domingo, 27 de novembro de 2022

'Afilhada' de Putin foge a pé da Rússia

Ksenia tinha entrada nas altas esferas do Kremlin. Criticou a guerra na Ucrânia e teve que fugir
Ksenia tinha entrada nas altas esferas do Kremlin.
Criticou a guerra na Ucrânia e teve que fugir para não ser presa
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Ksenia Sobchak, 40, que seria afilhada de Putin, fugiu da Rússia a pé atravessando a Bielorrússia e ingressando na Lituânia com passaporte israelense.

A filha do ex-mentor político de Vladimir Putin, ex-prefeito de São Petersburgo, figura do “jet-set” russo teve seu escritório devassado pela polícia política FSB.

Ela sabia que esse procedimento precede a prisão, informou o jornal suíço “Le Matin”.

Ela se opunha à guerra na Ucrânia. E disse nas redes sociais antes de desaparecer logo depois do arrombamento policial: “é óbvio que a batida foi contra a última redação livre na Rússia, que teve que ser reprimida”.

Só a pequena Georgia acolheu mais de 100.000 jovens russos que não querem ser convocados como “bucha de canhão”

Imagens de câmeras de segurança a mostraram cruzando a fronteira a pé, usando um boné na cabeça para passar mais desapercebida, informou o “Daily Mail”.

A agência Tass e a TV RT governamentais, a ex-candidata presidencial russa de 2018 e procurada por extorsão, uma acusação frequente para prender os opositores.

O ex-diretor comercial e ex-editor-chefe de sua revista de moda “Tatler”, Armian Kuzmin, e o atual diretor Kirill Sukhanov, foram presos até dezembro, segundo a agência Ria-Novosti.

Na Lituânia, Ksenia avisou à AFP de sua fuga. Ela faz oposição política a Putin há vários anos,

Ksenia com gorro escuro e roupas para dissimular foi flagrada indo à alfandega lituana
Ksenia com gorro escuro e roupas para dissimular foi flagrada indo à alfandega lituana
Posta sua proximidade com o ditador russo, ela forjou uma fortuna como outros oligarcas comprando empresas estatais privatizadas a preços baixos.

“Sim, participei do saque da Rússia. Como eu poderia resistir?”, confessou.

Nos últimos meses, ela criticou várias vezes a intervenção militar russa na Ucrânia em seu canal do YouTube.

A maioria dos membros da oposição russa agora está no exílio ou na prisão.

Em 2018, Ksenia concorreu às eleições presidenciais russas, enfrentando Vladimir Putin em nome dos descontentes com a anexação da Crimeia pelo Kremlin, e obteve 1,68% dos votos.

Ela também deu seu apoio no Telegram a Vladimir Osechkin, fundador do site gulagu.net, que combate a corrupção e a tortura na Rússia, completou a revista socialista francesa “Le Nouvel Observateur”.

Putin, como ditador que sente que seus dias estão contados, reprime até com a morte os seus mais próximos que discordam dele.


segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Com combustível nuclear para 2.000 anos, a França se apaga ante Putin

A Cidade Luz na escuridão. E é só um aviso, o pior está para vir
A Cidade Luz na escuridão. E é só um aviso, o pior está para vir
Luis Dufaur
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Putin chantageia Europa lhe cortando o fornecimento de gás e petróleo. As perspectivas são sombrias para o inverno que começa no Hemisfério Norte.

As contas já subiram muito, haverá racionamento de energia – leia-se passar frio e desemprego – diminuição da produção e protestos públicos atiçados até por agentes putinistas “conservadores” cotovelo a cotovelo com os da extrema esquerda, também paga pelo putinismo.

O magazine especializado em economia “The Economist” chega a falar do temor de uma possível recessão econômica europeia para o fim do ano.

Os estrategistas militares temem que Putin, cada vez mais derrotado nos campos ucranianos, apele a essa guerra híbrida contra os países de Europa que fornecem armas à até pouco mal armada Ucrânia.

Estas perspectivas vinham sendo denunciadas aliás há muitos anos nos nossos blogs. Mas tal vez soavam mefistofélicas demais. Agora constituem o novo desenvolvimento da guerra europeia.

