domingo, 14 de dezembro de 2014

Rússia brinca com a morte nos céus da Europa





O todo-poderoso chefe do Kremlin anunciou em início de dezembro que as operações da força aérea russa redobrarão em intensidade e ousadia, em resposta ao que ele inventou chamar de provocação do Ocidente na Ucrânia.

Coincidindo com o anunciado por Putin, um F-16 norueguês quase colidiu no ar com um MIG 31 russo que lhe cortou repentinamente a trajetória enquanto voava no norte de Noruega.

O Ministério da Defesa nórdico publicou a gravação da manobra que qualificou de “indesejável”, noticiou o jornal espanhol “El Mundo”.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Putin elogia em público aliança entre Hitler e Stalin

Assinatura do pacto Ribbentrop-Molotov
aliança entre a Alemanha de Hitler e a União Soviética.
Stalin sorri sob a foto de Lenine.


Não há segredo, mas houve muita ocultação nos manuais ocidentais de história: Hitler e Stalin foram grandes aliados e desencadearam conjuntamente a II Guerra Mundial.

E, em certo sentido, essa aliança, aparentemente rompida no transcurso da guerra, nunca deixou de funcionar. E perdura como se nunca tivesse sido quebrada.

Mas muitas pessoas no Ocidente foram enganadas por uma propaganda e uma visualização confusa dos fatos.

Agora o presidente russo Vladimir Putin acaba de reafirmar – mais uma vez, aliás – a simpatia de Moscou pelo tratado de não-agressão de 1939 entre os dois ditadores europeus.

Com o cinismo e a sem-cerimônia que lhe são peculiares, Putin eximiu a URSS de culpa pela invasão da Polônia e responsabilizou os britânicos pelas atrocidades praticadas por Hitler com a colaboração dos soviéticos e dos partidos comunistas do Ocidente.

Putin convocou diversos pesquisadores e acadêmicos para produzir trabalhos defendendo que ao assinar o Pacto Ribbentrop-Molotov, também conhecido como Pacto Hitler-Stalin, a URSS não fez nada de mau.

domingo, 30 de novembro de 2014

Rússia: a corrupção a serviço de
um plano de dominação de tipo soviético

Os macro-oligarcas saíram da KGB ou da nada.  Critério unificador: fidelidade de escravo  ao cidadão supremo da nova-URSS
Os macro-oligarcas saíram da KGB ou da nada.
Critério unificador: fidelidade de escravo
ao cidadão supremo da nova-URSS
Luis Dufaur


Um reduzido e ultra-seleto grupo de macro-oligarcas russos apossou-se da economia do país graças às dádivas de Vladimir Putin, noticiou pormenorizada reportagem do “The New York Times”.

Esses partidários incondicionais do amo do Kremlin não receberam gratuitamente suas fortunas, muitas vezes bilionárias. Eles são instrumentos fiéis da rede de aço com que Putin jugula a Rússia.

A filosofia dessa macro-oligarquia é “ele [Putin] deu e ele tirou”, segundo Mikhail Kasyanov, ex-primeiro-ministro de Putin. “Eles dependem de Putin, e Putin depende deles”.

domingo, 23 de novembro de 2014

Rádio Liberty denunciava o comunismo,
recobra prestígio aureolada de reconhecimento

Quando até altos líderes católicos acreditavam no 'fim do comunismo',
a Rádio Svoboda continuou transmitindo
para países sob um comunismo em metamorfose
Luis Dufaur


A Radio Free Europe, também conhecida como Radio Liberty, – ou Radio Svoboda, em russo –, é uma emissora americana que há 25 anos desempenhou um papel relevante na queda do comunismo na Europa Oriental.

Posteriormente, pareceu destinada ao ocaso pelo ilusório desaparecimento do perigo soviético.

Porém, ela hoje está mais ativa do que nunca. O perigo nunca desapareceu; pelo contrário, incubou-se astutamente, mudou os rostos, metamorfoseou-se, e agora está voltando, talvez mais ameaçador do que antes.

Entrementes, antigos “companheiros de viagem” da falida URSS, bem instalados na mídia, nos púlpitos e nos governos, sopraram que o comunismo tinha morrido.

E um número incontável de ingênuos acreditou nesse cântico adormecedor, baixou a guarda e deixou de pensar no assunto.

domingo, 16 de novembro de 2014

Rússia pensa isolar seus cidadãos da Internet “capitalista”

O Conselho de Segurança da Rússia está temendo algum movimento de contestação em grande escala, do gênero do que se deu em Hong Kong.

