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Cartão de racionamento alimentar russo |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
As imensas despesas e perdas causadas pela invasão da Ucrânia desviaram a produção de alimentos na Rússia.
Para aplacar a fome – e o descontentamento – a Rússia criou nas 100 regiões da Federação Russa vários tipos de cartões de débito eletrônicos, talões de cheque e “cupons” que evocam os piores anos do comunismo.
Eles concedem mil rublos por mês por volta de R$ 68,17, muito pouco para lidar com as necessidades.
Vozes saudosistas pedem que se retorne ao controle total central do regime soviético.
Putin comemora, porém, o “rápido crescimento da prosperidade” nacional, noticiou “AsiaNews”.
O governador da região de Ulyanov, Aleksej Russkikh, criou “certificados eletrônicos” para o segmento da população que vive em “condições de vida difíceis” para fazer compras em grandes shoppings, e obter descontos em leite, carne, frutas e vegetais.
O benefício é muito relativo e os apenas 1.000 rublos do cartão por mês é encarado com o espírito irônico.
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Voltaram as filas, nesta foto para obter divisas |
Soluções semelhantes já estão em andamento nas regiões da Sibéria e do Extremo Oriente, como Amur e Kamchatka.
Essas medidas fantasiosas estão ligadas à crise econômica na qual a Rússia está cada vez mais afundando, após a loucura da guerra que levou a converter cada vez mais as fábricas de produtos básicos para a atendimento industrial das necessidades militares.
As soluções parecem improvisadas e apressadas, e não podem mais ser adiadas, porém dificilmente resolverão o problema para um grande segmento da população russa.
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Índices financeiros apontam para o precipício |
O partido “Rússia Justa - Pela Verdade” postula um “corredor de preços” em que as autoridades centrais interviriam os preços de “alimentos socialmente importantes” em todos os pontos de venda.
Alguns, no entanto, estão criticando abertamente, como o “crematístico” Pavel Moskovsky que denuncia o atual sistema como “extremamente corrupto e ineficiente”.
Ele diz que Putin continua “não dando dinheiro às pessoas, apenas cinco rublos antes das eleições”.
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