domingo, 25 de setembro de 2022

Forças infernais atiçam os crimes da Rússia?

Augur de Putin reage ao assassinato da filha, quiçá pela polícia putinista
Áugure de Putin reage ao assassinato da filha, quiçá pela polícia putinista
Luis Dufaur
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O jornalista e cientista político Sergej Sumlenny que desempenhou importantes missões na mídia russa e alemã e escreve para a maior revista russa de economia sublinhou quanto o esoterismo é difundido na Rússia, especialmente entre as elites.

Para ele, o exemplo mais recente apareceu nas explicações da morte de Daria Dugin, filha do filósofo Alexandr Dugin – preferido de Vladimir Putin e intensamente relacionado com o ocultismo que subjaz em não poucos movimentos populistas e enganosamente “tradicionalistas” ocidentais.

O site independente Atlantico, que foca com frequência a Eurásia putinista, e os novos movimentos populistas europeus afins, lhe perguntou sobre a hipótese de que a morte de Daria Dugin teve um motivo esotérico.

Sergej Sumlenny disse acreditar que a explicação mais realista do assassinato é que foi organizado pelo FSB – herdeiro reforçado da polícia política KGB de Stalin – “para estimular o belicismo na Rússia. Este é, para mim, o principal motivo”.

domingo, 18 de setembro de 2022

Agressividade russa angustia área estratégica da Europa

Kaliningrado pode ser o próximo pretexto de guerra russo
Kaliningrado pode ser o próximo pretexto de guerra russo
Luis Dufaur
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A bucólica região fronteiriça entre a Polônia e a Lituânia, famosa por suas infinitas terras agrícolas, lagos e cidades históricas, agora virou um foco de perigo, escreveu “La Nación”.

Entre a Bielorrússia, súbdito da Rússia que serviu de base para a invasão da Ucrânia, e Kaliningrado, enclave portuário russo na Europa Oriental desconectado do resto do gigante, fica a cidade de Suwalki que tem quase 70.000 habitantes e fica no corredor de 70 quilômetros entre dois grandes redutos militares do Kremlin.

Os estrategistas militares ocidentais temem que, após anexar a Crimeia em 2014 e invadir a Ucrânia este ano, a Rússia use a força para ocupar essa região e reunir Kaliningrado com a Bielorrússia.

Os governos da Rússia e da Bielorrússia fazem declarações angustiantes para a região, e um projeto de lei apresentado no Parlamento russo revoga o reconhecimento de Moscou da independência da Lituânia em 1991.

A Finlândia e a Suécia já se inscreveram na OTAN, enquanto o Cazaquistão e outras ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central se afastaram da órbita russa por desconfiança.

domingo, 11 de setembro de 2022

Legisladores de 18 distritos pedem destituir Putin por traidor e incompetente

Rússia abandona igrejas e aldeias destruídas sem objetivo militar
Rússia abandona igrejas e aldeias destruídas sem objetivo militar
Luis Dufaur
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O assassinato misterioso de dissidentes na Rússia prossegue em aumento.

Por isso foi uma rara demonstração de coragem da dissidência russa, quando deputados regionais de uma cidade de São Petersburgo pediram o impeachment do presidente russo, Vladimir Putin.

Os deputados locais do município de Smolninskoye, Dimitri Paliuga e Nikita Yuferev, lideraram um apelo à Duma [Legislativo nacional] russa para acusar Putin do crime de alta traição, noticiou “La Nación”.

No total 20 vereadores aproveitou a ausência de membros do partido governante Rússia Unida para conseguir aprovar de surpresa esta iniciativa

domingo, 4 de setembro de 2022

Estônia e Letônia derrubam monumentos soviéticos e Putin monta em cólera

Letônia, antes e depois
Letônia, antes e depois
Luis Dufaur
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A Letônia derrubou um monumento da época soviética que comemora a vitória do Exército de Stalin na II Guerra Mundial. Uma semana antes, a vizinha Estônia demoliu um monstruoso monumento feito pelos ocupantes comunistas com intenções similares, noticiou “Los Angeles Times”.

O humilhante monumento estava no Parque da Vitória, no centro de Riga e exibia uma torre de concreto de 80 metros com uma estrela soviética no topo e dois grupos de estátuas na beira de um lago.