As manifestações contra Putin e a guerra na Ucrânia soaram o alarme.

E o governo russo, que atribui 90% de popularidade a seu chefe supremo, estaria preparando um plano de emergência.

Segundo a BBC, o plano considera aproximar-se o momento em que a população sentirá falta de muitas benesses importadas, que não mais o serão devido às sanções da União Europeia e dos Estados Unidos à invasão russa da Ucrânia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não quis reconhecer os temores do Kremlin em relação à população russa, e apelou ao velho truque dos ditadores: inventar uma ameaça externa.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

“O Titanic está afundando”,
adverte bispo ucraniano

Catedral católica de rito latino da Assunção de Nossa Senhora, na diocese de Kharkiv-Zaporizhia
Catedral católica de rito latino
da Assunção de Nossa Senhora,
na diocese de Kharkiv-Zaporizhia

Mons. Jan Sobil, bispo-auxiliar de Kharkiv-Zaporizhia, do rito latino, afirmou que os católicos locais estão espantados com a aparente indiferença dos cristãos de outras regiões do país, segundo o Serviço de Informação Religiosa da Ucrânia – RISU.

“É como se o Titanic estivesse afundando [e] as pessoas da vizinhança tocassem música e se divertissem”, declarou.

Em entrevista à Rádio Maria, Dom Jan Sobilo exortou os católicos de toda Ucrânia a sacrificar sua diversão habitual para jejuar e rezar.

“Nas cidades ocupadas pelos mercenários, as igrejas católicas do rito latino estão abertas, mas não há Missas devido ao perigo”, disse. Os sacerdotes vão visitando as paróquias e, onde há condições, celebram esporadicamente a Missa, como acontece nos tempos de perseguição.

“Nas cidades sob controle de militares mercenários, atualmente não há padres. Eles estão visitando as paróquias onde é possível celebrar Missa”.

domingo, 9 de novembro de 2014

A queda do muro de Berlim tornou impossível aos socialistas se dizerem defensores dos pobres

O Muro de Berlim e sua continuação, a Cortina de Ferro,
mantinham presos milhões de europeus miserabilizados e desesperados

Plínio Corrêa de Oliveira à TVE (da Espanha), 3-2-1990*


O comunismo tentar ressurgir metamorfoseado e encarnado em Vladimir Putin, de um lado.

Por outro lado, a Teologia da Libertação tenta se recompor. A periclitante “companheira de viagem” do também vetusto comunismo recebe aplicações de autoridades eclesiásticas para ver ela recupera ares de 'jovem'.

Uma das consequências desses retornos está sendo o abuso ideológico da temática da pobreza, que o macrocapitalismo publicitário leva ao centro do noticiário.

Um exemplo característico disso ocorreu em larga medida no Encontro Mundial de Movimentos Populares reunido pelo Vaticano no mês de outubro deste ano (2014).

Nele, o líder marxista do MST João Pedro Stédile chegou a declarar: “Nós, marxistas, lutamos junto com o papa para parar o diabo”. E em tom leninsta acrescentou: “o capital financeiro, os bancos, as grandes multinacionais. Os “inimigos do povo” são esses. Como diria o papa, esse é o diabo”.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Patriarca de Moscou recebe como paga
um jato de guerra SU-35

SU-35: não é presente para um líder religioso piedoso.  Mas sim para um agente do serviço secreto.
SU-35: não é presente para um líder religioso piedoso.
Mas sim para um agente do serviço secreto.
O patriarca Kiril, líder da igreja cismática “ortodoxa” de Moscou, ganhou um jato de guerra SU-35. O caríssimo presente lhe foi dado, teoricamente, pelos operários da fábrica que produz esse engenho de morte.

O líder religioso tinha ido abençoar a fábrica militar e os operários, segundo informou o site oficial de sua igreja, citado pela agência Reuters.

Segundo a Reuters, outra é a verdadeira causa do custosíssimo e extravagante presente.

O presidente Putin está usando intensivamente a imagem do chefe cismático para estimular o povo a se esforçar mais pela política imperialista militar que promove.

E como Kiril está se comportando bem no serviço que presta ao amo do Kremlin, está sendo bem pago.

domingo, 2 de novembro de 2014

Letônia resiste às chantagens
e intimidações da Rússia

A Letônia confirmou o governo da primeira ministra Laimdota Straujuma
A Letônia confirmou o governo
da primeira ministra Laimdota Straujuma

Após sucessivas ameaças da Rússia e a invasão da Ucrânia, a Letônia teme pelo seu futuro. Ela tem apenas 2 milhões de habitantes, 27% dos quais são etnicamente russos.

