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General Thierry Burkhard alertou surpreendentemente da proximidade de guerra com a Rússia |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
“A França é um dos alvos prioritários da Rússia” e “a Europa está em guerra”, alertou em Paris de forma inusitada e inesperada, o Chefe do Estado-Maior Conjunto francês, general Thierry Burkhard, repercutiu na imprensa mundial.
Suas palavras soaram a preparação para um próximo conflito com a Rússia e uma alerta para o fato de que Putin está espionando, sabotando e operando dentro da França.
Logo depois o presidente Macron duplicou o orçamento militar e a parada do 14 de julho adotou o tom de exibição de poder de fogo em mensagem à Rússia.
No dia previo o presidente francês Emmanuel Macron e o premier britânico Sir Keir Starmer, estabeleceram em Paris a base da Coalizão da Boa Vontade para a Ucrânia.
A Rússia representa “uma ameaça próxima e de longa data, e para mim, a mais significativa”, acrescentou o chefe do Estado-Maior Conjunto, General Thierry Burkhard.
O principal motivo dessa disposição hostil é, segundo o General Burkhard, o apoio da França à Ucrânia.
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Provocações aéreas e ataques cibernéticos fazem perguntar se as Rússia não está treinando ataque maior |
“Os sistemas russos implantados para conduzir a guerra de informação não apenas visam a França, mas a priorizam”, exclareceu.
Na guerra da informação, a Rússia teria concluído “se a França tiver dificuldades nesta área, haverá um efeito dominó.”
Acrescentou também que “a Rússia é um modelo de exército completo, até a ponta dos dedos. Não vejo nenhuma capacidade faltando”, declarou.
Nunca um militar ou oficial francês havia identificado o papel de Moscou com tanta precisão.
Ele apontou pessoalmente a Vladimir Putin. “Ele desempenha um papel decisivo. Ele tem um espírito de vingança e um desejo de deixar sua marca na história. Isso poderia levar a todo tipo de excessos”, alertou.
“Moscou realizou ataques cibernéticos na Europa e na França”, alertou. “Portanto, não devemos descartar a possibilidade de ações idênticas às sofridas por nossos vizinhos, como sabotagem”, disse.
Recusando-se a “assustar os franceses”, o Chefe do Estado-Maior da Defesa, descreveu as ameaças que seu país enfrenta após o início da invasão da Ucrânia e em um momento em que a ordem internacional está profunda e permanentemente perturbada.
“Não devemos esperar um retorno ao passado num futuro próximo”, explicou o oficial de mais alta patente na inusitada coletiva de imprensa.
A reunião fora decidida no mais alto nível havia poucos dias.
O presidente francês, Emmanuel Macron, havia levantado a possibilidade de enviar tal força em caso de cessar-fogo na Ucrânia.
Ele também anunciou a decisão de reforçar o contingente franco-britânico, que servirá de base, com “até 50.000 soldados”.
E o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, revidou dizendo que qualquer envio de um contingente militar europeu à Ucrânia será “inaceitável”.
O General Burkhard, insistiu em que Moscou está travando uma guerra híbrida contra o Ocidente, incluindo desinformação e ataques cibernéticos, bem como ações espaciais e submarinas.
Para a Europa e a França, a Rússia de Putin é “uma ameaça duradoura, próxima e significativa”.
Até 2030, “representará uma ameaça real às nossas fronteiras”, estimou o oficial, que ratificou que Vladimir Putin persegue “enfraquecer a Europa e desmantelar a OTAN”.
“A derrota da Ucrânia seria uma derrota europeia”, disse ainda.
“Uma resposta europeia é necessária nesta situação, pois a segurança do Velho Continente está em jogo na Ucrânia. E no caso de uma vitória russa”, insistiu, “seria uma verdadeira derrota europeia”.
“Ninguém se deixa enganar quando uma bandeira francesa é queimada em Bangui (capital da República Centro-Africana) e uma russa é hasteada. Não é coincidência”, disse ele.
A França está perdendo governos amigos em golpes pró-russos sucessivos no Mali, Burkina Faso e Níger.
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Parada do 14 de julho 2025 foi exibição de força bélica para a Rússia ver |
“Fomos espionados, estamos sendo espionados e somos alvo de campanhas de difamação”, listou, e ele citou outros “grandes concorrentes”, China e Irã.
O Chefe do Estado-Maior também mencionou a ameaça terrorista que “permanece presente” no país.
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