Um grupo escultórico representa um bando de três soldados do Exército Vermelho e, do outro lado, uma mulher levanta os braços supostamente para representar a pátria.

O monumento foi construído em 1985, quando a Letônia ainda fazia parte da União Soviética, hoje extinta.

Para os letões, o monumento evocava o espantoso regime opressivo feito de crimes, prisões e deportações a Sibéria que custaram a vida a centenas de milhares de seus antepassados e fizeram viver no terror e na fome aos sobreviventes.

domingo, 28 de agosto de 2022

‘Patriarca’ russo Kirill é “herege”
por apoiar a invasão da Ucrânia,
diz cardeal vaticano

Patriarca cismâtico de Moscou é herege porque “legitima a guerra contra a Ucrânia por razões pseudo-religiosas”
Patriarca cismático de Moscou é herege porque
“legitima a guerra contra a Ucrânia por razões pseudo-religiosas”, diz Cardeal Koch
Luis Dufaur
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O cardeal Kurt Koch, prefeito da Congregação para a Promoção da Unidade dos Cristãos, considerou “heresia” (doutrina falsa) que “o patriarca [Kirill, cismático de Moscou] ouse legitimar a guerra brutal e absurda contra a Ucrânia por razões pseudo-religiosas”, registrou Religión Digital.

Koch vê extremamente difícil um encontro entre Francisco e Kirill enquanto o ‘patriarca’ russo continuar defendendo a invasão de Putin, embora as portas nunca devam ser “fechadas”.

“Subestimar a brutal guerra de agressão de Putin como uma 'operação especial' é um abuso de linguagem. Devo condenar essa postura como absolutamente impossível”, disse o Cardeal vaticano, nascido na Suíça.

Com essas palavras contundentes, o cardeal Koch referiu-se à posição favorável à guerra com a Ucrânia por parte do patriarca de Moscou Kirill, em uma entrevista ao semanário “Die Tagespost” citada pela agência Kath.net.

domingo, 21 de agosto de 2022

Nostalgia putinista de uma nova União Soviética

Choigou no Kremlin “em breve haverá uma União Soviética novamente”
Choigou no Kremlin “em breve haverá uma União Soviética novamente”
Luis Dufaur
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O ministro da Defesa russo Sergei Shoigu tendo evocado a reconstituição uma nova União Soviética, a proposta foi doentiamente compartilhada nas redes sociais russas, segundo o site francês BFMTV.

“Em breve nosso país recuperará sua força, haverá uma União Soviética novamente e viveremos em paz novamente”, disse.

As palavras circularam com o vídeo em que Sergei Shoigu as pronuncia. Também foram interpretadas como intenções da Rússia em relação à Ucrânia.

Porém, de acordo com a Newsweek os propósitos foram tirados de contexto.

O ministro russo falava sobre o 30º aniversário da guerra da Ossétia do Sul, entre 1991 e 1992, que ele descreve em termos parecidos aos pretextos para a invasão da Ucrânia.

Falando do remoto evento, disse que sua geração pensava então “que nossa nação seria grande e poderosa novamente, que a União Soviética voltaria, que ninguém iria embora e que todos viveriam em paz e harmonia”.

Esses comentários obedeciam às múltiplas referências à Segunda Guerra Mundial feitas nos últimos meses por Vladimir Putin.

domingo, 14 de agosto de 2022

Papa Francisco se avizinha ao patriarca cismático Kirill que prega a invasão como “santa”

Mons. Vitaliy Krivitskiy, bispo católico de Kiev, rito latino o Papa Francisco semeu a desconfiança nos fiéis escolhendo o patriarca russo invasor
Mons. Vitaliy Krivitskiy, bispo católico de Kiev de rito latino:
o Papa Francisco semeou a desconfiança nos fiéis escolhendo o patriarca russo invasor
Luis Dufaur
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A auspiciada visita do Papa Francisco a Kiev está ficando impossível devido à desconfiança de muitos ucranianos em relação ao Papa, disse Mons. Vitaliy Krivitskiy, bispo de Kiev do rito católico latino, noticiou “Crux”.

Infelizmente alguns dos seus atos e comentários públicos favoráveis ao invasor russo soam improcedentes e feriram a imagem que um Papa deve dar de si próprio.