Para elas, trabalhavam ativamente os militantes ecologistas que nós e certos entendidos sempre denunciávamos como ex-comunistas sem emprego após a queda da URSS e agora reciclados no movimento ambientalista com os mesmos objetivos de outrora.

A provável crise que está no horizonte é provocada em boa parte pelo ativismo ecologista contra as centrais nucleares e contra o fracking.

Do fracking basta dizer que a França possui jazidas de gás que fariam dela o Qatar da Europa. Mas, para atender a sensibilidade da Mãe Terra, ou Gaia, sucessivos governos de signos diversos interditaram o aproveitamento.

Suprema estupidez? Suprema traição dos políticos? Seja o que for a carência já bate os bolsos dos cidadãos.

Desmantelamento de uma central nuclear na França
Desmantelamento de uma central nuclear na França
Quanto às usinas nucleares, elas vinham sendo desativadas com os mesmos argumentos ambientalistas estapafúrdios.

Em entrevista filmada pelo site Le Média pour tous e que viralizou nas redes sociais, Maxime Amblard, engenheiro da fabricante de reatores Framatome, afirma que os reatores de quarta geração permitiriam satisfazer todo o consumo de energia da França “durante 2000 anos”, reutilizando o urânio armazenado.

O país seria completamente independente de energia, totalmente livre de carbono, substituindo até “o que consumimos em carvão, gás, petróleo, hidráulica e em renováveis”.

O grande jornal de Paris “Le Figaro” explica que o combustível dos reatores franceses é o urânio 235. Durante quarenta anos foram acumuladas várias dezenas de milhares de toneladas de urânio empobrecido, armazenadas principalmente no Vale do Ródano.

Essa quantidade colossal, é combustível para os reatores de quarta geração com um rendimento 60 vezes maior que os reatores tradicionais.

A CEA (Commissariat à l'Énergie Atomique et aux Énergies Alternatives) diz que essas reservas acumuladas de urânio empobrecido e plutônio representam cerca de 5 mil anos de abastecimento de uma frota de reatores produzindo energia elétrica!

E a Academia de Ciências em um relatório de junho de 2021 reforça esse dado escrevendo que: “a França tem hoje um estoque de urânio empobrecido de cerca de 350.000 toneladas” o que garantiria “centenas de anos de produção de energia elétrica [...] mesmo em caso de paralisação da mineração de urânio”.

Ambientalistas e putinistas visam o mesmo objetivo apagar a civilização não-comunista
Ambientalistas e putinistas visam o mesmo objetivo apagar a civilização não-comunista
O engenheiro entrevistado Maxime Amblard explica que teve em conta no seu cálculo todas as energias consumidas na França, e não apenas a nuclear.

A tecnologia também foi amplamente testada e a França é pioneira no campo. O que danificou o país foi a propaganda ecologista e os políticos inescrupulosos ou ignorantes submissos às ordens ditatoriais da União Europeia.

A França, que estava anos à frente neste setor, agora está atrasada, enquanto a Rússia e a China estão sobrecarregadas com reatores experimentais em operação e outros em fase de projeto.

A Índia e os EUA também investiram para recuperar seu atraso.

A total independência energética francesa pelos estoques de combustíveis acumulados, é conhecida há muito tempo. Não se recuperará o atraso de um momento a outro, mas as condições para fazê-lo estão postas. É só ecologistas e políticos não trair a nação.

Se amanhã a França gemer pela chantagem russa não será por falta de recursos, mas pela sabotagem histórica do ecologismo de fundo comuno-socialista que olha com simpatia para a Rússia de Putin.


A grande sabotagem ecologista que pôs a França de joelhos




domingo, 2 de outubro de 2022

Mais mortes estranhas de descontentes com o putinismo

Stepnaz elimina quem pensa diferente do chefe
Stepnaz elimina quem pensa diferente do chefe
Luis Dufaur
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A newsletter do “Corriere della Sera” America-Cina Il Punto voltou a um tema macabro que ainda assim mais é de amigo alertar.

Na Rússia e no Ocidente a dissidência de “antigos amigos” está sendo ceifada com requintes de maldade e falsidade tendo virado uma dialética diária nos últimos meses, diz a newsletter.