Muitos são oficiais soviéticos aposentados, que decidiram permanecer no país com suas famílias após o colapso da URSS, segundo informa “The Washington Post”.

O Kremlin está anunciando à Letônia, em tom de agressão, que "defenderá" esses russos étnicos em seu território custe o que custar.

O pretexto é bem conhecido, já funcionou na Crimeia e está funcionando à toda no leste ucraniano.

Um alto diplomata russo foi até a capital letã para alertar contra as “consequências desastrosas” que se abateriam sobre a pequenina nação se acontecesse alguma forma de “discriminação” contra a minoria russa.

Mas a Letônia é membro da OTAN e mantém um contingente proporcionalmente grande de tropas dos EUA.

“A Rússia e Putin acalentam um interesse geopolítico nos territórios ex-soviéticos”, disse o ministro de Defesa letão Raimonds Vejonis. “A Rússia esta tentando usar a minoria russófona como um instrumento para promover agressivamente seus objetivos”.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Argentina, Rússia (e Brasil):
afinidade ideológica dos presidentes
e desinformação dos povos

Cristina Kirchner abriu um espaço na sua torcida por Dilma Rousseff para aplaudir o seu colega ideológico Vladimir Putin
Cristina Kirchner abriu um espaço na sua torcida por Dilma Rousseff
para aplaudir o seu colega ideológico Vladimir Putin

Cristina Kirchner, presidente da Argentina, abriu um espaço na sua torcida pela reeleição de Dilma Rousseff para aplaudir o seu colega ideológico Vladimir Putin, presidente da Rússia.

Numa videoconferência na cidade de Santa Cruz, Patagônia, com o déspota da Rússia em Moscou, ela inaugurou a incorporação do canal russo Russia Today à rede estatal argentina de TV Televisión Digital Aberta.

“Estamos conseguindo comunicar os dois povos sem intermediários, para transmitir os valores de cada um. Estamos contentes de incorporar à TV Digital argentina, que transmite para todo o país, o sinal de notícias russas em espanhol”, afirmou Kirchner, segundo o jornal portenho “La Nación”.

A emissora Russia Today, sediada em Washington, esteve no centro de rumorosas queixas e denúncias por falsificação de noticiário.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Na alegria geral, ucranianos derrubam
maior estátua de Lenine existente no país

Lenine de ponta cabeça em Kharkiv, fronteira com a Rússia.
Lenine de ponta cabeça em Kharkiv, fronteira com a Rússia.

Tratou-se de de um gesto altamente simbólico.

E altamente polêmico contra o comunismo instalado com alguns disfarces no Kremlin.

Aconteceu em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana (1,5 milhão de habitantes) , segundo informou a revista francesa “L’Express”.

E, além do mais, na própria fronteira com a Rússia, a 740 quilômetros de Moscou.

Numa noite de domingo, a maior estátua de Vladimir Lenine (1870-1924) na Ucrânia foi jogada de ponta cabeça, em meio à alegria geral. Lenine é um dos símbolos do comunismo culpado de milhões de mortes no país.

domingo, 19 de outubro de 2014

Do protesto contra a Copa,
passando pelas FARC
até a rebelião pró-russa

Detido pela polícia em ato anti-Copa, em SP.
Detido pela polícia em ato anti-Copa, em SP.

Ao lado de seus companheiros de armas pró-russos, o paulistano Rafael Marques Lusvarghi, 30, postou suas fotos nas redes sociais segurando uma AK74 e um lança-foguetes soviético descartável em Lugansk, no leste ucraniano.

Ele fora preso pela PM em São Paulo durante os desmandos dos protestos contra a Copa, em junho de 2013, passou 45 dias no cárcere e ainda responde a diversos processos por associação criminosa.

“Não vou ficar perdendo meu tempo com um sistema judiciário falido, irresponsável e lento. Tem que meter bala nessa [palavrão] e fogo nos fóruns e começar tudo do zero, como foi feito na Revolução Francesa e Russa”, responde ele.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Centenas de milhões de endereços e-mail
roubados no Ocidente

Segundo o “The New-York Times”, piratas informáticos com base na Rússia roubaram 1,2 bilhões de senhas da Internet. As vítimas mais visadas foram as grandes empresas de informática americanas e europeias.

Na realidade, a “operação de guerra” dos hackers teria obtido um botim de 4,5 bilhões de combinações ‘endereço de e-mail – senha’, das quais o 1,2 bilhão referido acima seria de ‘combinações únicas’ (quando o usuário repete esses dados em diversos sites).