Mons. Vitaliy Krivitskiy foi muito claro no jornal oficial do episcopado italiano Avvenire: “em comparação com o início do conflito, uma parte da população não acolheu algumas das palavras do Papa que considerou erradas.

Portanto, também é necessário reconstruir um ‘consenso’ em torno da sua jornada [a Kiev]. Tudo isso me faz dizer que levará tempo [até tal visita ser possível]”.

O Papa Francisco criticou o fornecimento de armas ocidentais que poderiam garantir a supervivência da Ucrânia.

domingo, 7 de agosto de 2022

Rússia amplia conflito com ataques cibernéticos a Lituânia

Ninguém sobrevirá! (captura TV russa)
Ninguém sobrevirá! (captura TV russa)
Luis Dufaur
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Poucos dias depois e Moscou ameaçar a Lituânia retaliações, hackers “ligados ao Estado russo” atacaram dezenas de organizações governamentais e privadas lituanas, disse o vice-ministro da Defesa do país báltico, disse reportagem do “The New York Times”.

O ataque digital marca o início de medidas dolorosas anunciadas pelo Kremlin contra a nação da OTAN por restringir o transporte de certas mercadorias por ferrovia.

O enclave russo no Mar Báltico fica entre a Lituânia e a Polônia, outra nação da OTAN, centenas de quilômetros a leste do continente russo.

No pequeno enclave – antiga Königsberg que fazia parte da Prússia oriental, Alemanha – a Rússia acumula uma assustadora quantidade de mísseis nucleares de meio alcance capazes de atingir as grandes capitais europeias em questão de poucos minutos e alberga uma das principais bases navais russas no Mar Báltico.

domingo, 31 de julho de 2022

Putin apela a curas supersticiosas

Os chifres do cervo russo Maral de Altay teriam efeitos medicinais supersticiosos
Os chifres do cervo russo Maral de Altay
teriam efeitos medicinais supersticiosos
Luis Dufaur
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Rumores sobre grave doença que atingiu Vladimir Putin foram veiculados por chefes da inteligência militar britânica e ucraniana. Teme-se que um golpe esteja em andamento na Rússia para removê-lo.

“Podemos confirmar que Putin está em péssimas condições psicológicas e físicas. Está muito doente. Ele sofre de várias doenças ao mesmo tempo, uma delas é o câncer”, disse o major-general Kyrylo Budanov ao canal britânico Sky News citado por “La Nación”.

O estado de saúde do presidente russo se tornou uma das grandes incógnitas depois que vários vídeos foram divulgados sugerindo que ele está com problemas. Uma das mais explícitas especulações girava em torno de imagens das comemorações do Dia da Vitória, nas quais o presidente era visto com as pernas sob um cobertor.

Durante o desfile militar de 9 de maio – comemoração da vitória soviética contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial – viu-se que o presidente era o único que tinha um cobertor no colo, diferentemente dos demais generais veteranos do evento, sentados ao seu redor em uma galeria, que não tinham tal proteção, apesar de serem pessoas mais velhas que ele.

O meio de comunicação russo independente Proekt especializado em jornalismo investigativo publicou extensa matéria segundo a qual o presidente teria câncer de tireoide, citou “La Nación”.

“Putin agora está acompanhado por uma vasta equipe de médicos, incluindo um cirurgião de câncer de tireoide”, disse Proekt no artigo.

domingo, 10 de julho de 2022

Sob Putin, qualquer um pode ser sequestrado pela FSB

Qualquer gesto desaprovado pelo regime leva à prisão
Qualquer gesto desaprovado pelo regime leva à prisão
Luis Dufaur
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Um por um, os russos considerados insuficientemente patrióticos estão sendo sequestrados pelas forças de segurança enquanto o Kremlin aperta o laço da forca na sociedade, escreveu “The New York Times”.

Porque agora quase todo mundo é punível na Rússia de Vladimir Putin.

A onda de prisões em todo o país sinalizou que o Kremlin quer enforcar mais a sociedade russa.

Dmitry Kolker, 54, especialista em óptica quântica, estava na UTI num hospital de Novosibirsk em tratamento de um câncer em estágio avançado, tão fraco que não conseguia comer.

