Yury Dmitrieyev achou túmulo de mortos em massa em Sandarmokh, na Carélia de pessoas mortas pela polícia de Stalin. Foi logo aprisionado com falsas acusações. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Durante mais de 20 anos Yury Dmitrieyev procurou cotidianamente durante horas rastros de cadáveres enterrados entre árvores, numa floresta infestada de mosquitos em Sandarmokh, na Carélia, península do norte da Rússia.
Um dia, Dmitrieyev, que é um historiador amador pertinaz, acabou encontrando o terrível objeto que caçava: montículos sob os quais se acumulavam os restos mortais de prisioneiros políticos executados pela polícia de Stalin.
Mas isso aconteceu já no governo de Putin, e o historiador foi punido com prisão.
Katerina Klodt, 35 anos, filha de de Dmitrieyev, conduziu o jornalista Andrew Higgins, do “The New York Times”, a um canto da floresta de Sandarmokh.
“Tudo começou aqui. O trabalho do meu pai deixou claramente algumas pessoas muito mal à vontade” — disse ela.
Dmitrieyev está agora no cárcere, indiciado com acusações de pedofilia descaradamente fabricadas, usadas com frequência para desacreditar e silenciar vozes das quais as autoridades não gostam.