Feitos os descontos, o total da investida permitiu o acesso a perto de 500 milhões de contas de e-mail, segundo “Le Monde” de Paris.

domingo, 12 de outubro de 2014

Moscou reabilita o fundador da policia política KGB

Réplica da estátua de Felix Dzerjinski instalada em 11 setembro na praça Lubianka, símbolo do retorno da repressão.
Réplica da estátua de Felix Dzerjinski instalada em 11 setembro
na praça Lubianka: símbolo do retorno da repressão.

A Câmara de Vereadores de Moscou aprovou a restauração da estátua de Félix Dzerjinski, fundador da lugubremente célebre polícia política soviética Tcheka-NKVD-KGB, segundo denunciou em seu momento José Milhazes Pinto, correspondente da Agência LUSA, RDP e SIC em Moscou.

A estátua, símbolo das chacinas de massa e da repressão política soviética, fora retirada durante o movimento que provocou a queda da URSS.

Agora, com a restauração da “nova URSS” por Vladimir Putin, saiu a verba para reinstalar esse sinistro símbolo onde se encontrava.

Quer dizer, na Praça da Lubianka, onde funcionavam os edifícios centrais da polícia política soviética KGB e se praticaram abomináveis crimes.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Quando a cobra se contorce:
é enganação ou bote iminente?

Putin: “Se eu quisesse, as tropas russas poderiam chegar em dois dias, não somente a Kiev, mas também a Riga, Vilnius, Tallinn, Varsóvia e Bucareste”
Putin: “Se eu quisesse, as tropas russas poderiam chegar em dois dias,
não somente a Kiev, mas também a Riga, Vilnius, Tallinn, Varsóvia e Bucareste”
Vladimir Putin reincide em bravatas, talvez para alimentar o nacionalismo em uma opinião pública russa cada vez mais desagradada com os conflitos militares engajados pelo restaurador da “nova URSS”.

“Se eu quiser, posso estar em Kiev em duas semanas”, disse ele ao chefe executivo da União Europeia, José Manuel Barroso. Agora, segundo o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, Putin teria declarado ao presidente ucraniano Petro Porochenko:

“Se eu quisesse, as tropas russas poderiam chegar em dois dias, não somente a Kiev, mas também a Riga, Vilnius, Tallinn, Varsóvia e Bucareste”.

domingo, 5 de outubro de 2014

Putin cria “gulag virtual” e
extingue liberdade em blogs e redes sociais

A partir de 1° de agosto de 2014, todos os blogs da Rússia com mais três mil visualizações – quantidade acima do muito pouco – passarão a ser controlados estritamente pelo Kremlin, noticiou o jornal portenho “Clarín”. 

Controles análogos já existiam, afogando os grandes meios de comunicação e caindo agora sobre quase todas as publicações online.

A denominada “Lei sobre os blogueiros” inclui uma série de reformas no Código Administrativo, na lei de Informação e na lei de Comunicações.

A nova legislação obriga os administradores/proprietários de um endereço virtual a fornecer informações sobre seus usuários às autoridades da “nova URSS”.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Putin aprimora
rede de “companheiros de viagem”

Fórum Internacional “A família numerosa e o porvir da humanidade” presidido pelo Patriarca Kiril de Moscou, "agente Mikhailov" para a KGB
Fórum Internacional “A família numerosa e o porvir da humanidade”
presidido pelo Patriarca Kiril de Moscou, "agente Mikhailov" para a KGB
Vladimir Putin está reconstituindo a máquina de propaganda outrora organizada pela URSS no Ocidente.

As aparências não são as mesmas, mas a estratagema segue o antigo esquema: criar uma quinta coluna no Ocidente para depois derrubá-lo mais facilmente.

A URSS havia chegado a montar uma extensa rede, “neutra” para inglês ver, dedicada a ‘promover a paz’ no Ocidente.

Inúmeras associações ‘pela paz’ foram então criadas, fingindo não manter relações privilegiadas com os amos do Kremlin.

domingo, 28 de setembro de 2014

Moscovitas bradam: “Putin, chega de mentiras!”

Dezenas de milhares de russos protestaram em Moscou  contra a guerra na Ucrânia e contra as mentiras de Putin
Dezenas de milhares de russos protestaram em Moscou
contra a guerra na Ucrânia e contra as mentiras de Putin

No domingo, 21 de setembro, dezenas de milhares de cidadãos russos participaram de uma passeata no centro de Moscou, pela paz na Ucrânia e contra o papel do Kremlin na guerra que abala o leste ucraniano, segundo informou o site francês 20minutes.fr. 