Mas agentes do Serviço Federal de Segurança, ou FSB, a sucessora da KGB, entraram pela força acusando-o de traição, o levaram para uma prisão em Moscou onde morreu na mesma semana sob custódia.

domingo, 3 de julho de 2022

Onda de expurgos

Marina Ovsyannikova salvou a vida pela repercussão do protesto
Marina Ovsyannikova salvou a vida pela repercussão do protesto
Luis Dufaur
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Em março, Putin ordenou limpar Rússia da “escória de traidores” que trabalharia para os EUA dando notícias desastrosas da guerra e criticando-a no seu círculo íntimo.

A ameaça saiu depois que Marina Ovsyannikova da TV estatal Channel One exibiu um cartaz atrás do locutor do noticiário que dizia: “Eles estão mentindo para você”.

Quase 15.000 russos foram detidos em protestos contra a guerra, dezenas de milhares se exilaram e uma nova lei pune com até 15 anos de prisão a quem noticie o mal rumo da guerra.

Desde então, as mortes misteriosas de oligarcas e de suas famílias somam dezenas. A maioria foi alvo de “suicídios” análogos.

Alexander Tyulyakov, vice-diretor do tesouro da Gazprom, a todo-poderosa empresa estatal de energia, apareceu enforcado na garagem de seu apartamento.

domingo, 26 de junho de 2022

Putin explora globalização em crise e esfomea o mundo

Rússia bloqueia Mar Negro e empede escoamento da safra ucraniana
Rússia bloqueia Mar Negro e impede escoamento da safra ucraniana
Luis Dufaur
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A invasão russa da Ucrânia ameaça muitas mais vidas das que já estão morrendo no campo de batalha.

E Vladimir Putin não dá sinais de se arrepender, apenas mostra vontade de tirar mais vantagens sobre os cadáveres de milhões de famintos, escreveu “La Nación”.

A guerra atingiu o sistema alimentar globalizado já estava enfraquecido pela pandemia. As exportações de grãos e oleaginosas da Ucrânia estão praticamente paradas, e as da Rússia estão sob controle devido a sanções.

Os dois países fornecem 12% das calorias consumidas pela humanidade.

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, diz que o mundo “enfrenta o espectro de uma escassez global de alimentos” que pode durar anos. 1,6 bilhão de pessoas poderiam deixar de ter a alimentação básica garantida. E centenas de milhões de pessoas poderão cair na pobreza.

domingo, 29 de maio de 2022

A guerra de fakes russas

Putin nega fazer a guerra contra a Ucrânia quando a faz com ferocidade inaudita
Putin nega fazer a guerra contra a Ucrânia quando a faz com ferocidade inaudita
Luis Dufaur
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“Toda a história humana é a história da arte de enganar”, instruiu o general Alexander Vladimirov apresentando seu livro 'Teoria Geral da Guerra' numa escola de cadetes em Moscou. (Russian International Affaires Council. Moscou 15-04-2014)

Ele é vice-presidente do Colégio de Especialistas Militares da Rússia e um mestre na técnica de iludir no noticiário e nas ações da guerra.

Em russo é a “maskirovka”, ou “pequeno baile de máscaras”, em Ocidente se usa “guerra psicológica”, de “guerra da informação”, e os mais modernos “fake news” e “guerra híbrida”.

A Crimeia foi invadida por “pequenos homens verdes” desarmados e sem insígnias trazidos em caminhões militares sem identificação.

A evidência era de soldados russos, mas a mídia ocidental insistia em não saber de onde vinham.

domingo, 22 de maio de 2022

A invasão da Ucrânia à luz das profecias e de Revolução e Contra-Revolução








Belo Horizonte — O Núcleo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira da capital mineira promoveu, como de costume, no terceiro domingo de maio mais uma conferência de formação para seus amigos e simpatizantes.

Conhecido analista de política internacional, o Sr Luis Dufaur foi convidado a expor sobre a invasão da Ucrânia tratando dos fatos atuais, suas repercussões na opinião pública e à luz da profecia de Fátima e das previsões do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.

Essa programação, sempre precedida da assistência à Santa Missa tridentina às 8,00 horas, depois da qual os participantes se dirigem à Sede social do Instituto, onde graças à colaboração de todos é servido um lanche, ocasião para animadas conversas.

