domingo, 16 de junho de 2024

80 anos após o “Dia D”, Putin é o novo Hitler e a Ucrânia é o local do embate decisivo

Putin é o novo Hitler e a Ucrânia é o local da batalha decisiva.
Putin é o novo Hitler e a Ucrânia é o local da batalha decisiva.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O 80º aniversário do “Dia D”, ou desembarco de Normandia, que determinou o rumo final da II Guerra Mundial, foi ocasião de grandes comemorações oficiais na Europa. As festividades, entretanto, vieram carregadas de graves presságios.

Convergiram na França os chefes dos Estados especialmente engajados naquele tremendo episódio bélico.

Eles fizeram sonoros discursos entre os quais se destacou o do Joseph Biden, presidente dos EUA, a potência que mais engajou homens e armamentos em 6 de junho de 1944 e que ainda possui as maiores forças armadas do planeta.

Nas praias da Normandia, Biden fez um paralelismo entre a situação europeia de 1944 em que Hitler tentava submeter a Europa e a situação atual em que seu êmulo na invasão totalitária Vladimir Putin ameaça o continente começando pela Ucrânia.

O presidente americano apelou aos aliados para ajudarem a Ucrânia a derrotar “um tirano determinado a dominar” se referindo a Putin.

Segundo registrou a FoxNews, Biden vinculou diretamente a luta contra a Alemanha nazista aos combates na Ucrânia que vêm acontecendo desde a invasão em grande escala da Rússia em fevereiro de 2022.

“O isolacionismo não era a resposta há 80 anos e não é a resposta hoje. A Ucrânia foi invadida por um tirano determinado a dominar”, disse.

Biden sublinhou que 350 mil soldados russos foram mortos ou feridos no conflito, enquanto que quase 1 milhão de pessoas “deixaram a Rússia porque ali não conseguem mais ver um futuro”.

“Não iremos embora, continuou. Porque se o fizermos, a Ucrânia será subjugada e toda a Europa será ameaçada... os autocratas do mundo estão observando atentamente para ver o que acontece na Ucrânia, para ver se deixamos passar esta agressão ilegal. Curvar-se aos ditadores é simplesmente impensável”, concluiu.

Acima: concentração de blindados russos previa à invasão. Embaixo: desembarco americano na praia 'Omaha' em 1944
Acima: concentração de blindados russos previa à invasão.
Embaixo: desembarco americano na praia 'Omaha' em 1944
Do outro lado da linha de combate, Putin ordenou treinos para a eventualidade de usar armas nucleares
. Os temores se amplificaram obviamente.

De todas partes chovem noticias belicistas alarmantes. Por exemplo, Anne Kest-Butler, diretora da Sede de Comunicações do Governo Britânico (GCHQ), um dos principais centros de inteligência do mundo, alertou no primeiro discurso após assumir o cargo que a Rússia prepara “ataques físicos” contra o Ocidente, noticiou “El Mundo” de Madrid.

Moscou contaria com a colaboração de grupos locais dispostos a “operações de sabotagem”, “vigilância” e “ataques cibernéticos” dentro dos países europeus.

As declarações do chefe da ‘ciberinteligência’ britânica surgem na sequência da sabotagem contra fábricas de armas e armazéns de munições em vários países europeus.

"A Rússia está fazendo atos de sabotagem por toda Europa" ("Valeurs Actuelles", Paris, 8-6-24).
"A Rússia está fazendo atos de sabotagem por toda Europa"
("Valeurs Actuelles", Paris, 8-6-24).
Os ataques foram acompanhados das detenções de espiões russos na Alemanha e na Polônia, acusados de planejar ataques contra instalações militares dos EUA.

“A Rússia acha que está em conflito com o Reino Unido e com os países ocidentais”, alertou o deputado conservador Bob Seely, da comissão parlamentar de relações exteriores.

“Algumas ações parecem obra de amadores, outras são mais sofisticadas. Tudo faz parte da máquina de propaganda de Putin para responder ao Ocidente e testar as suas forças de segurança”, acrescentou o especialista em Rússia.

Anne Keast-Butler sublinhou também as ligações de Moscou com “grupos favoráveis” no continente (alguns deles ligados à extrema direita) para lançar ‘ataques cibernéticos’, realizar trabalhos de vigilância e “em alguns casos coordenar ataques físicos contra o Ocidente”.

Numa conferência CyberUK em Birmingham, Anne Kest-Butler esclareceu que o risco encarnado por Pequim é de “longo prazo”, comparado com o “perigo iminente” representado pela Rússia.


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