O grande cortejo incluía figuras da oposição, e muitos levavam bandeiras ucranianas enquanto bradavam slogans como “Não à guerra na Ucrânia” e “Parem com as mentiras de Putin”, constatou um jornalista da agência France Press – AFP.

Tratou-se da primeira manifestação maciça contra a guerra. Guerra essa que a mídia oficial nega que Putin esteja conduzindo.

As fraudes da informação oficial – única existente na Rússia, uma vez que a Internet acaba de perder a sua liberdade – foram denunciadas na “Marcha pela Paz”.

Dela participaram “dezenas de milhares” de pessoas segundo Sergueï Davidis, um dos organizadores, e apenas 5.000 segundo a polícia.

“Estou persuadido de que a guerra foi provocada por Putin”, desabafou Vladimir Kachitsine, 44, que participou de cadeira de rodas. “Eu quero que Putin pare de se meter nos assuntos internos da Ucrânia”, acrescentou.

“Putin significa a guerra, ele é o chefe do partido da guerra”, defendeu o opositor Boris Nemtsov.

“Sou russo. Tenho vergonha de que Putin seja meu presidente”
“Sou russo. Tenho vergonha de que Putin seja meu presidente”
“Ele retrocederá se vir que somos numerosos, porque ele teme a seus próprios cidadãos, só o povo russo pode barrar o caminho de Putin”, disse o antigo vice-primeiro ministro de Boris Yeltsin, citado pela agência Reuters.

“Esta guerra é uma loucura e um crime contra a Ucrânia, contra os habitantes do Donbass e contra os russos”, sublinhou Igor Iasine, 34.

Os promotores da passeata pediram às autoridades russas o fim da “política agressiva e irresponsável” na Ucrânia, que, segundo eles, conduz a Rússia ao isolamento, à desordem econômica e ao agravamento das “tendências fascistas”. “Essa política já custou a vida de milhares de ucranianos e de russos”, escreveram eles no Facebook.

A polícia de Moscou exibiu uma intimidatória presença em volta do cortejo anti-Putin, de acordo com jornalistas da Reuters.

Algumas dezenas de simpatizantes do restaurador da “URSS 2.0” tentaram uma contramanifestação simultânea em apoio à rebelião pró-russa, agitando bandeiras da “Nova Rússia” e da “Republica Popular de Donetsk” separatista.

Em São Petersburgo, mais de 1.000 pessoas participaram de análoga “Marcha pela Paz”, a qual, entretanto, foi proibida pelas autoridades.

Apesar do crescente mal-estar da maioria da população pacífica da Rússia diante do número de seus soldados mortos e feridos, as pesquisas – costumeiramente manipuladas pelo regime – anunciaram que Putin atingiu recordes de popularidade desde o início da repudiada guerra.

Acredite quem quiser, ou puder.



quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O “Ministério da Verdade” do Kremlin perde crédito

De início os protestos foram isolados.
Moscovita contra a guerra na Ucrânia.
Cartaz diz 'Não à guerra'

Manifestações contra a guerra e contra a política do Kremlin na Ucrânia continuam acontecendo diariamente na Rússia.

Os protestos, que de inicio foram isolados, estão ficando mais frequentes, segundo a imprensa internacional (cfr. “O Globo” 21.9.2014).

O ativista russo Dmitry Monakhov, do movimento de oposição Solidariedade, criticou através de Twitter a invasão russa da Ucrânia, dizendo:

“Sou russo. Não sou um assassino. Não sou um ocupante. Tenho vergonha de que Putin seja meu presidente”.

domingo, 21 de setembro de 2014

Recrudesce a perseguição
contra os católicos na Ucrânia

Servas de Maria Imaculada em Donetsk antes da invasão dos milicianos putinistas
Servas de Maria Imaculada em Donetsk,
antes da invasão dos milicianos putinistas
Mercenários pró-russos invadiram, no dia 26 de agosto, o Mosteiro de Todos os Santos da Congregação das Irmãs Servas de Maria Imaculada, em Donetsk.

A informação foi confirmado pela superiora provincial das freiras na Ucrânia, Irmã Bonifácia Dyakiv, informou o Departamento de Imprensa da Igreja Católica de rito greco-católico. /

Os terroristas transformaram o mosteiro das freiras numa base de operação criminosa.

