derrotado nos campos ucranianos, apele a essa guerra híbrida contra os países de Europa que fornecem armas à até pouco mal armada Ucrânia.

Estas perspectivas vinham sendo denunciadas aliás há muitos anos nos nossos blogs. Mas tal vez soavam mefistofélicas demais. Agora constituem o novo desenvolvimento da guerra europeia.

Para elas, trabalhavam ativamente os militantes ecologistas que nós e certos entendidos sempre denunciávamos como ex-comunistas sem emprego após a queda da URSS e agora reciclados no movimento ambientalista com os mesmos objetivos de outrora.

A provável crise que está no horizonte é provocada em boa parte pelo ativismo ecologista contra as centrais nucleares e contra o fracking.

Do fracking basta dizer que a França possui jazidas de gás que fariam dela o Qatar da Europa. Mas, para atender a sensibilidade da Mãe Terra, ou Gaia, sucessivos governos de signos diversos interditaram o aproveitamento.

Suprema estupidez? Suprema traição dos políticos? Seja o que for a carência já bate os bolsos dos cidadãos.

Desmantelamento de uma central nuclear na França
Desmantelamento de uma central nuclear na França
Quanto às usinas nucleares, elas vinham sendo desativadas com os mesmos argumentos ambientalistas estapafúrdios.

Em entrevista filmada pelo site Le Média pour tous e que viralizou nas redes sociais, Maxime Amblard, engenheiro da fabricante de reatores Framatome, afirma que os reatores de quarta geração permitiriam satisfazer todo o consumo de energia da França “durante 2000 anos”, reutilizando o urânio armazenado.

O país seria completamente independente de energia, totalmente livre de carbono, substituindo até “o que consumimos em carvão, gás, petróleo, hidráulica e em renováveis”.

O grande jornal de Paris “Le Figaro” explica que o combustível dos reatores franceses é o urânio 235. Durante quarenta anos foram acumuladas várias dezenas de milhares de toneladas de urânio empobrecido, armazenadas principalmente no Vale do Ródano.

Essa quantidade colossal, é combustível para os reatores de quarta geração com um rendimento 60 vezes maior que os reatores tradicionais.

A CEA (Commissariat à l'Énergie Atomique et aux Énergies Alternatives) diz que essas reservas acumuladas de urânio empobrecido e plutônio representam cerca de 5 mil anos de abastecimento de uma frota de reatores produzindo energia elétrica!

E a Academia de Ciências em um relatório de junho de 2021 reforça esse dado escrevendo que: “a França tem hoje um estoque de urânio empobrecido de cerca de 350.000 toneladas” o que garantiria “centenas de anos de produção de energia elétrica [...] mesmo em caso de paralisação da mineração de urânio”.

Ambientalistas e putinistas visam o mesmo objetivo apagar a civilização não-comunista
Ambientalistas e putinistas visam o mesmo objetivo apagar a civilização não-comunista
O engenheiro entrevistado Maxime Amblard explica que teve em conta no seu cálculo todas as energias consumidas na França, e não apenas a nuclear.

A tecnologia também foi amplamente testada e a França é pioneira no campo. O que danificou o país foi a propaganda ecologista e os políticos inescrupulosos ou ignorantes submissos às ordens ditatoriais da União Europeia.

A França, que estava anos à frente neste setor, agora está atrasada, enquanto a Rússia e a China estão sobrecarregadas com reatores experimentais em operação e outros em fase de projeto.

A Índia e os EUA também investiram para recuperar seu atraso.

A total independência energética francesa pelos estoques de combustíveis acumulados, é conhecida há muito tempo. Não se recuperará o atraso de um momento a outro, mas as condições para fazê-lo estão postas. É só ecologistas e políticos não trair a nação.

Se amanhã a França gemer pela chantagem russa não será por falta de recursos, mas pela sabotagem histórica do ecologismo de fundo comuno-socialista que olha com simpatia para a Rússia de Putin.


A grande sabotagem ecologista que pôs a França de joelhos




domingo, 2 de outubro de 2022

Mais mortes estranhas de descontentes com o putinismo

Stepnaz elimina quem pensa diferente do chefe
Stepnaz elimina quem pensa diferente do chefe
Luis Dufaur
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A newsletter do “Corriere della Sera” America-Cina Il Punto voltou a um tema macabro que ainda assim mais é de amigo alertar.

