quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Fraude arrasa na Rússia mas macrocapitalismo midiático ocidental acaba aceitando – 2

A área vermelha do gráfico representa o tamanho estatístico da fraude em favor da Yedinaya Rossiya (Rússia Unida) o partido de Putin
A área vermelha do gráfico representa o tamanho estatístico da fraude
em favor da Yedinaya Rossiya (Rússia Unida) o partido de Putin
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Continuação do post anterior: Tal como na velha URSS, a fraude eleitoral na “nova Rússia” – 1




A agência ucraniana Euromaidanpress foi estudar os resultados oficiais publicados na Internet pelo Comitê Eleitoral Central da Rússia.

E com simples métodos estatísticos aplicados pelo matemático russo Sergei Shpilkin logo constatou tratar-se de mais uma fraude eleitoral maciça.

Nem o Kremlin se preocupou em maquiar os resultados com números matematicamente congruentes.

Sem falsificações maciças, analisou Shpilkin, os partidos de oposição poderiam ter tirado 49,47% contra 40% da Rússia Unida de Putin. Porém, os resultados oficiais invertem os números e reduzem o conjunto da oposição a 37,09% contra 54,17% do partido do chefe do Kremlin.

domingo, 16 de outubro de 2016

Tal como na velha URSS:
a fraude eleitoral na “nova Rússia” – 1

Fraude estava arrumada há tempo
Fraude estava arrumada há tempo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
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Nunca as eleições para a Duma (Câmara baixa) da Rússia prometeram ser tão tediosas quanto as que acabaram se realizando no dia 18 de setembro, observou “El País” de Madri, jornal afim ao ideário socialista.

O resultado estava anunciado há tempos e foi atingido ao pé da letra: vitória arrasadora de Vladimir Putin.

As instituições do Estado estão tão debilitadas que já não dizem mais nada para os cidadãos. O sistema político evoca uma arcaica monocracia baseada na vontade discricionária do chefe absoluto, prosseguiu o jornal.

A população está achincalhada pela deterioração do nível de vida, da alta de preços de medicamentos, alimentos e tarifas dos serviços públicos, assim como dos abusos das autoridades locais.

O presidente-árbitro é o déspota que pode tudo. Exemplo patético disso foi dado pelo oligarca Vladimir Evtuchenkov, de quem foi tirada a florescente empresa petrolífera Bashneft devido às ambições de seus concorrentes, todos eles vassalos do chefe único.

Embora humilhado e despossuído, Evtuchenkov voltou para dar graças a Putin por livrá-lo do confinamento a que tinha sido submetido pelos órgãos de segurança dependentes do próprio Putin!

“Antes se dirigiam ao imperador (em busca de justiça), e agora nos dirigimos ao presidente”, explicou Evtuchenkov no canal de televisão Dozhd, citado pelo jornal espanhol.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Entramos em período mais perigoso que a Guerra Fria, diz ministro alemão

Airbus parado no terminal de Roissy Charles de Gaulle
Airbus parado no terminal de Roissy Charles de Gaulle
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
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Há muitos anos fui dar num produtor caipira de mel. Ele tinha um gavião preso e como alimento lhe passava uns pardais vivos. Esses ficavam silenciosos e enregelados até o gavião acabar com eles.

Não gostei da cena e esqueci. Mas ela ressurgiu da minha memória quando li que o imenso aeroporto parisiense de Roissy-Charles-de-Gaulle ficou absolutamente paralisado durante uma hora no meio-dia da quinta-feira 6 de outubro enquanto um avião vindo da Rússia em missão de reconhecimento voava no espaço aéreo próximo. Nenhum avião civil decolou ou posou.

O avião russo fez um voo raríssimo, mas não ilegal, explicou o especialista francês Gérard Feldzer, segundo a TV francesa BFM.

Estava autorizado dentro dos termos do tratado “Open Skies” assinado em Helsinque em 1992 visando favorecer um clima de confiança recíproca na era de distensão inaugurada bastante ingenuamente após a queda da URSS.

domingo, 9 de outubro de 2016

“Nem a propaganda soviética era tão descarada
como a de agora”

Svetlana Aleksiévich recebendo o Premio Nobel.
Svetlana Aleksiévich recebendo o Premio Nobel.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A obra de Svetlana Alexievich, escritora bielorrussa de 68 anos que ganhou o Nobel de Literatura 2015, é considerada uma das chaves para entender a nova Rússia. Inclui livros como O Fim do Homem Soviético – Um Tempo de Desencanto e Vozes De Tchernóbil – A História Oral Do Desastre Nuclear.

Em Madri, ela concedeu uma entrevista ao jornal “El País”, respondendo com as perspectivas de futuro da nova Rússia.

Para ela, “é impossível prever. Não sabemos o que o caldeirão russo está cozinhando. Na Rússia, estamos revivendo a filosofia de uma fortaleza ameaçada, rodeada de inimigos e tomada pela histeria militarista de tempos passados.

“Todos os dias nos mostram na televisão o material militar adquirido: um novo navio de guerra, um novo avião, um novo tanque…

Existe uma propaganda muito agressiva contra Estados Unidos, Europa e Ucrânia. Há uma espiomania que está ressurgindo. É uma loucura.

“Nem a propaganda soviética era tão descarada como a de agora.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Bombardeiros russos dançam com a morte
nos céus da Europa

Um Tupolev Tu 160 escoltado por um jato francês.
Um Tupolev Tu 160 escoltado por um jato francês. Foto de arquivo.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O fato foi revelado posteriormente visando amortecer seu impacto previsível.

Em 22 de setembro, dos bombardeiros nucleares russos Tupolev TU-16 ingressaram no espaço aéreo europeu pelo norte da Noruega e chegaram até o largo de Bilbao, Espanha, antes de retornar a suas bases, noticiou “Le Figaro” de Paris.

A incursão teve um caráter provocatório e relembrou os piores momentos de tensão da Guerra Fria. Os bombardeiros foram sendo acompanhados por dez aviões de quatro países europeus: Noruega, Grã-Bretanha, França e Espanha.

Os intrusos não aceitavam comunicações nem contato algum. Os dois foram interceptados a uma centena de quilômetros da costa da Bretanha por caças Rafale franceses, segundo o site do ministério da Defesa em Paris.

Então, desviaram para a Espanha onde foram interceptados por caças bombardeiros F18. A dança da morte durou quatro horas.

domingo, 2 de outubro de 2016

Moscou finge eficácia, ajuda o Estado Islâmico
e tapeia com propaganda

Mohammed al-Adnani foi o principal porta-voz do Estado Islâmico
Mohammed al-Adnani foi o principal porta-voz do Estado Islâmico.
EUA silenciou, mas Rússia diz que feito foi dela.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Mohammed al-Adnani, o estrategista e segundo homem do Estado Islâmico, foi atingido por “um ataque de alta precisão” dos EUA.

Tratou-se de uma das maiores perdas sofridas até o presente pelo grupo, que reivindica a fidelidade ao pé da letra aos ensinamentos do Islã.

O próprio Estado Islâmico reconheceu a perda, também confirmada pelo porta-voz do Pentágono, Peter Cook, segundo noticiou “Le Nouvel Observateur” de Paris.

Porém, no dia seguinte, chegou uma declaração que seria histriônica se não fosse a tensão instalada entre Washington e Moscou: o Ministério de Defesa russo afirmou que a façanha devia ser atribuída a um de seus aviões.

Um porta-voz do Pentágono respondeu: “É uma piada. Seria risível, se nós esquecêssemos o tipo de campanha que os russos estão fazendo na Síria”.