domingo, 7 de dezembro de 2014

Putin elogia em público aliança entre Hitler e Stalin

Assinatura do pacto Ribbentrop-Molotov
aliança entre a Alemanha de Hitler e a União Soviética.
Stalin sorri sob a foto de Lenine.


Não há segredo, mas houve muita ocultação nos manuais ocidentais de história: Hitler e Stalin foram grandes aliados e desencadearam conjuntamente a II Guerra Mundial.

E, em certo sentido, essa aliança, aparentemente rompida no transcurso da guerra, nunca deixou de funcionar. E perdura como se nunca tivesse sido quebrada.

Mas muitas pessoas no Ocidente foram enganadas por uma propaganda e uma visualização confusa dos fatos.

Agora o presidente russo Vladimir Putin acaba de reafirmar – mais uma vez, aliás – a simpatia de Moscou pelo tratado de não-agressão de 1939 entre os dois ditadores europeus.

Com o cinismo e a sem-cerimônia que lhe são peculiares, Putin eximiu a URSS de culpa pela invasão da Polônia e responsabilizou os britânicos pelas atrocidades praticadas por Hitler com a colaboração dos soviéticos e dos partidos comunistas do Ocidente.

Putin convocou diversos pesquisadores e acadêmicos para produzir trabalhos defendendo que ao assinar o Pacto Ribbentrop-Molotov, também conhecido como Pacto Hitler-Stalin, a URSS não fez nada de mau.


A reunião com os acadêmicos foi referida pelo site alemão Spiegel Online, pelo The New York Times e pelo diário britânico The Telegraph, citados pela radio oficial alemã “Deutsche Welle”.

Putin declarou que toda pesquisa digna de crédito deveria chegar à conclusão de que o acordo entre os dois ditadores era parte dos métodos de política externa da época. Obviamente, o historiador que não demonstrar isso perderá crédito e sua carreira estará liquidada na “nova URSS”.



“A União Soviética assinou um tratado de não-agressão com a Alemanha. As pessoas dizem: 'Ah, isso é ruim.' Mas o que há de ruim no fato de a URSS não querer lutar?”, sofismou o líder russo.

Putin queixou-se de que a potência russa é acusada de ter dividido a Polônia. Mas, segundo ele, quando a Alemanha atacou o país, os poloneses faziam parte da Checoslováquia. Se alguém entendeu a lógica do argumento, por favor, avise.

Para ele, segundo “The Telegraph”, o acordo nazi-comunista foi no fundo bem feito pela Rússia e acabou sendo bom.

Moscou negava cinicamente a existência do pacto Ribbentrop-Molotov até 1989. Mas não adiantou silenciar a verdade ovante.

Assinado pelo ministro do Exterior do Terceiro Reich, Joachim von Ribbentrop, e pelo seu homólogo soviético Viatcheslav Molotov, o tratado garantia à Alemanha que a URSS permaneceria neutra no caso de uma ofensiva contra a Polônia.

Em 2009, na cerimônia pelos 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, em Gdansk, Putin já havia tentado defender o Pacto entre Hitler e Stalin.

Parada conjunta da Wehrmacht e do Exército Vermelho
comemora a invasão vitoriosa da Polônia, em Brest.
General alemão Heinz Guderian e brigadeiro russo Semyon Krivoshein.
O acordo com a Alemanha hitlerista permitiu a invasão conjunta nazi-soviética da Polônia que foi o estopim da II Guerra. Mas Putin fugiu pela tangente alegando que não foi a única causa e, tal vez não teve culpa nenhuma.

Putin repete o velho realejo comunista anti-capitalista: a culpa pelas atrocidades de Adolf Hitler é dos capitalistas e dos anglo-saxões.

De fato, em 1938, os governos amolecidos da Inglaterra, a Itália e a França assinaram o vergonhoso Acordo de Munique, em que entregaram os pontos diante da Alemanha nazista.

Mas houve pessoas ilustres até no Brasil como Plinio Corrêa de Oliveira que execraram esse acordo.

O próprio Putin lembrou no encontro com os historiadores, que o futuro primeiro-ministro britânico Winston Churchill censurou o Acordo de Munique dizendo: “Agora a guerra é inevitável”.

Na verdade, a famosa apóstrofe de Churchill, em 3 de outubro de 1938, foi mais incisiva: “Tínheis que optar entre a guerra e a vergonha. Escolhestes a vergonha e tereis a guerra”.

É o que muitos pretensos defensores de Ocidente parecem fazer hoje, ao contemporizar com Vladimir Putin e com suas invasões de países vizinhos!


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2 comentários:

  1. De fato Hitler queria comecar a guerra contra a Polônia, mas até Marco 1939 Hitler tentou uma alianca com a Polônia para combater a Uniao Soviética, provavelmante ainda no mesmo ano, porém o governo polonês rejeitou a alianca. A partir daí a Polônia passou a ser a inimiga número um de Hitler.

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  2. Você é desonesto. O exército alemão achava a Gestapo, SS e afins, uma massa amorfa, destreinada, não eram veteranos de guerra nenhuma. Vide Rommel. E tinham que lutar - um bando de estadistas faz a guerra e o exército tem que lutar. Não confunda exército alemão com o nazismo - passam longe um do outro.

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