Na Rússia e no Ocidente a dissidência de “antigos amigos” está sendo ceifada com requintes de maldade e falsidade tendo virado uma dialética diária nos últimos meses, diz a newsletter.

Simultaneamente, o Ministério da Educação jogou-se na propaganda da guerra ensinando desde o início do ano letivo aos adolescentes os méritos da “operação especial” de invasão a Ucrânia, quando, até agora, os professores eram expressamente proibidos de falar dela. Ai do rapaz que, chegando à idade, não se oferecer para bucha de canhão.

A Rússia desinformada e “limpada” de dissidentes vivia no mundo mais azul conservador, evocador da paz soviética.

Mas, o regime de mentiras de Estado não deu mais.

O bilionário ucraniano Mikhail Tolstosheya também apareceu enforcado na garagem
O bilionário ucraniano Mikhail Tolstosheya
também apareceu enforcado na garagem
Para pior, nas províncias de São Petersburgo, Moscou e Kolpino, representantes de 18 administrações locais aderiram a um apelo de alguns vereadores do círculo eleitoral de Lomonosov, Moscou, pedindo em carta para Putin renunciar.

A linguagem dos funcionários é crua demais, mas habitual nos homens educados no regime soviético: “está provado, escrevem que os cidadãos de países onde há mudanças regulares de poder vivem melhor e mais tempo do que aqueles onde os líderes só saem quando estão mortos”.

Ainda viriam em São Petersburgo, sete vereadores pedindo à Duma de Moscou um “impeachment” do próprio presidente por alta traição. A guerra, escrevem eles, “prejudica a segurança da Rússia e de seus cidadãos”.

Na autoritária Rússia putinista esses gestos podem ter altíssimo custo: severas penas de prisão, como Alexei Navalny que enfrenta pelo menos nove anos numa colônia penal.

O mais informal e drástico dos destinos é conhecido por aqueles que se afastam do círculo mágico do presidente. Tendo sido velhos e serviçais “amigos” outrora impunes criticam, ainda que muito reservadamente, a liderança, após tê-la bajulado, e morrem assassinados.

Yegor Prosvirnin, fundador dos sites pró-governo, Sputnik e Pogrom também caiu da janela
Yegor Prosvirnin, fundador dos sites pró-governo,
Sputnik e Pogrom também caiu da janela
Yegor Prosvirnin
, fundador de dois sites de informação nacionalistas e pró-governo, Sputnik e Pogrom, caiu pela janela em dezembro; sem ficção de doença.

Ravil Maganov, 67, ex-presidente da petrolífera Lukoil, apontado como “gravemente doente” caiu em 1º de setembro da janela do quarto onde estava internado, no sexto andar de um hospital de Moscou.

A doença parece ter sido pedir a retirada da Ucrânia em março.

Kirill Zhalo, diplomata russo, agente do FSB, sumiu dos vivos em outubro.

Ivan Pechorin, homem-chave de Putin no estratégico Ártico, caiu no Mar do Japão e não foi mais visto. Ele era um executivo da Corporação de Desenvolvimento do Extremo Oriente e do Ártico, organização ministerial.

Seu último discurso no Fórum Econômico de Vladivostok contem palavras que podem tê-lo condenado.

Pechonin só atualizou a misteriosa lista de mortes de potentados desde o início da guerra.

Igor Nosov, ex-CEO da mesma corporação, foi acometido por um ataque cardíaco suspeito aos 43 anos em fevereiro.

Mikhail Tolstosheya, magnata ucraniano, apareceu em fevereiro, pendurado na garagem de sua vila em Surrey.

Vasily Melnikov, outro bilionário putinista, também foi encontrado enforcado em março num cenário semelhante. Sua esposa e dois filhos de 10 e 4 anos foram esfaqueados até a morte. Parentes e vizinhos não acreditaram na versão oficial.

Dan Rapoport, investidor achado morto em Washington
Dan Rapoport, investidor achado morto em Washington
Dan Rapoport
, banqueiro de investimentos, em abril foi morto em frente à sua casa em Washington em agosto.

Aleksander Subbotin, ex-líder da Lukoil, foi encontrado morto em maio, num porão onde praticava “rituais de purificação”.

Leonid Shulman, 60 anos, foi achado morto – e também sua família. O jovial executivo da Gazprom, estava na banheira com os pulsos cortados. Uma intrigante mensagem junto ao inexplicável suicida falava de uma dor numa perna que o obrigava a se afastar do trabalho.