Simultaneamente, o Ministério da Educação jogou-se na propaganda da guerra ensinando desde o início do ano letivo aos adolescentes os méritos da “operação especial” de invasão a Ucrânia, quando, até agora, os professores eram expressamente proibidos de falar dela. Ai do rapaz que, chegando à idade, não se oferecer para bucha de canhão.

A Rússia desinformada e “limpada” de dissidentes vivia no mundo mais azul conservador, evocador da paz soviética.

Mas, o regime de mentiras de Estado não deu mais.

O bilionário ucraniano Mikhail Tolstosheya também apareceu enforcado na garagem
O bilionário ucraniano Mikhail Tolstosheya
também apareceu enforcado na garagem
Para pior, nas províncias de São Petersburgo, Moscou e Kolpino, representantes de 18 administrações locais aderiram a um apelo de alguns vereadores do círculo eleitoral de Lomonosov, Moscou, pedindo em carta para Putin renunciar.

A linguagem dos funcionários é crua demais, mas habitual nos homens educados no regime soviético: “está provado, escrevem que os cidadãos de países onde há mudanças regulares de poder vivem melhor e mais tempo do que aqueles onde os líderes só saem quando estão mortos”.

Ainda viriam em São Petersburgo, sete vereadores pedindo à Duma de Moscou um “impeachment” do próprio presidente por alta traição. A guerra, escrevem eles, “prejudica a segurança da Rússia e de seus cidadãos”.

Na autoritária Rússia putinista esses gestos podem ter altíssimo custo: severas penas de prisão, como Alexei Navalny que enfrenta pelo menos nove anos numa colônia penal.

O mais informal e drástico dos destinos é conhecido por aqueles que se afastam do círculo mágico do presidente. Tendo sido velhos e serviçais “amigos” outrora impunes criticam, ainda que muito reservadamente, a liderança, após tê-la bajulado, e morrem assassinados.

Yegor Prosvirnin, fundador dos sites pró-governo, Sputnik e Pogrom também caiu da janela
Yegor Prosvirnin, fundador dos sites pró-governo,
Sputnik e Pogrom também caiu da janela
Yegor Prosvirnin
, fundador de dois sites de informação nacionalistas e pró-governo, Sputnik e Pogrom, caiu pela janela em dezembro; sem ficção de doença.

Ravil Maganov, 67, ex-presidente da petrolífera Lukoil, apontado como “gravemente doente” caiu em 1º de setembro da janela do quarto onde estava internado, no sexto andar de um hospital de Moscou.

A doença parece ter sido pedir a retirada da Ucrânia em março.

Kirill Zhalo, diplomata russo, agente do FSB, sumiu dos vivos em outubro.

Ivan Pechorin, homem-chave de Putin no estratégico Ártico, caiu no Mar do Japão e não foi mais visto. Ele era um executivo da Corporação de Desenvolvimento do Extremo Oriente e do Ártico, organização ministerial.

Seu último discurso no Fórum Econômico de Vladivostok contem palavras que podem tê-lo condenado.

Pechonin só atualizou a misteriosa lista de mortes de potentados desde o início da guerra.

Igor Nosov, ex-CEO da mesma corporação, foi acometido por um ataque cardíaco suspeito aos 43 anos em fevereiro.

Mikhail Tolstosheya, magnata ucraniano, apareceu em fevereiro, pendurado na garagem de sua vila em Surrey.

Vasily Melnikov, outro bilionário putinista, também foi encontrado enforcado em março num cenário semelhante. Sua esposa e dois filhos de 10 e 4 anos foram esfaqueados até a morte. Parentes e vizinhos não acreditaram na versão oficial.

Dan Rapoport, investidor achado morto em Washington
Dan Rapoport, investidor achado morto em Washington
Dan Rapoport
, banqueiro de investimentos, em abril foi morto em frente à sua casa em Washington em agosto.

Aleksander Subbotin, ex-líder da Lukoil, foi encontrado morto em maio, num porão onde praticava “rituais de purificação”.

