Um dos primeiros soldados norte-coreanos que teriam sido capturados pela Ucrânia |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A presença de milhares de soldados norte-coreanos na Rússia fez soar tétricos alarmes de uma internacionalização da guerra na Ucrania.
A Coréia do Norte provoca fricções bélicas com vários países vizinhos, especialmente com o Japão e o ditador da Coreia do Norte estaria angariando recursos econômicos ou militares para desestabilizar ainda mais a Ásia.
Pyongyang dinamitou estradas e vias férreas que a ligam ao Sul, enquanto a Coreia do Sul anunciou que enviará instrutores e tradutores à Ucrânia, além de novos armamentos.
As unidades norte-coreanos seriam compostas por militares de carreira fanatizados por uma ideologia delirante.
Mas, as primeiras informações falam que os soldados estariam se entregando pois o que mais desejariam é fugir da ditadura de Kim jong-un.
A Rússia, entretanto, os quer como “bucha de canhão” pois suas perdas em homens foram tão elevadas que, para substitui-los, Putin precisaria de um levantamento em massa, mas a indignação potencial da população russa lhe sugere que poderia haver um levantamento popular.
Do outro lado, o projeto ucraniano “Eu quero viver” lançou sua campanha prometendo aos norte-coreanos em sua língua que se se rendem receberão asilo em campos de prisioneiros preparados para recebê-los de forma digna e segura, tratamento respeitoso, moradia, alimentação três vezes ao dia e cuidados médicos, não valendo a pena, portanto, ir à morte que está ceifando as tropas russas.
Oito oficiais norte-coreanos mortos nos primeiros engajamentos |
Nesse panorama desolador, ela está enviando ao combate soldados sem treino e procura soldados no exterior. Por vezes para servir de ‘mulas’ carregadoras de material, por causa da perda de caminhões de transporte militar.
A situação desesperadora dos russos emerge com clareza vendo que unidades decisivas são aniquiladas em virtude de péssimas táticas dos seus generais brutais e impiedosos.
Um influencer russo que tem conexões diretas com seu exército fala que os comandantes jogam os soldados em ataques suicidas para se ufanar de conquistas ante os chefes de Moscou.
Encenação para propaganda de guerra de solidariedade russo norte-coreana, logo desmentida pela trágica realidade |
A situação é ainda mais crítica quando se sabe que foram são enviados a missões sem retorno, militares categorizados e experientes, como são os tripulantes de submarinos ou do único porta-aviões, aliás desativado.
É tropa de elite desperdiçada em operações com baixíssima chance de sucesso mostra um desprezo dos superiores pelas baixas e dispostos a sacrificar centenas de vidas para mostrar algum progresso.
O desgaste das tropas russas se tornou evidente e indica uma ruptura da moral interna que Moscou não consegue esconder por muito tempo.
Para Putin está em jogo a estabilidade de seu governo abalada por uma oposição dentro das forças armadas e da população civil. Tanta perda de vidas provocar uma crise interna que vai além do campo de batalha.
Míssil do tipo que a Rússia teria disparado contra a Ucrânia |
Mas, se essa se torna inevitável, o ditador poderia reagir de um modo imprevisível e ferozmente cruel.
A ameaça que significou o uso de míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia (“novo míssil balístico de alcance intermédio”, segundo Putin), e que pelo seu desenho parece feito para ser jogado contra o Ocidente se montado com carga nuclear!, foi um aviso da maior gravidade.
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