Avião russo no aeroporto do El Calafate |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
continuação do post anterior: Moscou entra na América Latina nos braços de Pequim (1)
Intrigantes viagens russas
Enquanto Lavrov girava pelo Brasil e pela Venezuela, causou estranheza a aterrissagem em El Calafate, Santa Cruz (Argentina), procedente de Moscou com escala em São Paulo, de um avião russo que conseguiu driblar controles internacionais.
El Calafate é a localidade patagônica preferida pela vice-presidente Cristina Kirchner para seus negócios ilegais.
Foi apresentado um pedido de investigação sobre esse avião na Câmara de Deputados argentina, obviamente desatendido pelo governo (cfr. Clarín).
Só se soube que nele chegou o magnata Andrey Kostin, conhecido como “o banqueiro de Putin”, financista da invasão à Ucrânia, acompanhado por Alexander Katunin, outro longa manus de Putin, noticiou o Clarín.
Os três envolvidos — Kostin, Katunin e Kirchner — foram apelidados de “tríplice K”.
Nesses mesmos dias a Justiça americana ordenou o confisco de um Jumbo 747 retido há um ano no aeroporto Internacional de Buenos Aires.
Ele chegou pilotado por um ex-chefe do terrorismo iraniano com cumplicidades nacionalistas-chavistas, suspeito de participar de atentados contra alvos judeus na capital argentina que fizeram mais de uma centena de mortos (Cfr. Clarín).
Papa Francisco tenta envolver o Brasil
Putin e Papa Francisco gostariam envolver Lula de seu lado no conflito bélico da Ucrânia |
Tudo passou a correr como se o Pontífice depositasse em Lula a esperança de uma mediação favorável ao ditador russo que ele próprio não conseguiu.
A tentativa chegou a parecer iminente no anúncio da visita de Lula ao Papa, mas ficou frustrada.
Por iniciativa do governo brasileiro Putin conversou com Lula, e disse não compartilhar os termos do diálogo proposto. Ele o teria convidado para participar do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, mas Lula disse ter recusado, reafirmando seu posicionamento ao lado da China, Índia e Indonésia “pela paz”, informou O Tempo de Brasília.
Nesses mesmos dias, agentes russos ocuparam a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, violando compromissos e despertando o temor de uma sabotagem que provocaria uma nuvem radioativa maior do que a gerada pela explosão da usina de Chernobyl em 1996.
A Rússia acabava de dinamitar em Kakhovka a maior barragem da Ucrânia, causando dezenas de mortes e alagando uma grande superfície.
O misterioso Boeing venezuelano-iraniano retido em Ezeiza há mais de um ano e que é requerido pelos EUA |
Pouco depois estourou a rebelião armada das milícias Wagner, chefiadas pelo até então “favorito” de Putin, Yevgeny Prigozhin, o que fez o país beirar a guerra civil.
Conflitos análogos os governos próximos de Putin poderiam fazer alastrar em nossos países do modo mais indesejável possível.
Mantenhamo-nos distantes desse flagelo anunciado por Nossa Senhora de Fátima que é a Rússia, que se aproxima de nós de braços dados com a China, enquanto as esquerdas da América Latina lhe estendem as mãos.