domingo, 29 de junho de 2014

Mercenários e separatistas imploram ajuda de Moscou,
que chega a conta-gotas

Manifestação separatists em Donetsk foi marcada pela ausência de populares
Manifestação separatists em Donetsk foi marcada pela ausência de populares

As tropas do governo ucraniano estão avançando num movimento de pinça pelo norte e pelo sul, e perto de cortar o fluxo de armas que tanto as milícias estrangeiras quanto as separatistas receberam até agora do outro lado da fronteira com a Rússia, informou “The Wall Street Journal”, reproduzido pelo blog “Ukrainian Diaspora”

Por causa disso, os mercenários pró-russos estariam enviando repetidos apelos a Moscou, solicitando auxílio militar. Mas o Kremlin mostra-se reticente em enviar tropas do exército russo identificadas como tais, como aconteceu na Crimeia.

O Kremlin não quer mais sanções econômicas por parte de Ocidente. Na verdade, estas foram uma resposta fraquíssima diante da imensidade da agressão ao Direito Internacional e à soberania da Ucrânia.


Porém, a fraqueza da estrutura econômica e militar da “nova URSS” é tão grande, que pífias represálias lhe causam sensíveis problemas.

Isso explicaria por que Moscou infiltra a conta-gotas combatentes e armas na Ucrânia, segundo a opinião de diplomatas mencionados pelo “The Wall Street Journal”.

Porta-vozes ucranianos e americanos dizem que a Rússia enviou nas últimas semanas mercenários e armas através da fronteira. Tanques russos foram fotografados. Mas a Rússia sempre desmente o que faz.

Soldados ucranianos em campo de trenamento perto de Kiev. Eles estariam cercando o surto separatista e desconectando-o da fonte de fornecimentos: a Rússia
Soldados ucranianos em campo de trenamento perto de Kiev.
Eles estariam cercando o surto separatista
e desconectando-o da fonte de fornecimentos: a Rússia
Segundo o “The Wall Street Journal”, Líderes separatistas declararam que não têm homens nem armas para resistir à ofensiva militar ucraniana.

Após recuperar o controle do grande porto de Mariupol, as forças ucranianas avançavam rumo as periferias de Lugansk, capital da região mais encravada na vizinha Rússia.

O presidente russo Vladimir Putin pediu, e obteve logo e servilmente, à Duma a anulação da licença para invadir a Ucrânia. Pareceria que ele tenta compor a situação com o novo presidente do país invadido. Mas, já tantas vezes ele acenou fazer o contrário do que depois fez, que a conjectura aguarda confirmação.

Por sua vez, o presidente ucraniano Petro Poroshenko anunciou um cessar-fogo unilateral, que visaria dar margem à desmobilização e anistia dos rebeldes. Belo propósito, caso se tratasse de dissidentes sinceros. Mas o que se pode esperar dos mercenários estrangeiros?

Igor Strelkov, comandante rebelde, declarou num vídeo postado pelo jornal russo Komsomolskaya Pravda: “Eles estão cortando sistematicamente as regiões rebeldes da fronteira com a Rússia”. E acrescentou que o operativo ucraniano avança pelo sul e pelo norte a uma velocidade de nove milhas por dia.

Denis Pushilin, líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, viajou a Moscou procurando socorro. “Nós nos voltamos para a Federação Russa à procura de auxílio”, disse em conferencia de imprensa em Moscou. “Infelizmente, nossos oponentes são superiores a nós em todas as partes da frente de combate”, acrescentou.

Separatistas em tanque russo rumo a Donetsk. Eles pedem auxilio mas esse chega insuficiente da Rússia
Separatistas em tanque russo rumo a Donetsk.
Eles pedem auxilio mas esse chega insuficiente da Rússia
Pushilin teve encontros em Moscou com personalidades de alto nível, inclusive com Vladislav Surkov e Sergei Glazyev, conselheiros de Putin.

Alexander Dugin, ideólogo do Kremlin e estreito aliado dos separatistas, lamentou num post no Facebook que Putin esteja “arrastando os pés”.

Yevhen Perebyinis, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Kiev, disse:

“Nós não estamos esperando nada de positivo por parte do lado russo. Eles deixaram absolutamente claro que não pretendem parar suas atividades, e a única coisa que pode detê-los é reforçar as sanções”.

Os líderes europeus falam há meses destas sanções, mas até agora não aplicaram nenhuma com força decisiva.

Porém, quando a Rússia suspendeu o fornecimento de gás à Ucrânia, o Ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, comentou que a decisão representou um significativa marcha-à-ré nas negociações.

“Estamos longe de uma solução política da crise”, disse Steinmeier, à agência Reuters.


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