Leonid Shulman, 60 anos, foi achado morto – e também sua família. O jovial executivo da Gazprom, estava na banheira com os pulsos cortados. Uma intrigante mensagem junto ao inexplicável suicida falava de uma dor numa perna que o obrigava a se afastar do trabalho.

Alexander Tyulyakov, mais um executivo da Gazprom, apareceu três meses depois enforcado na sua garagem.

Sergej Protosenya, ex-chefe da gigante do gás Novatek foi outro dos que apareceram enforcados na sua vila espanhola de Lloret de Mar. Uma macabra repetição ou repetitiva planificação do FSB.

Ivan Pechorin 'caiu de um barco no Ártico'
Ivan Pechorin 'caiu de um barco no Ártico'
Ao lado dele, foram achadas esfaqueadas sua esposa e filha, fato arquivado às presas sem esclarecer muitos lados inexplicáveis.

Vladislav Avayev, ex-vice-presidente do Gazprombank, é outra vítima de mais um assassinato-suicídio.

E a lista segue crescendo.

Ingênuos conservadores ocidentais amigos de generosos neo-amigos putinistas, no aperto do mal rumo da guerra na Ucrânia e da onda de agitações que o Kremlin prepara no coração da Europa ocidental pela falta de energia e pela carestia da vida poderão ser convidados a praticar atos que repugnam a suas consciências.

Acham que poderão recusar sem consequências habituados como estão a um ambiente de liberdades. Mas a KGB – hoje FSB – não entende nada disso e paga horrendamente.


domingo, 25 de setembro de 2022

Forças infernais atiçam os crimes da Rússia?

Augur de Putin reage ao assassinato da filha, quiçá pela polícia putinista
Áugure de Putin reage ao assassinato da filha, quiçá pela polícia putinista
Luis Dufaur
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O jornalista e cientista político Sergej Sumlenny que desempenhou importantes missões na mídia russa e alemã e escreve para a maior revista russa de economia sublinhou quanto o esoterismo é difundido na Rússia, especialmente entre as elites.

Para ele, o exemplo mais recente apareceu nas explicações da morte de Daria Dugin, filha do filósofo Alexandr Dugin – preferido de Vladimir Putin e intensamente relacionado com o ocultismo que subjaz em não poucos movimentos populistas e enganosamente “tradicionalistas” ocidentais.

O site independente Atlantico, que foca com frequência a Eurásia putinista, e os novos movimentos populistas europeus afins, lhe perguntou sobre a hipótese de que a morte de Daria Dugin teve um motivo esotérico.

Sergej Sumlenny disse acreditar que a explicação mais realista do assassinato é que foi organizado pelo FSB – herdeiro reforçado da polícia política KGB de Stalin – “para estimular o belicismo na Rússia. Este é, para mim, o principal motivo”.

domingo, 18 de setembro de 2022

Agressividade russa angustia área estratégica da Europa

Kaliningrado pode ser o próximo pretexto de guerra russo
Kaliningrado pode ser o próximo pretexto de guerra russo
Luis Dufaur
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A bucólica região fronteiriça entre a Polônia e a Lituânia, famosa por suas infinitas terras agrícolas, lagos e cidades históricas, agora virou um foco de perigo, escreveu “La Nación”.

Entre a Bielorrússia, súbdito da Rússia que serviu de base para a invasão da Ucrânia, e Kaliningrado, enclave portuário russo na Europa Oriental desconectado do resto do gigante, fica a cidade de Suwalki que tem quase 70.000 habitantes e fica no corredor de 70 quilômetros entre dois grandes redutos militares do Kremlin.

Os estrategistas militares ocidentais temem que, após anexar a Crimeia em 2014 e invadir a Ucrânia este ano, a Rússia use a força para ocupar essa região e reunir Kaliningrado com a Bielorrússia.

Os governos da Rússia e da Bielorrússia fazem declarações angustiantes para a região, e um projeto de lei apresentado no Parlamento russo revoga o reconhecimento de Moscou da independência da Lituânia em 1991.