Alexander Tyulyakov, mais um executivo da Gazprom, apareceu três meses depois enforcado na sua garagem.

Sergej Protosenya, ex-chefe da gigante do gás Novatek foi outro dos que apareceram enforcados na sua vila espanhola de Lloret de Mar. Uma macabra repetição ou repetitiva planificação do FSB.

Ivan Pechorin 'caiu de um barco no Ártico'
Ivan Pechorin 'caiu de um barco no Ártico'
Ao lado dele, foram achadas esfaqueadas sua esposa e filha, fato arquivado às presas sem esclarecer muitos lados inexplicáveis.

Vladislav Avayev, ex-vice-presidente do Gazprombank, é outra vítima de mais um assassinato-suicídio.

E a lista segue crescendo.

Ingênuos conservadores ocidentais amigos de generosos neo-amigos putinistas, no aperto do mal rumo da guerra na Ucrânia e da onda de agitações que o Kremlin prepara no coração da Europa ocidental pela falta de energia e pela carestia da vida poderão ser convidados a praticar atos que repugnam a suas consciências.

Acham que poderão recusar sem consequências habituados como estão a um ambiente de liberdades. Mas a KGB – hoje FSB – não entende nada disso e paga horrendamente.


domingo, 25 de setembro de 2022

Forças infernais atiçam os crimes da Rússia?

Augur de Putin reage ao assassinato da filha, quiçá pela polícia putinista
Áugure de Putin reage ao assassinato da filha, quiçá pela polícia putinista
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O jornalista e cientista político Sergej Sumlenny que desempenhou importantes missões na mídia russa e alemã e escreve para a maior revista russa de economia sublinhou quanto o esoterismo é difundido na Rússia, especialmente entre as elites.

Para ele, o exemplo mais recente apareceu nas explicações da morte de Daria Dugin, filha do filósofo Alexandr Dugin – preferido de Vladimir Putin e intensamente relacionado com o ocultismo que subjaz em não poucos movimentos populistas e enganosamente “tradicionalistas” ocidentais.

O site independente Atlantico, que foca com frequência a Eurásia putinista, e os novos movimentos populistas europeus afins, lhe perguntou sobre a hipótese de que a morte de Daria Dugin teve um motivo esotérico.

Sergej Sumlenny disse acreditar que a explicação mais realista do assassinato é que foi organizado pelo FSB – herdeiro reforçado da polícia política KGB de Stalin – “para estimular o belicismo na Rússia. Este é, para mim, o principal motivo”.

domingo, 18 de setembro de 2022

Agressividade russa angustia área estratégica da Europa

Kaliningrado pode ser o próximo pretexto de guerra russo
Kaliningrado pode ser o próximo pretexto de guerra russo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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diversos blogs







A bucólica região fronteiriça entre a Polônia e a Lituânia, famosa por suas infinitas terras agrícolas, lagos e cidades históricas, agora virou um foco de perigo, escreveu “La Nación”.

Entre a Bielorrússia, súbdito da Rússia que serviu de base para a invasão da Ucrânia, e Kaliningrado, enclave portuário russo na Europa Oriental desconectado do resto do gigante, fica a cidade de Suwalki que tem quase 70.000 habitantes e fica no corredor de 70 quilômetros entre dois grandes redutos militares do Kremlin.

Os estrategistas militares ocidentais temem que, após anexar a Crimeia em 2014 e invadir a Ucrânia este ano, a Rússia use a força para ocupar essa região e reunir Kaliningrado com a Bielorrússia.

Os governos da Rússia e da Bielorrússia fazem declarações angustiantes para a região, e um projeto de lei apresentado no Parlamento russo revoga o reconhecimento de Moscou da independência da Lituânia em 1991.

A Finlândia e a Suécia já se inscreveram na OTAN, enquanto o Cazaquistão e outras ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central se afastaram da órbita russa por desconfiança.

domingo, 11 de setembro de 2022

Legisladores de 18 distritos pedem destituir Putin por traidor e incompetente

Rússia abandona igrejas e aldeias destruídas sem objetivo militar
Rússia abandona igrejas e aldeias destruídas sem objetivo militar
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O assassinato misterioso de dissidentes na Rússia prossegue em aumento.

