Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Há já anos, Vladimir Putin vem ameaçando com armas apavorantes.
Não é para se menosprezar as bravatas considerando a imoralidade com que são aproveitados os largos recursos militares que o Kremlin financia até com grave desprezo dos sofrimentos da miserabilizada população russa.
Também o povo russo provou sua criatividade e a capacidade de produzir engenhos poderosos e eficazes.
Mas, simultaneamente, a produção russa exibe formas de desleixo e de desamor pelo que está fazendo, tal vez associada a uma falta de método e de inconformidade pelo despotismo que, é preciso reconhece-lo, há séculos vem sofrendo.
Os resultados se evidenciam em desastres materiais dos novos inventos, por vezes calamitosos.
Foi o que aconteceu há pouco, mais uma vez, com o novo avião de transporte Ilyushin Il-112V que seria uma competição do bem sucedido KC-390 da Embraer.
O único protótipo apto a voar caiu em Kubinka, a cerca de 70 km de Moscou, como noticiou a “Folha de S.Paulo”.
Infelizmente morreram os três pilotos de teste, inclusive o lendário Nikolai Kuimov. O avião em chamas tentou pousar no aeroporto de Kubinka, mas acabou se espatifando numa área de densa floresta, gerando uma grande bola de fogo.
O Il-112V é a versão militar de um projeto de avião leve de carga, para transportar cinco toneladas oferecido em 1994 ao governo soviético na versão civil para 44 passageiros.
Baixos investimentos, suspeitas de irregularidades no contrato adiaram a construção do protótipo. Putin cancelou o projeto em 2010 e o reviveu três anos depois.
O vice premiê Iuri Borisov disse que o programa enfrentava dificuldades pelo peso excessivo da fuselagem.
A Rússia precisava acelerar a produção por causa do envelhecimento acelerado de seus cem Antonov An-26, um venerado avião usado em quase 30 países e base da aviação de transporte regional soviética e russa.
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