A Finlândia e a Suécia já se inscreveram na OTAN, enquanto o Cazaquistão e outras ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central se afastaram da órbita russa por desconfiança.

domingo, 11 de setembro de 2022

Legisladores de 18 distritos pedem destituir Putin por traidor e incompetente

Rússia abandona igrejas e aldeias destruídas sem objetivo militar
Rússia abandona igrejas e aldeias destruídas sem objetivo militar
Luis Dufaur
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O assassinato misterioso de dissidentes na Rússia prossegue em aumento.

Por isso foi uma rara demonstração de coragem da dissidência russa, quando deputados regionais de uma cidade de São Petersburgo pediram o impeachment do presidente russo, Vladimir Putin.

Os deputados locais do município de Smolninskoye, Dimitri Paliuga e Nikita Yuferev, lideraram um apelo à Duma [Legislativo nacional] russa para acusar Putin do crime de alta traição, noticiou “La Nación”.

No total 20 vereadores aproveitou a ausência de membros do partido governante Rússia Unida para conseguir aprovar de surpresa esta iniciativa

domingo, 4 de setembro de 2022

Estônia e Letônia derrubam monumentos soviéticos e Putin monta em cólera

Letônia, antes e depois
Letônia, antes e depois
Luis Dufaur
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A Letônia derrubou um monumento da época soviética que comemora a vitória do Exército de Stalin na II Guerra Mundial. Uma semana antes, a vizinha Estônia demoliu um monstruoso monumento feito pelos ocupantes comunistas com intenções similares, noticiou “Los Angeles Times”.

O humilhante monumento estava no Parque da Vitória, no centro de Riga e exibia uma torre de concreto de 80 metros com uma estrela soviética no topo e dois grupos de estátuas na beira de um lago.

Um grupo escultórico representa um bando de três soldados do Exército Vermelho e, do outro lado, uma mulher levanta os braços supostamente para representar a pátria.

O monumento foi construído em 1985, quando a Letônia ainda fazia parte da União Soviética, hoje extinta.

Para os letões, o monumento evocava o espantoso regime opressivo feito de crimes, prisões e deportações a Sibéria que custaram a vida a centenas de milhares de seus antepassados e fizeram viver no terror e na fome aos sobreviventes.

domingo, 28 de agosto de 2022

‘Patriarca’ russo Kirill é “herege”
por apoiar a invasão da Ucrânia,
diz cardeal vaticano

Patriarca cismâtico de Moscou é herege porque “legitima a guerra contra a Ucrânia por razões pseudo-religiosas”
Patriarca cismático de Moscou é herege porque
“legitima a guerra contra a Ucrânia por razões pseudo-religiosas”, diz Cardeal Koch
Luis Dufaur
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O cardeal Kurt Koch, prefeito da Congregação para a Promoção da Unidade dos Cristãos, considerou “heresia” (doutrina falsa) que “o patriarca [Kirill, cismático de Moscou] ouse legitimar a guerra brutal e absurda contra a Ucrânia por razões pseudo-religiosas”, registrou Religión Digital.

Koch vê extremamente difícil um encontro entre Francisco e Kirill enquanto o ‘patriarca’ russo continuar defendendo a invasão de Putin, embora as portas nunca devam ser “fechadas”.

“Subestimar a brutal guerra de agressão de Putin como uma 'operação especial' é um abuso de linguagem. Devo condenar essa postura como absolutamente impossível”, disse o Cardeal vaticano, nascido na Suíça.

Com essas palavras contundentes, o cardeal Koch referiu-se à posição favorável à guerra com a Ucrânia por parte do patriarca de Moscou Kirill, em uma entrevista ao semanário “Die Tagespost” citada pela agência Kath.net.

domingo, 21 de agosto de 2022

Nostalgia putinista de uma nova União Soviética

Choigou no Kremlin “em breve haverá uma União Soviética novamente”
Choigou no Kremlin “em breve haverá uma União Soviética novamente”
Luis Dufaur
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O ministro da Defesa russo Sergei Shoigu tendo evocado a reconstituição uma nova União Soviética, a proposta foi doentiamente compartilhada nas redes sociais russas, segundo o site francês BFMTV.

“Em breve nosso país recuperará sua força, haverá uma União Soviética novamente e viveremos em paz novamente”, disse.