Por isso foi uma rara demonstração de coragem da dissidência russa, quando deputados regionais de uma cidade de São Petersburgo pediram o impeachment do presidente russo, Vladimir Putin.

Os deputados locais do município de Smolninskoye, Dimitri Paliuga e Nikita Yuferev, lideraram um apelo à Duma [Legislativo nacional] russa para acusar Putin do crime de alta traição, noticiou “La Nación”.

No total 20 vereadores aproveitou a ausência de membros do partido governante Rússia Unida para conseguir aprovar de surpresa esta iniciativa

domingo, 4 de setembro de 2022

Estônia e Letônia derrubam monumentos soviéticos e Putin monta em cólera

Letônia, antes e depois
Letônia, antes e depois
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A Letônia derrubou um monumento da época soviética que comemora a vitória do Exército de Stalin na II Guerra Mundial. Uma semana antes, a vizinha Estônia demoliu um monstruoso monumento feito pelos ocupantes comunistas com intenções similares, noticiou “Los Angeles Times”.

O humilhante monumento estava no Parque da Vitória, no centro de Riga e exibia uma torre de concreto de 80 metros com uma estrela soviética no topo e dois grupos de estátuas na beira de um lago.

Um grupo escultórico representa um bando de três soldados do Exército Vermelho e, do outro lado, uma mulher levanta os braços supostamente para representar a pátria.

O monumento foi construído em 1985, quando a Letônia ainda fazia parte da União Soviética, hoje extinta.

Para os letões, o monumento evocava o espantoso regime opressivo feito de crimes, prisões e deportações a Sibéria que custaram a vida a centenas de milhares de seus antepassados e fizeram viver no terror e na fome aos sobreviventes.

domingo, 28 de agosto de 2022

‘Patriarca’ russo Kirill é “herege”
por apoiar a invasão da Ucrânia,
diz cardeal vaticano

Patriarca cismâtico de Moscou é herege porque “legitima a guerra contra a Ucrânia por razões pseudo-religiosas”
Patriarca cismático de Moscou é herege porque
“legitima a guerra contra a Ucrânia por razões pseudo-religiosas”, diz Cardeal Koch
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O cardeal Kurt Koch, prefeito da Congregação para a Promoção da Unidade dos Cristãos, considerou “heresia” (doutrina falsa) que “o patriarca [Kirill, cismático de Moscou] ouse legitimar a guerra brutal e absurda contra a Ucrânia por razões pseudo-religiosas”, registrou Religión Digital.

Koch vê extremamente difícil um encontro entre Francisco e Kirill enquanto o ‘patriarca’ russo continuar defendendo a invasão de Putin, embora as portas nunca devam ser “fechadas”.

“Subestimar a brutal guerra de agressão de Putin como uma 'operação especial' é um abuso de linguagem. Devo condenar essa postura como absolutamente impossível”, disse o Cardeal vaticano, nascido na Suíça.

Com essas palavras contundentes, o cardeal Koch referiu-se à posição favorável à guerra com a Ucrânia por parte do patriarca de Moscou Kirill, em uma entrevista ao semanário “Die Tagespost” citada pela agência Kath.net.

domingo, 21 de agosto de 2022

Nostalgia putinista de uma nova União Soviética

Choigou no Kremlin “em breve haverá uma União Soviética novamente”
Choigou no Kremlin “em breve haverá uma União Soviética novamente”
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O ministro da Defesa russo Sergei Shoigu tendo evocado a reconstituição uma nova União Soviética, a proposta foi doentiamente compartilhada nas redes sociais russas, segundo o site francês BFMTV.

“Em breve nosso país recuperará sua força, haverá uma União Soviética novamente e viveremos em paz novamente”, disse.

As palavras circularam com o vídeo em que Sergei Shoigu as pronuncia. Também foram interpretadas como intenções da Rússia em relação à Ucrânia.

Porém, de acordo com a Newsweek os propósitos foram tirados de contexto.

O ministro russo falava sobre o 30º aniversário da guerra da Ossétia do Sul, entre 1991 e 1992, que ele descreve em termos parecidos aos pretextos para a invasão da Ucrânia.

Falando do remoto evento, disse que sua geração pensava então “que nossa nação seria grande e poderosa novamente, que a União Soviética voltaria, que ninguém iria embora e que todos viveriam em paz e harmonia”.

Esses comentários obedeciam às múltiplas referências à Segunda Guerra Mundial feitas nos últimos meses por Vladimir Putin.