domingo, 6 de maio de 2018

Filósofo francês louva esoterismo anticatólico latente na “nova-URSS”

Alexandre Havard: doutrinas de fundo anticatólico pregadas em ambientes católicos, até tradicionais.
Alexandre Havard: doutrinas de fundo anticatólico
pregadas em ambientes católicos, até tradicionais.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O filósofo francês Alexandre Havard integra a equipe de pensadores – vários deles frequentando ambientes ditos de direita ou extrema-direita – que trabalham para justificar aos olhos dos ocidentais as pretensões imperialistas mundiais de Vladimir Putin.

Havard é descendente de nobres russos exilados durante a revolução bolchevista e mora atualmente em Moscou.

Ele condensou certas ideias que até hoje presentes na propaganda putinista em entrevista para a “Sputnik”, órgão de propaganda  da “nova URSS” que dá continuidade à velha “Voz da Rússia” órgão radiofônico outrora notório transmissor das instruções da “velha URSS”.

Interrogado sobre o que para ele significava a religião católica, teve uma resposta surpreendente: “Para mim, é uma religião universal, onde há lugar para todos os cultos, para todas as culturas...”

Obviamente, a religião católica não é isso. Havard entende por catolicismo uma pan-religião que engloba todas as crenças, portanto as mais antitéticas, como quer certo panteísmo eivado de esoterismo.

Após fazer à Cátedra de Pedro e ao protestantismo alguns elogios que no Brasil soam para “inglês ver”, ele acrescentou:
“Frequentemente, encontro pessoas que dizem que o ecumenismo é uma heresia. Na Rússia há muitas! Eu lhes digo: caso se trate de uma heresia, então Cristo é herege!”



Havard distinguiu as “pessoas de boa vontade” católicas ou cismáticas que fazem tudo para instaurar essa pan-religião que deturpa a unicidade da Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

E postula que essa é a “a grande missão da Rússia, vista por todos os grandes filósofos russos, tais como Soloviev, Berdyaev, Chaadaev”.

Vladimir Soloviev, pensador esotérico russo (1853 - 1900). Nikolai Yaroshenko  (1846 – 1898), Galeria Tretyakov, Moscou.
Vladimir Soloviev, pensador esotérico russo (1853 - 1900).
Nikolai Yaroshenko  (1846 – 1898), Galeria Tretyakov, Moscou.
A esses nomes ele poderia acrescentar outros, de expoentes do esoterismo cismático russo igualmente eivados de gnosticismo, Cabala e budismo como Soloviev; de marxismo utópico travestido de cristianismo pan-universal (cuja leitura é recomendada por Vladimir Putin) como Berdyaev; ou de uma pretensa missão universal reservada à Rússia como pregava Chaadaev.

Havard critica a decadência, o desrespeito dos valores espirituais, o relativismo e a desorientação do Ocidente. Para isto, infelizmente não lhe faltam argumentos e exemplos.

Porém, o singular é que ele acha que a Rússia está isenta desses defeitos, apesar de reconhecer que durante 70 anos ela “foi o império do comunismo, um regime profundamente doentio e talvez até diabólico, completamente anticristão”.

Por um passe mágico ele extrai a ideia de que “20 anos depois da renúncia ao comunismo, a Rússia é praticamente o único país na Europa que conserva, objetiva e publicamente, os valores cristãos!”

Ele atribui esse fato inexplicado e contrário à realidade dos fatos a um “grande milagre dos mártires”. Ele se refere ao “sangue derramado na época comunista por todos os cristãos desconhecidos. Tenho em vista os que morreram nas prisões e derramaram o sangue por Cristo”.

Sem dúvida, o sangue dos verdadeiros mártires está na presença do Altíssimo clamando pela conversão da Rússia. E a conversão anunciada por Nossa Senhora em Fátima.

Mas essa conversão, que desejamos no mais profundo de nossa alma e o mais cedo possível, ainda não se operou.

Nossa Senhora pediu, a consagração da Rússia a seu Coração Imaculado, nas condições precisas que Ela fixou.

Confusas doutrinas ecumênico-esotéricas servem a uma meta anticatólica
Confusas doutrinas ecumênico-esotéricas servem a uma meta anticatólica
Essa consagração ainda não foi feita, malgrado algumas valiosas consagrações feitas por Papas em condições parecidas, mas não as pedidas em Fátima.

Tampouco houve no Kremlin e em seus ocupantes a abjuração dos “erros da Rússia”, outra condição primeira e indispensável de uma conversão genuína e sincera.

Como também não vemos nos herdeiros materiais do império soviético – e espirituais no sentido da mal explicada “mística da KGB” – sinais de uma mudança de costumes como a pedida por Nossa Senhora ao mundo por meio dos pastorzinhos em 1917.

Sem essas condições, as diatribes de Putin contra a imoralidade imperante no Ocidente soam como as de Adolf Hitler e outros ditadores contra o capitalismo decadente, a França imoral, etc., etc.: um artifício verbal para enganar incautos e desmoralizar adversários.

Havard e Putin usam argumentos e fatos manipulados com astúcia para esconder intuitos verdadeiramente imperialistas e anticristãos.

Intuitos esses acalentados nos antros esotéricos que inspiraram os totalitarismos do século XX e que explicam a “nova URSS”, como acabou patenteando Havard.

Supérfluo dizer que essas doutrinas e objetivos ocultos estão em secreta sintonia com as forças do mal que corroem o mundo ocidental ex-cristão. Forças essas que, entretanto, dizem combater!


Um comentário:

  1. Perfeito! Putin e seus ideólogos como Alexander Duguin são enganadores comunistas que estão fazendo a cabeça de muitos ingênuos e outros nem tanto...

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