As palavras circularam com o vídeo em que Sergei Shoigu as pronuncia. Também foram interpretadas como intenções da Rússia em relação à Ucrânia.

Porém, de acordo com a Newsweek os propósitos foram tirados de contexto.

O ministro russo falava sobre o 30º aniversário da guerra da Ossétia do Sul, entre 1991 e 1992, que ele descreve em termos parecidos aos pretextos para a invasão da Ucrânia.

Falando do remoto evento, disse que sua geração pensava então “que nossa nação seria grande e poderosa novamente, que a União Soviética voltaria, que ninguém iria embora e que todos viveriam em paz e harmonia”.

Esses comentários obedeciam às múltiplas referências à Segunda Guerra Mundial feitas nos últimos meses por Vladimir Putin.

domingo, 14 de agosto de 2022

Papa Francisco se avizinha ao patriarca cismático Kirill que prega a invasão como “santa”

Mons. Vitaliy Krivitskiy, bispo católico de Kiev, rito latino o Papa Francisco semeu a desconfiança nos fiéis escolhendo o patriarca russo invasor
Mons. Vitaliy Krivitskiy, bispo católico de Kiev de rito latino:
o Papa Francisco semeou a desconfiança nos fiéis escolhendo o patriarca russo invasor
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A auspiciada visita do Papa Francisco a Kiev está ficando impossível devido à desconfiança de muitos ucranianos em relação ao Papa, disse Mons. Vitaliy Krivitskiy, bispo de Kiev do rito católico latino, noticiou “Crux”.

Infelizmente alguns dos seus atos e comentários públicos favoráveis ao invasor russo soam improcedentes e feriram a imagem que um Papa deve dar de si próprio.

Mons. Vitaliy Krivitskiy foi muito claro no jornal oficial do episcopado italiano Avvenire: “em comparação com o início do conflito, uma parte da população não acolheu algumas das palavras do Papa que considerou erradas.

Portanto, também é necessário reconstruir um ‘consenso’ em torno da sua jornada [a Kiev]. Tudo isso me faz dizer que levará tempo [até tal visita ser possível]”.

O Papa Francisco criticou o fornecimento de armas ocidentais que poderiam garantir a supervivência da Ucrânia.

domingo, 7 de agosto de 2022

Rússia amplia conflito com ataques cibernéticos a Lituânia

Ninguém sobrevirá! (captura TV russa)
Ninguém sobrevirá! (captura TV russa)
Luis Dufaur
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Poucos dias depois e Moscou ameaçar a Lituânia retaliações, hackers “ligados ao Estado russo” atacaram dezenas de organizações governamentais e privadas lituanas, disse o vice-ministro da Defesa do país báltico, disse reportagem do “The New York Times”.

O ataque digital marca o início de medidas dolorosas anunciadas pelo Kremlin contra a nação da OTAN por restringir o transporte de certas mercadorias por ferrovia.

O enclave russo no Mar Báltico fica entre a Lituânia e a Polônia, outra nação da OTAN, centenas de quilômetros a leste do continente russo.

No pequeno enclave – antiga Königsberg que fazia parte da Prússia oriental, Alemanha – a Rússia acumula uma assustadora quantidade de mísseis nucleares de meio alcance capazes de atingir as grandes capitais europeias em questão de poucos minutos e alberga uma das principais bases navais russas no Mar Báltico.

domingo, 31 de julho de 2022

Putin apela a curas supersticiosas

Os chifres do cervo russo Maral de Altay teriam efeitos medicinais supersticiosos
Os chifres do cervo russo Maral de Altay
teriam efeitos medicinais supersticiosos
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Rumores sobre grave doença que atingiu Vladimir Putin foram veiculados por chefes da inteligência militar britânica e ucraniana. Teme-se que um golpe esteja em andamento na Rússia para removê-lo.

“Podemos confirmar que Putin está em péssimas condições psicológicas e físicas. Está muito doente. Ele sofre de várias doenças ao mesmo tempo, uma delas é o câncer”, disse o major-general Kyrylo Budanov ao canal britânico Sky News citado por “La Nación”.

