quarta-feira, 17 de março de 2021

Ameaça de nova Guerra Fria:
Biden trata Putin de assassino

Primeira vez que bombardeiro nuclear EUA pousa no Ártico. Base de Bodø, Noruega, em março
Primeira vez que bombardeiro nuclear EUA pousa no Ártico.
Base de Bodø, Noruega, março 2020
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









Na primeira “longa conversa” telefônica de Joe Biden na Casa Branca com Vladimir Putin no dia 26 de janeiro as relações americano-russas mostraram estar no nível mais preocupante desde o fim da Guerra Fria, segundo “Le Monde” de Paris.

Após o distendido relacionamento entre Trump e Putin, Biden focou o explosivo acordo Novo Start de armas nucleares assinado em 2010 que limita os arsenais atômicos dos dois a um máximo de 1.550 ogivas, ou 30 % a menos do precedente limite.

O presidente americano levantou temas que ferem o expansionismo russo. Ele “reafirmou nosso sólido apoio à soberania da Ucrânia face à insistente agressão da Rússia”, explicou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

Biden também expressou sua “preocupação” pelo “envenenamento de Alexeï Navalny” que foi preso novamente na Rússia após cinco meses de convalescência num hospital alemão.



Falou também do “tratamento dado a manifestantes pacíficos pelas forças policiais russas”. Vários milhares de cidadãos foram presos e tratados com brutalidade enquanto protestavam em diversas cidades pela prisão do dissidente liberal Navalny.

O presidente americano também mencionou informações segundo as quais a Rússia teria pagado “prêmios” a talibãs para matar soldados americanos no Afeganistão.

Putin intensificou repressão a manifestantes pro-Navalny
Putin intensificou repressão a manifestantes pro-Navalny
O presidente dos EUA, Joe Biden, advertiu que seu homólogo russo Putin sofrerá consequências pelos esforços que teria feito para inclinar as eleições presidenciais americanas de 2020 em favor de Donald Trump.

O relatório indica que o regime russo ajudou a espalhar na Internet teorias da conspiração favoráveis a Trump e esforços para desacreditar Biden.

Já na eleição anterior, em 2016, Moscou interferira a favor de Trump e contra a democrata Hillary Clinton, concluiu a investigação americana.

E, quando interrogado, Biden assentiu que o líder russo é um assassino.

“Ouest France” lembrou que em março de 2011 Biden teria achado que Putin era um homem “sem alma”. “Olhei aquele homem nos olhos e consegui vislumbrar a sua alma”, referiu “Expresso”

“Ele pagará um preço”, disse Biden à rede de TV ABC News em referência às ações que teriam sido realizadas por Moscou para influenciar o pleito americano. Questionado quais seriam as consequências, o democrata respondeu: “Você saberá em breve”.

As declarações foram feitas após a Inteligência dos EUA divulgar relatório segundo o qual Putin está por trás da interferência russa no pleito que colocou Biden na Casa Branca, uma acusação que Moscou considera infundada.

Segundo a CNN, Biden planeja sancionar mais pessoas ligadas ao Kremlin já na semana que vem em resposta à suposta interferência eleitoral, mas ainda não está claro quais serão os alvos, escreveu “O Globo”.

Em revide, o porta-voz da câmara de deputados da Duma (Parlamento russo) Vyacheslav Volodin qualificou as palavras de Biden de “ataque a Rússia” e manifestação de “histeria devida à própria debilidade”, registrou o oposicionista russo “The Moscow Times”. 

A Rússia convocou seu embaixador em Washington e Konstantin Kosachyov, vice-presidente da câmara alta da Duma, exigiu a Biden “pedir desculpas e explicar por que razão chamou assassino a Vladimir Putin”.

Acrescentou em Facebook que o comentário de Biden é um “divisor de águas” e é “inaceitável em qualquer circunstância”, noticiou Multinews.Sapo.

Por sua vez, Putin retrucou: “aquele que diz, isso é”, recolheu “Clarín”.


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