Fora das rotas batidas


Longe das abordagens convencionais sobre o tema, a conferência de Luis Dufaur focalizou um breve histórico da Ucrânia, sua conversão iniciada no século X, e a sua evangelização perturbada primeiramente pelo Cisma do Oriente e a Revolução Bolchevista no século XX.

domingo, 15 de maio de 2022

A sombra de Putin numa França insatisfeita com a classe política

Emmanuel Macron encarnou um europeísmo que os franceses não desejam
Emmanuel Macron encarnou um europeismo que os franceses não desejam
Luis Dufaur
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“Entre a cólera e a peste”: assim a terceira cidade francesa, Marselha, percebeu a opção entre os candidatos presidenciais Macron e Le Pen, refletindo uma sensação difusa no país.

Os jovens eleitores pensavam “nem um nem outro". Nem Le Pen nem Macron. Em Paris, os estudantes universitários assumiram o lema de “Ni” sem o menor entusiasmo.

“Não tenho escolha a não ser votar em Macron”, sintetizou um jovem eleitor. Alguns votaram no comunista Mélenchon para cortar o caminho de Le Pen. E depois votaram em Macron para parar Le Pen, mas não acharam um candidato que os representasse.

Nesta eleição os partidos tradicionais, conservadores ou socialistas, saíram pulverizados, comentou “Clarín”.

Mais uma sombra repudiada pela maioria dos franceses aumentou a repulsa dos candidatos da extrema direita e da extrema esquerda que lidavam pelo segundo lugar na primeira volta: a dos crimes de Vladimir Putin na Ucrânia.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Chantagem russa do gasoduto Yamal foi prevista no Brasil há 40 anos!

Rússia cortou o gás para a Europa via gasoduto Yamal
Rússia cortou o gás para a Europa via gasoduto Yamal
Luis Dufaur
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A empresa russa Gazprom fechou o gasoduto que passa pela Polônia rumo a Europa, em represália contra as sanções da União Europeia e do G7, que querem reduzir ao mínimo sua dependência da Rússia que se tem mostrado um parceiro não confiável e até criminoso na invasão da Ucrânia, noticiou “El Mundo”.

A gigante Gazprom manifestou em comunicado colhido pela AFP, que sua decisão “significa a proibição de usar um gasoduto pertencente ao grupo EuRoPol GAZ [responsável pela parte polonesa do gasoduto Yamal-Europa] para transportar gás russo via Polônia”.

O governo de Putin puniu mais de 30 empresas da UE, EUA e Singapura. Entre eles, a mais decisiva EuRoPol GAZ S.A., proprietária da parte polonesa do gasoduto Yamal-Europa.

No mesmo dia, o ministro alemão da Energia, Robert Habeck, acusou a Rússia de usar a energia como “uma arma de várias maneiras”. O corte é sensível para quatro países, e a Alemanha é a mais prejudicada.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, exortou a UE a reduzir sua dependência energética da Rússia.

“O oxigênio energético da Rússia deve ser desconectado”, disse Kuleba em entrevista coletiva. “A Rússia mostrou que não é um parceiro confiável”, acrescentou.

A perspectiva é que se os preços aumentarem não drasticamente, os europeus terão que apertar o cinto.

Percurso do gasoduto Yamal
Percurso do gasoduto Yamal
Mas se Moscou fechar completamente, haverá racionamento forçado, uma redução significativa do fornecimento e até um teto geral em todo o continente, concluiu a Comissão Europeia, órgão máximo da EU, acrescentou “El Mundo”.

A UE estuda mais sanções ao petróleo russo antes do final do ano e a Rússia responde com punições contra empresas europeias.

O corte do gasoduto Yamal direcionado à Alemanha através da Polônia, fez os preços futuros disparar a mais de quatro vezes o preço de um ano atrás.

Se a Rússia cortar completamente os envios, o efeito será brutal para a Europa e sua economia e não haverá escolha a não ser o racionamento.

Acresce que Bruxelas está tentando aplicar imprudentes ideias de transição verde e de eficiência energética que vão lhe limitar as fontes de energia atuais.

A UE diz que tem planos nacionais de emergência e instou os estados membros a atualizarem os seus planos de contingência. Leia-se se preparem até para um racionamento.

A urgência é ter os depósitos cheios para os próximos outono e inverno que no hemisfério norte começam a partir de 21 de setembro.

Em caso de racionamento, Bruxelas apela ao “princípio da solidariedade” visando ajudar os estados membros mais afetados, reduzindo o consumo das empresas.