O estado de saúde do presidente russo se tornou uma das grandes incógnitas depois que vários vídeos foram divulgados sugerindo que ele está com problemas. Uma das mais explícitas especulações girava em torno de imagens das comemorações do Dia da Vitória, nas quais o presidente era visto com as pernas sob um cobertor.

Durante o desfile militar de 9 de maio – comemoração da vitória soviética contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial – viu-se que o presidente era o único que tinha um cobertor no colo, diferentemente dos demais generais veteranos do evento, sentados ao seu redor em uma galeria, que não tinham tal proteção, apesar de serem pessoas mais velhas que ele.

O meio de comunicação russo independente Proekt especializado em jornalismo investigativo publicou extensa matéria segundo a qual o presidente teria câncer de tireoide, citou “La Nación”.

“Putin agora está acompanhado por uma vasta equipe de médicos, incluindo um cirurgião de câncer de tireoide”, disse Proekt no artigo.

domingo, 10 de julho de 2022

Sob Putin, qualquer um pode ser sequestrado pela FSB

Qualquer gesto desaprovado pelo regime leva à prisão
Qualquer gesto desaprovado pelo regime leva à prisão
Luis Dufaur
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Um por um, os russos considerados insuficientemente patrióticos estão sendo sequestrados pelas forças de segurança enquanto o Kremlin aperta o laço da forca na sociedade, escreveu “The New York Times”.

Porque agora quase todo mundo é punível na Rússia de Vladimir Putin.

A onda de prisões em todo o país sinalizou que o Kremlin quer enforcar mais a sociedade russa.

Dmitry Kolker, 54, especialista em óptica quântica, estava na UTI num hospital de Novosibirsk em tratamento de um câncer em estágio avançado, tão fraco que não conseguia comer.

Mas agentes do Serviço Federal de Segurança, ou FSB, a sucessora da KGB, entraram pela força acusando-o de traição, o levaram para uma prisão em Moscou onde morreu na mesma semana sob custódia.

domingo, 3 de julho de 2022

Onda de expurgos

Marina Ovsyannikova salvou a vida pela repercussão do protesto
Marina Ovsyannikova salvou a vida pela repercussão do protesto
Luis Dufaur
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Em março, Putin ordenou limpar Rússia da “escória de traidores” que trabalharia para os EUA dando notícias desastrosas da guerra e criticando-a no seu círculo íntimo.

A ameaça saiu depois que Marina Ovsyannikova da TV estatal Channel One exibiu um cartaz atrás do locutor do noticiário que dizia: “Eles estão mentindo para você”.

Quase 15.000 russos foram detidos em protestos contra a guerra, dezenas de milhares se exilaram e uma nova lei pune com até 15 anos de prisão a quem noticie o mal rumo da guerra.

Desde então, as mortes misteriosas de oligarcas e de suas famílias somam dezenas. A maioria foi alvo de “suicídios” análogos.

Alexander Tyulyakov, vice-diretor do tesouro da Gazprom, a todo-poderosa empresa estatal de energia, apareceu enforcado na garagem de seu apartamento.

domingo, 26 de junho de 2022

Putin explora globalização em crise e esfomea o mundo

Rússia bloqueia Mar Negro e empede escoamento da safra ucraniana
Rússia bloqueia Mar Negro e impede escoamento da safra ucraniana
Luis Dufaur
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A invasão russa da Ucrânia ameaça muitas mais vidas das que já estão morrendo no campo de batalha.

E Vladimir Putin não dá sinais de se arrepender, apenas mostra vontade de tirar mais vantagens sobre os cadáveres de milhões de famintos, escreveu “La Nación”.

A guerra atingiu o sistema alimentar globalizado já estava enfraquecido pela pandemia. As exportações de grãos e oleaginosas da Ucrânia estão praticamente paradas, e as da Rússia estão sob controle devido a sanções.

Os dois países fornecem 12% das calorias consumidas pela humanidade.

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, diz que o mundo “enfrenta o espectro de uma escassez global de alimentos” que pode durar anos. 1,6 bilhão de pessoas poderiam deixar de ter a alimentação básica garantida. E centenas de milhões de pessoas poderão cair na pobreza.