“As irmãs, porém, já não estavam no mosteiro. Por indicação do exarca (bispo) de Donetsk, D. Stefan Meniok, elas haviam abandonado a cidade por razões de segurança”, explicou a irmã Bonifácia.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Putin acaricia a opção nuclear contra Ocidente?

E se o presidente russo estivesse pensando em duas bombas atômicas táticas contra um membro da NATO – a Polônia ou a Lituânia, por exemplo?

O pesadelo nuclear com a possibilidade de represálias poderia encerrar uma era histórica. Porém, segundo o correspondente na Rússia do The Atlantic, a enlouquecedora perspectiva não está longe de ser adotada pelo Kremlin.

Num foro da juventude realizado no final de agosto ao norte de Moscou, Vladimir Putin lembrou, em tom ameaçador, que “a Rússia é um dos países mais poderosamente nuclearizados do mundo. É uma realidade, não é um jogo de palavras”, enfatizou.

No mesmo mês, em Yalta, Putin confidenciou aos líderes partidários da Duma – a Câmara dos Deputados – que ele pretendia em breve prazo “surpreender o Ocidente com nossos novos desenvolvimentos no campo de armas nucleares ofensivas que nós conservamos em segredo no momento”.

O jornal lembra que, simultaneamente, bombardeiros nucleares e caças estratégicos russos violavam – ou ameaçam violar – o espaço aéreo americano, europeu e do Mar da China. E que no fundo dos oceanos submarinos nucleares russos e americanos se enfrentavam como nos piores dias da Guerra Fria.

domingo, 14 de setembro de 2014

Milicianos pró-russos viriam para América Latina

Milicianos espanhóis viriam para América Latina
Milicianos espanhóis viriam para América Latina
O jornal “El Mundo”, de Madrid, entrevistou dois milicianos espanhóis que lutam no “Batalhão Vostok”, no leste da Ucrânia, por causa das afinidades do grupo separatista com as crenças comunistas.

Ángel Arribas Mateo, 22, é de Cartagena e tem tatuada a imagem de Lenine no braço direito e a de Stalin no esquerdo.

Rafael Muñoz Pérez, 27, é das Astúrias. Os dois ingressaram como voluntários na milícia pró-russa mais violenta e sanguinária.

Eles receberam instrução militar no local e estão adquirindo experiência de combate. Ostentando a bandeira da II República espanhola da Guerra Civil 1936-1939, eles repetem a todos o slogan comunista “No pasarán”.

domingo, 7 de setembro de 2014

Bombardeiros atômicos russos
geram incidentes em todos os quadrantes

Jatos japoneses (na foto F-2 e F-4) já foram acionados mais de cem vezes  para afastar bombardeiros atômicos russos
Jatos japoneses (na foto F-2 e F-4) já foram acionados mais de cem vezes
para afastar bombardeiros atômicos russos

A força aérea japonesa obrigou dois bombardeiros estratégicos russos Tupolev Tu-95 a se afastarem do espaço aéreo nipônico do qual tinham se aproximado imprudentemente, informou o Ministério de Defesa de Tóquio, citado pela agência “RIA-NOVOSTI” de Moscou.

Após se aproximarem da ilha de Okinawa, sede da maior base americana no Oriente, os bombardeiros russos foram bordejando o arquipélago japonês.

O Ministério de Defesa do Sol Nascente ficou preocupado pelas intenções que esse voo revelou. Desde julho até setembro de 2013, o Japão teve de acionar seus caças 105 vezes, por causa da excessiva aproximação de aviões russos estratégicos de ataque.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Guerra Mundial: “sim, pode acontecer de novo”,
diz editorialista

Coluna de blindados russos rumo à Ucrânia
Coluna de tanques russos rumo à Ucrânia
Roger Cohen, editorialista do influente “The New York Times” abordou um problema de tirar o sono dos observadores mais atentos e influentes.

Pode estar acontecendo o início da Terceira Guerra Mundial?

Cohen é cauteloso. Ele observa a deformação psicológica inoculada nos ocidentais pelo excesso de otimismo das últimas décadas.

Ele compara e constata que antes da I Guerra Mundial a Europa e o mundo civilizado nadavam em análogo otimismo.

Nunca a Europa tinha vivido um tempo tão longo e tão pacífico como o da Belle Époque que culminou no malfadado 1914.

domingo, 31 de agosto de 2014

‘Humanitarismo’ de Putin é pára-vento
da invasão da Ucrânia

Vladimir Jirinovsky discursa sob o olhar comprazido de Putin
“Temos de atacar a Polônia e os Estados bálticos nos lugares em que há mísseis e aeronaves da OTAN.

