domingo, 12 de maio de 2019

Álcool, droga, AIDS:
lideram corrida para a morte demográfica

Drogados na Rússia, bonecos de cera para afastar crianças do vício
Drogados na Rússia: bonecos de cera para afastar crianças do vício
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A dramática degradação da saúde pública e do número da população da Federação Russa é agravada pela ausência ou muito pobre credibilidade das estatísticas.

Essa falha impede até conceber algum plano pelo menos moderador dos sofrimentos da população.

Em 2009, se calculava que mais de 2,5 milhões de russos com idades entre 18 e 39 eram adictos a drogas ilegais, segundo o chefe do Serviço russo para o controle federal da droga, Viktor Ivanov.

Além do mais, havia 140.000 menores em centros de recuperação para drogados, noticiava a agência estatal “Novosti”.

Segundo Ivanov, perto de 30.000 russos morriam anualmente por excesso de droga. O número de decessos inclui crimes associados a essas substâncias.



Só em 2008 foram sequestradas 38 toneladas de narcóticos; perto de 7.000 narcotraficantes foram encarcerados ou mortos. Entretanto, a escalada do narcotráfico e do crime não parou.

Em 2012, “a Rússia tinha a maior população de usuários de drogas injetáveis (IDUs em inglês) do mundo, estimada em 1,8 milhões de pessoas.

“Mais de um terço delas tinham contraído AIDS. Porém, em algumas regiões, os contagiados chegam a constituir três quartas partes da categoria de drogados.

“Acrescia que por volta de 90% dos IDUs russos sofriam de hepatite C, e a maioria dos pacientes infectados com HIV e tuberculose eram toxicodependentes”. (Talha Burki, "Russia’s drug policy fuels infectious disease epidemics," The Lancet, Vol. 12, April 2012, p. 275.)

Os números apresentados num Congresso em São Petersburgo no fim de 2017 apontaram para um crescimento aterrador.

“De acordo com fontes múltiplas, os drogados de todas as categorias haviam aumentado de 7,3 a 8,5 milhões nos últimos anos.

Em dita conferência “em outubro de 2017, os especialistas informaram que em 2016, 637.482 pessoas estavam presas na Rússia e que o 63% delas era por crimes relacionados com as drogas e que um 10% tinha HIV.

Não há tratamentos proporcionados. “54,5% dos especialistas russos em cura da drogadição apontava que 'a terapia mais viável' para o vício das diversas drogas, era a religião”.

A religião largamente maioritária é o cisma liderado pelo Patriarcado de Moscou, ou greco-cismático. Ela é intensamente promovida por Vladimir Putin. Mas os clérigos desse cisma que se diz cristão, vivem imersos eles próprios nos vícios. O alcoolismo notadamente.

O resultado é que a dependência da droga é combatida “com medicação para psicopatas, ou tratada como esquizofrenia”.

Não há tratamentos nem política de saúde específicos. (United States Department of State Bureau for International Narcotics and Law Enforcement Affairs, "International Narcotics Control Strategy Report: Volume I: Drug and Chemical Control (Washington, DC: March 2018), p. 257.)

E os tratamentos existentes são cruéis e ineficazes.

Eles “incluem flagelação, espancamentos, punição por inanição, fixação nas camas com algemas durante longos períodos, espécie de hipnoterapia para convencer o drogado que se não abandona o vício ele vai morrer, enterrar os pacientes baixo terra, choques elétricos e a implantação de pedaços de cérebros de cobaias”. (Merkinaite, S. A war against people who use drugs: the costs. Eurasian Harm Reduction Network (EHRN), Vilnius: 2012, pp. 21-22.)

Semelhantes métodos, mais os que acrescenta a repressão policial, são patentemente ineficazes.

Em matéria de AIDS os números também são aterradores.

Infectados com HIV estaria na ordem de 2 milhões
Infectados com HIV estariam na ordem de 2 milhões
“A Federação Russa detenta a mais alta taxa epidêmica de HIV da Europa Oriental e da Ásia Central. Os índices de doentes aidéticos crescem por volta de 10 a 15% cada ano”.

Por volta da metade de 2017, 1,16 milhões de russos haviam sido diagnosticados soropositivos. Mas em 2013 o Centro Federal Russo para a AIDS calculava que apenas 51% dos contagiados com HIV tinham sido diagnosticados.