Putin inspecciona o gasoduto Yamal
Putin inspeciona o gasoduto Yamal
O problema é que essa solidariedade vem faltando
nas relações entre os membros da UE, com muitas resistências populares às normas de Bruxelas.

A Comissão Europeia sabe que a decisão final é dos governos nacionais. Mas esse cada vez se afastam mais do sentimento popular e não se sabe o que aconteceria se o estrangulamento for máximo.

O downsizing da indústria será aplaudido pelas minorias ecologistas que reclamam planos para “lockdowns climáticos” com drásticas reduções de atividade industrial, do consumo e até das liberdades e uma queda geral do nível de vida.

Mas poderiam produzir contra-reações populares, como disse britanicamente Lord Lipsey em debate da Câmara dos Lords: “se apresentássemos este relatório ao povo britânico, ele seria recebido: ‘Oh, você não pode estar falando sério’”.

Mas o problema é sério: a Rússia está usando o gás e o petróleo como um bandido inescrupuloso usa uma arma de grosso calibre.

Em caso de emergência máxima, as discussões entre os países da UE podem rumar para o pior cenário.

Até o outono e o inverno europeus haverá alguma calma, mas chegando o frio não só o aumento do preço do gás causará atritos imprevisíveis.

Percurso do gasoduto Yamal Europa e outros gasodutos
Percurso do gasoduto Yamal Europa e outros gasodutos
“A menos que seja acompanhado de um corte notável” no consumo, observa a UE. Mas isso enche de terror aos governantes e pode fazer explodir bombas sociais que as redes sub-reptícias de subversão russa não deixarão escapar. 

Já Putin insinuou os desmandos que poderiam acontecer no coração da Europa, até agora tão ordenada.

O corte russo criou um horizonte escuro de dúvidas no continente e fez esfregar as mãos de muito agente da FSB (ex-KGB) em Moscou.

O perigo de ficar sem gás no mercado é real, conclui “El Mundo”.

O mais paradoxal é que os perigos da chantagem energética russa puderam ser evitados na base e na própria origem do gasoduto Yamal hoje em foco.

E foi um brasileiro, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira que advertiu na “Folha de S.Paulo” em 24/10/1982.

Quarenta anos antes de esta chantagem se efetivar!

Eis um excerto do profético artigo:
Confira também: Dutos russos fazem hoje o que os tanques soviéticos faziam ontem

Para a corda de aço, escravos


Sirvo-me da documentação exuberante coletada pela analista política norte-americana dra. Juliana G. Pilon, Ph. D., que a benemérita The Heritage Foudation, de Washington, publicou há pouco (16-9-82).

Trata-se de um estudo sobre a construção do gasoduto de Yamal, imensa corda de aço na qual Moscou pretende enforcar tanto a Europa oriental quanto a ocidental.

Pois tornará uma e outra dependentes do gás soviético para enfrentar os rigores do inverno.

O projeto Yamal será um dos maiores empreendimentos da Rússia. Custará cerca de 45 bilhões de dólares, e será financiado em sua maior parte com créditos ocidentais a juros baixos.

Alguns desses créditos têm juros de apenas 7,5% (cfr. depoimento do especialista Roger W. Robinson, do Chase Manhattan Bank, in “Congressional Record”, vol. 128, n.° 65, de 25-5-82).

Alcançando por vezes o frio na Sibéria 50 graus abaixo de zero, compreende-se que o Kremlin não tenha conseguido preencher com trabalhadores livres grande parte dos empregos que a realização do projeto acarreta.

As estatísticas oficiais da Rússia calculam em cerca de dois milhões os empregos não preenchidos na Sibéria.

Considerando que há mais ainda a preencher nos outros ramos da construção pesada em território soviético, torna-se necessário o trabalho escravo nas obras que se realizam na Sibéria.

Daí ter havido um encontro entre Brejnev e o chefe comunista vietnamita Le Duan.

Do que resultou que o Vietnã pagaria suas dívidas para com o bloco soviético não com dinheiro, mas com trabalho escravo (cfr. “Foreign Report” da revista "The Economist" de 17-9-82).

Confira o original no ACERVO DA FOLHA DE S.PAULO. Ou em PLINICORREADEOLIVEIRA.INFO


Gazprom corta fornecimento de gás à Europa através da Polônia (agência EFE)