domingo, 28 de setembro de 2025

“Rússia nos visou e a guerra já está na Europa” anuncia chefe do Estado Maior francés

General Thierry Burkhard  alertou surpresivamente do perigo de guerra com a Rússia
General Thierry Burkhard  alertou surpreendentemente 
da proximidade de guerra com a Rússia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







“A França é um dos alvos prioritários da Rússia” e “a Europa está em guerra”
, alertou em Paris de forma inusitada e inesperada, o Chefe do Estado-Maior Conjunto francês, general Thierry Burkhard, repercutiu na imprensa mundial. 

Suas palavras soaram a preparação para um próximo conflito com a Rússia e uma alerta para o fato de que Putin está espionando, sabotando e operando dentro da França.

Logo depois o presidente Macron duplicou o orçamento militar e a parada do 14 de julho adotou o tom de exibição de poder de fogo em mensagem à Rússia.

No dia previo o presidente francês Emmanuel Macron e o premier britânico Sir Keir Starmer, estabeleceram em Paris a base da Coalizão da Boa Vontade para a Ucrânia.

A Rússia representa “uma ameaça próxima e de longa data, e para mim, a mais significativa”, acrescentou o chefe do Estado-Maior Conjunto, General Thierry Burkhard.

O principal motivo dessa disposição hostil é, segundo o General Burkhard, o apoio da França à Ucrânia.

Provocações aéreas e ataques cibernéticos fazem perguntar se as Rússia não está treinando ataque maior
Provocações aéreas e ataques cibernéticos 
fazem perguntar se as Rússia não está treinando ataque maior
A Rússia considerou a França, juntamente com o Reino Unido, como um mais “útil” para encarnar o perfil de seu principal inimigo na Europa.

“Os sistemas russos implantados para conduzir a guerra de informação não apenas visam a França, mas a priorizam”, exclareceu.

Na guerra da informação, a Rússia teria concluído “se a França tiver dificuldades nesta área, haverá um efeito dominó.”

Acrescentou também que “a Rússia é um modelo de exército completo, até a ponta dos dedos. Não vejo nenhuma capacidade faltando”, declarou.

Nunca um militar ou oficial francês havia identificado o papel de Moscou com tanta precisão.

Ele apontou pessoalmente a Vladimir Putin. “Ele desempenha um papel decisivo. Ele tem um espírito de vingança e um desejo de deixar sua marca na história. Isso poderia levar a todo tipo de excessos”, alertou.

“Moscou realizou ataques cibernéticos na Europa e na França”, alertou. “Portanto, não devemos descartar a possibilidade de ações idênticas às sofridas por nossos vizinhos, como sabotagem”, disse.

Recusando-se a “assustar os franceses”, o Chefe do Estado-Maior da Defesa, descreveu as ameaças que seu país enfrenta após o início da invasão da Ucrânia e em um momento em que a ordem internacional está profunda e permanentemente perturbada.

“Não devemos esperar um retorno ao passado num futuro próximo”, explicou o oficial de mais alta patente na inusitada coletiva de imprensa.

A reunião fora decidida no mais alto nível havia poucos dias.

O presidente francês, Emmanuel Macron, havia levantado a possibilidade de enviar tal força em caso de cessar-fogo na Ucrânia.

Ele também anunciou a decisão de reforçar o contingente franco-britânico, que servirá de base, com “até 50.000 soldados”.

E o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, revidou dizendo que qualquer envio de um contingente militar europeu à Ucrânia será “inaceitável”.

O General Burkhard, insistiu em que Moscou está travando uma guerra híbrida contra o Ocidente, incluindo desinformação e ataques cibernéticos, bem como ações espaciais e submarinas.

Para a Europa e a França, a Rússia de Putin é “uma ameaça duradoura, próxima e significativa”.

Até 2030, “representará uma ameaça real às nossas fronteiras”, estimou o oficial, que ratificou que Vladimir Putin persegue “enfraquecer a Europa e desmantelar a OTAN”.

“A derrota da Ucrânia seria uma derrota europeia”, disse ainda.

“Uma resposta europeia é necessária nesta situação, pois a segurança do Velho Continente está em jogo na Ucrânia. E no caso de uma vitória russa”, insistiu, “seria uma verdadeira derrota europeia”.

“Ninguém se deixa enganar quando uma bandeira francesa é queimada em Bangui (capital da República Centro-Africana) e uma russa é hasteada. Não é coincidência”, disse ele.

A França está perdendo governos amigos em golpes pró-russos sucessivos no Mali, Burkina Faso e Níger.

Parada do 14 de julho 2025 eccou como exibição de força militar para a Rússia ver
Parada do 14 de julho 2025 foi exibição de força bélica para a Rússia ver
Segundo o jornal Le Monde, o General Burkhard defende “um conceito que rompe com a tradição francesa de operações estrangeiras: 'Vencer a guerra antes da guerra'“.

“Fomos espionados, estamos sendo espionados e somos alvo de campanhas de difamação”, listou, e ele citou outros “grandes concorrentes”, China e Irã.

O Chefe do Estado-Maior também mencionou a ameaça terrorista que “permanece presente” no país.


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