Os números oficiais parecem inconsistentes e muito abaixo da realidade quando conferidos com a taxa de mortalidade de aidéticos. A UNAIDS (ente das Nações Unidas contra a AIDS) também duvida dos números oficiais segundo Avert, site para a informação global e educação para o HIV e a AIDS.

Vadim Pokrovsky, chefe do Centro Metodológico e Científico Federal para a Prevenção e Controle da AIDS de Moscou, órgão independente do Ministério da Saúde, estima que entre 1,1 milhão e 1,4 milhões de russos estão infectados com HIV.

Mas Michel Kazatchkine, conselheiro especial da UNAIDS na Europa Oriental e Ásia Central, concluiu em 2017 que o número verdadeiro estaria na ordem de 2 milhões, segundo Science.

Mais de 500.000 de russos falecem por ano de abuso alcoólico
Mais de 500.000 de russos falecem por ano de abuso alcoólico
Estudo de um grupo internacional de cientistas publicado por The Lancet calculou que entre 1990 e 2001 em três grandes cidades siberianas 52% das mortes de russos entre 15 e 54 anos resultaram do abuso do álcool.

O especialista Prof. David Zaridze calculou que o aumento no consumo de álcool desde 1987 causou três milhões de mortes adicionais a nível nacional.

Em 2009, a Câmara Pública da Rússia concluiu que mais de 500.000 de russos faleciam anualmente por intoxicação alcoólica.

O russo consome uma média anual de 18 litros de aguardente, mais do dobro do limite que a Organização Mundial da Saúde considera perigoso, registra Wikipedia.

É preciso uma reforma moral profunda do povo desfeito por décadas de socialismo.

E isso só se obtém com a prática da religião verdadeira: a católica.

Mas, o governo de Putin, como outrora o de Stalin, só pensa em reprimi-la. O resultado é que se não houver um milagre a população russa em diminuição por causa desses fatores, acabará desaparecendo.

Temia-se há tempos que a queda da população afetasse a economia da Rússia, informava a BBC Brasil.

Agora, segundo Sergei Zakharov, do Instituto de Demografia da Escola de Altos Estudos Econômicos de Moscou, em 2015 a Rússia teve oito milhões de trabalhadores a menos, e o Exército perderá um milhão de soldados até 2050.

Este último dado preocupa os ditadores russos, pois tira um instrumento de intimidação sobre o Ocidente. "Os números são assustadores", diz Zakharov.

Em 2009, as Nações Unidas previam que a população russa cairia dos 142 milhões daquele ano para 100 milhões até 2050. Oficialmente, o número de óbitos superou o de nascimentos em 12 milhões de 1992 a 2007.

Com a população em baixa os investidores internacionais fugiriam para outros países, observou Markus Jaeger, economista do Deutsche Bank. A alarme foi dada num momento propício para prevenir a crise em virtude da alta valorização do petróleo que a Rússia vende a Europa.

Logo a situação piorou pela acentuada queda da cotação do petróleo e as sanções econômicas ocidentais após a invasão da Crimeia e pela invasão do leste da Ucrânia.

A Rússia de Putin estaria liderando a corrida para a morte demoográfica universal
A Rússia de Putin estaria liderando a corrida para a morte demográfica universal
A previdência social entrou em colapso e a população restante briga pelos subsídios estatais cada vez mais escassos. Muitos imigrantes retornam aos países da ex-URSS e não preenchem os vazios de mão de obra cada vez mais precária.

E nem mesmo o exército consegue reunir os recrutas previstos e os quartéis ficam semivazios.

A perspectiva é pavorosa, mas o ódio à vida é intrínseco à mentalidade socialista.

Pode até se conjecturar se a extinção da humanidade não está entre os objetivos da “cultura da morte” inspirada pelo ateísmo laicista-socialista.

Neste caso, a Rússia de Putin estaria liderando a corrida para a morte demográfica universal.


Um comentário:

  1. Nossa, não sabia que estava nesse pé a Russia, da até medo desse Putin apertar o botão para logo acabar com a terra inteira já que o futuro de seu País é a estincão em um determinado tempo.

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