“Não podemos permitir que um avião decole e ataque a Rússia, por isso temos de atacar primeiro e impedir com meia hora de antecedência qualquer movimentação de aeronaves. E para certificarmos, faremos bombardeio de saturação.

“A América não é uma ameaça, mas os estados anões da Europa cessarão de existir. Eles serão varridos.

“E então a OTAN terá de nos implorar por negociações, caso contrário daremos a eles novamente um Maio de 45.”

domingo, 24 de agosto de 2014

Putin imita Stalin e Hitler,
denuncia presidente da Lituânia

Dalia Grybauskaite, presidente da Lituânia:
Putin age como Hitler e Stalin.
Em entrevista à revista alemã Focus, a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, comparou o presidente russo Vladimir Putin a Hitler e Stalin, informou G1.

“Esta é uma descrição muito objetiva do que Putin faz. Ele usa o nacionalismo para conquistar um país militarmente. Isto é exatamente o que Hitler e Stalin fizeram. Tal comparação é bastante adequada', disse Grybauskaite na entrevista.

“Quase toda semana realiza exercícios militares em Kaliningrado, na nossa fronteira', explicou a presidente da Lituânia.

“Além disso, a Rússia trava uma verdadeira guerra de informação contra nós. Moscou manipula as minorias russas no Báltico e as impulsiona a apoiar a agressão de Putin na Ucrânia”, acrescentou.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Moscou atiça a Coreia do Norte contra o Ocidente

Putin olha com esperanças para a Coreia do Norte de Kim Jong-un 900.
Putin olha com esperanças para a Coreia do Norte de Kim Jong-un 900.
O presidente russo Vladimir Putin está instigando a Coreia do Norte a provocar o Ocidente, comentou o “Business Insider”.

Angustiado pelos magros resultados que está obtendo na Ucrânia, o fundador da “nova URSS” ou “URSS 2.0” tenta reforçar suas alianças com o ditador norte-coreano – sempre submisso ao dogma marxista – e aprofundar mais uma grave ameaça para a ordem mundial.

O regime ditatorial de Pyongyang se esforça canhestramente para desenvolver um programa de armas nucleares mediante o uso de velhos mísseis soviéticos.

domingo, 17 de agosto de 2014

Putin extingue a liberdade na Internet

Sede da rede social VKontakte em São Petersburgo.
Sede da rede social VKontakte em São Petersburgo.

Pavel Durov, fundador da Vkontakte, a primeira rede social da Rússia, considerada o Facebook daquele país, teve de abandonar o país para nunca mais voltar. Seu “crime” foi defender, através de charges, sete reformas importantes “sem as quais retornar à Rússia não tem mais significado”.

Na realidade, ele pedia um afrouxamento do sistema totalitário: Justiça com processos abertos ao público, simplificação da legislação, sistema educativo menos uniforme e autonomia econômica para as regiões.

Na véspera de renunciar à Vkontakte, Pavel explicou que sairia da Rússia por causa de tensões com as autoridades, num ambiente de rarefação da liberdade para a Internet, segundo informou o jornal francês “Le Parisien”.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Marinha russa recebe poderoso navio de ataque entre incompreensíveis aplausos da ‘direita’

O 'Vladivostok' amanhã poderá ser apontado contra a França e contra o Ocidente.
O 'Vladivostok' amanhã poderá ser apontado
contra a França e contra o Ocidente.
Numa decisão mais do que imprudente e hoje vivamente criticada na Europa, o então presidente Nicolas Sarkozy vendeu à Rússia dois navios anfíbios de ataque, úteis como porta-helicópteros e dotados da melhor tecnologia, que a Rússia sonhava ter mas não conseguiria desenvolver.

Pertencentes à classe Mistral, os dois navios deslocam mais de 21.000 toneladas e podem transportar 16 helicópteros de ataque, 70 veículos militares – entre os quais 13 tanques pesados Leclerc e quatro lanchas de desembarque.

O primeiro navio acabou de ser armado nos estaleiros de Saint-Nazaire e seu batismo já está anunciado pela na marinha russa: chamar-se-á ‘Vladivostok’. O segundo receberá o nome de ‘Sebastopol’, uma evocação da Criméia, criminosa e ilegalmente anexada pela Rússia.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Putin na Argentina e no Brasil: aliança nacionalista-esquerdista anti-EUA? Balanço de um giro que acabou com um megacrime

Na Casa Rosada: “a Argentina é hoje  o principal sócio estratégico da Rússia”
Na Casa Rosada: “a Argentina é hoje
o principal sócio estratégico da Rússia”
De visita à Argentina, o presidente Vladimir Putin surpreendeu com declarações vazias de verdade.

