domingo, 2 de julho de 2023

“Desintegração” da Rússia contagiaría o mundo

A população acompanhou a revolta e os sublevados tomaram o quartel geral do excército em Rostov sem esforço
A população acompanhou a revolta
e os sublevados tomaram o quartel geral do exército em Rostov sem esforço
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Documento interno do governo britânico alertou para uma possível “desintegração e balcanização” da Rússia após o motim dos mercenários de Wagner.

“A Grã-Bretanha deve se preparar para o colapso repentino da Rússia”, em um processo que poderá ser tão rápido quanto o motim, acrescenta alarmantemente.

A ausência de resistência militar ao motim teria revelado que “algo novo está nascendo” entre o exército russo, provavelmente voltado contra seu alto comando.

Em Rostov, central militar para a invasão da Ucrânia, ninguém se opôs ao revoltoso que injuriava os chefes do exército e lhes atribuía o fracasso bélico. Em Voronezh o povo aplaudiu os amotinados passando.

John Foreman, ex-adido de defesa britânico em Moscou, disse que se Prigozhin tivesse derrubado a Vladimir Putin teria se configurado “o pior cenário possível”.

Lord Richards de Herstmonceux, ex-chefe britânico do Estado-maior de Defesa, especula que “temos um longo caminho a percorrer que é o pior dos mundos para o Ocidente”.

Sir Roderic Lyne, ex-embaixador britânico na Rússia, considera que “as chances de Putin ficar indefinidamente no poder ficaram reduzidas” contra sua vontade.

O motim dos milicianos patenteou a explosividade da união russa
O motim dos milicianos patenteou a explosividade da união russa
A Rússia se livrou do motim, mas ficou à beira da desintegração
, acrescenta o informe, Putin não pode fugir de suas responsabilidades quando está perdendo a guerra. É por isso que esse motim é o começo de seu fim, diz o relatório.

Ainda não há definições claras dos chefes de defesa russos, e só o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, apareceu na TV pública.

Putin estaria executando um “expurgo” militar para evitar outra rebelião numa guerra que já custou mais de 200.000 mortos e desaparecidos.

O motim mostrou o que pode acontecer na Rússia nos próximos meses com os diferentes movimentos da Chechênia, Komi e Arcangel, que querem se separar de Moscou.

A Europa não entendeu até agora que a Rússia pode entrar rapidamente em uma guerra civil. Cada corporação, cada prefeito e cada oligarca poderoso está construindo sua própria milícia privada, em função do que pode vir, provocando guerras civis infindas dentro do imenso território russo.

Wagner domina minas de ouro no Sudão, depósitos de energia na Líbia, urânio no Congo, gás e petróleo em Moçambique e sua impressionante sede central em São Petersburgo opera “normalmente” e continua a “recrutar”.

Em 24 horas os mercenários tomaram duas cidades quando não conseguiram capturar Bakhmut em 6 meses. Será que alguém os ajudou? Quem?

Putin abalado pelo fracasso na Ucrania e o motim militar procura 'expurgar' os dissidentes entre seus mais próximos
Putin abalado pelo fracasso na Ucrania e o motim militar
procura 'expurgar' os dissidentes entre seus mais próximos
Putin sobreviveu à rebelião, mas a avaliação na Europa é que seus dias estão contados.

Sua aura de invencibilidade foi destruída pela invasão fracassada da Ucrânia e o motim lhe deu o golpe de misericórdia. O fim é apenas uma questão de tempo.

A Polônia teme vê na Rússia um “vizinho muito perigoso”, mais ainda quando o regime de Putin se rompe.

Gabrielius Landsbergis, ministro das Relações Exteriores da Lituânia, pediu fortalecer o flanco oriental da OTAN com a implantação acelerada de novas brigadas em função de uma possível guerra que pode vir rapidamente.

“A principal coisa que estamos vendo é a imprevisibilidade da Rússia. Agora estamos vendo a rapidez com que as coisas podem acontecer”, disse o ministro.

A Alemanha se dispõe a enviar uma brigada para reforçar a defesa da Lituânia, disse Boris Pistorius, o ministro da Defesa alemão, “A infraestrutura necessária está pronta: quartéis, campos de treinamento e depósitos”, explicou.

Se uma explosão desagregadora acontecer os destroços de facções, povos, regiões e largos setores geográficos sairiam disparados em todas as direções na Europa e na Ásia.

Então, sim estaríamos diante de um cenário de tipo apocalíptico, que não é o da science fiction, mas o dos repetidos anúncios da Providência Divina para um mundo que se afastou de Deus.

O professor Plinio Corrêa de Oliveira previu um desfecho de imensas dimensões trágicas há mais de 30 anos quando a Rússia beirou uma guerra civil na fase final do governo de Mikhail Gorbachev.

A descrição do que então previu esclarece sobre o que hoje poderia vir à luz do noticiário ocidental:

“A URSS [N.R.: predecessora da atual Federação Russa] cairá no caos e desfechará num neotribalismo.

“Esse neotribalismo será um sistema de governo e de vida adotado nas tribos, mas evidentemente adaptado às circunstâncias modernas.

“Teríamos a dispersão das populações das cidades grandes e médias russas, para pontos populacionais de poucos habitantes, proprietários comuns das terras e que partilham o lucro que é para todos porque não há lucro individual.

“Esses pequenos centros independentes devem governar-se a si próprios, aceitando uma certa direção geral do governo do país”.

Seria a autogestão proposta pelo então todo-poderoso Michail Gorbachev, que contava entre seus imediatos seguidores, um então desconhecido jovem: Vladimir Putin

Prosseguia o Dr. Plinio: “O fato é que nenhum dos altos personagens do Estado que aparecem na mídia está conseguindo formular um projeto coerente para a instauração de uma ordem democrática.

“Caso acontecer uma guerra civil violenta, muitos russos não quererão entrar nela e no desespero vão procurar forçar os limites da Polônia e da Alemanha e invadir a Europa.

“Nesta hipótese a Rússia viraria uma fornalha caótica que despeja fragmentos étnicos e populacionais que se espalhariam pela Europa adentro”.


Na época desta explicitação o prof. Plinio Corrêa de Oliveira temia muitos males da invasão maometana que já estava em curso havia décadas na Europa toda.

As desordens hoje desencadeadas na Franca são apenas um subproduto dessa imensa penetração islâmica.

E já em 1991, o Dr. Plinio acenava “que na Europa se encontrarão mais uma vez as forças bárbaras do Ocidente e forças bárbaras do Oriente, procurando comprimir o que resta de Civilização Ocidental”. (excertos de palestra de 7-7-1991, sem revisão do Autor)


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