Putin, Lenin, Engels, Marx: a continuidade em metamorfose |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O presidente russo Vladimir Putin deplorou mais uma vez a desintegração da União Soviética, segundo informou sua agência Sputnik.
Para ele o fim da URSS não era necessário e censurou que no Partido Comunista da época tivessem sido promovidas “ideias destruidoras para o país”.
De fato, o secretário-geral do Partido Comunista da URSS, Mikhail Gorbachev, promoveu uma política que ele condensou na palavra “perestroika” (literalmente “reconstrução” ou “reestruturação”) que deveria ser aplicada por uma política denominada “glasnost” (literalmente “transparência”).
Segundo essa política a velha União Soviética de Lenine e Stalin deveria dar lugar a mais um passo na avançada rumo à utopia comunista total sonhada por Marx.
Porém, os comunistas que queriam preservar o antigo regime staliniano acastelados nas Forças Armadas e na KGB opuseram ferrenha resistência à nova versão do comunismo.
O resultado foi que a União Soviética colapsou e que o “comunismo novo” autogestionário de Gorbachev não chegou a ser instaurado.
“Sabem que atitude tenho em relação ao colapso da União Soviética”, explicou o senhor todo-poderoso do Kremlin. “Ele não era necessário. Era possível ter realizado reformas, inclusive democráticas, sem isso [o colapso]”, disse Putin no encontro com os líderes dos principais partidos políticos.