“A Argentina é hoje o principal sócio estratégico da Rússia na América Latina, na ONU e no G20. Nossas abordagens das principais questões da política internacional são parecidas ou coincidentes”, disse segundo o jornal portenho “Clarín”.

As lisonjeiras palavras foram recolhidas pela agência de noticias de Cuba, Prensa Latina, antes de o líder do Kremlin embarcar para a Argentina e o Brasil, onde participou da reunião do BRICS – Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.

Em Cuba, o presidente russo perdoou uma dívida impagável de 10 bilhões de dólares da ilha prisão com a ex-URSS, sinal mais do que amistoso.

Seu giro latino-americano aconteceu em meio a tensões com os EUA e a União Europeia. E concluiu coincidindo com a derrubada do avião da Malaysia Airlines por um míssil de fabricação soviética manipulado por aliados de Putin ou tal vez por oficiais russos em território ucraniano.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Máquina de desinformação de Putin trabalha a toda

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Putin pôs em movimento sua máquina de desinformação. Através da agência Interfax de Moscou, espalhou o bluff de que o míssil assassino fora apontado contra seu avião que voava pela região e só atingiu o da Malaysia Airlines por erro.

“Accuracy in Media”, organização independente que investiga a veracidade das declarações espalhadas pelo macrocapitalismo publicitário, verificou que o avião do presidente russo não sobrevoa território ucraniano há uns bons anos.

A jornalista britânica Sara Firth deixou o canal Russia Today, uma mídia criada por Putin para disseminar sua imagem “cristã” e “conservadora” no Ocidente.

Sara saiu no dia seguinte à tragédia do voo MH17, acusando seus ex-chefes da TV russa de “ter organizado fatos para construir uma fantasia”.

domingo, 27 de julho de 2014

Líderes de direitas europeias mudam opinião
e se afastam de Putin

Vladimir Putin no cosmódromo Plesetsk.
Fundo: bandeira com a foice e martelo na Crimeia.

O eurodeputado Nigel Farage conduziu o Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP) à vitória nas recentes eleições europeias, derrotando todos os partidos tradicionais de seu país.

O jovem eurodeputado luta para que a União Europeia tire suas garras da Grã-Bretanha e cesse de estrangulá-la com seus projetos de República Universal.

Entrementes, Nigel Farage havia sido enganado pela ilusão de que o presidente russo Vladimir Putin era o maior estadista da nossa época.

Mas diante do crime do voo MH17 e a reação suspeita do líder russo, Farage mudou corajosa e lucidamente de posição.

Ele declarou ao jornal “The Telegraph” que Putin se mostrou “frio e insensível até à dureza” e que não o admirava mais, meses depois de afirmar o contrário.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Um ‘exército de assassinos’ e ciberguerreiros da contrainformação é a arma secreta de Putin, diz “Foreign Policy”

‘Exército de assassinos’ e ciberguerreiros da contrainformação é arma secreta de Putin
‘Exército de assassinos’ e ciberguerreiros da contrainformação
é arma secreta de Putin
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A reputada revista “Foreign Policy” abordou um tema assustador. Segundo ela, a crise da Ucrânia vem revelando que o GRU, o aparelho de inteligência militar da Rússia, formou um ‘exército de assassinos’ que constitui a arma secreta de Putin.

O GRU (Glavnoe Razvedyvatelnoe Upravlenie) já está agindo como “importante instrumento de política externa, dilacerando um país com apenas um punhado de agentes e um monte de armas”, escreveu.

O GRU está mostrando ao mundo como a Rússia pretende combater suas futuras guerras misturando violência cirúrgica, subversão, negação sistemática dos atos praticados e golpes desferidos nas sombras.

O GRU constituiu outrora o maior sistema de serviços secretos baseado em embaixadas, redes de agentes disfarçados e nove brigadas de ‘forças especiais’ conhecidas como Spetsnaz, ou “destacamentos para fins especiais”, frequentemente inconfessáveis.

Porém, desde que o presidente Vladimir Putin assumiu a direção do Serviço Federal de Segurança (FSB), herdeiro da KGB, os objetivos e métodos foram atualizados para a era das ciberguerras e dos conflitos geopolíticos.

A anexação da Crimeia constituiu o primeiro triunfo da nova GRU. Ela estudou a região, mensurou as forças ucranianas no local, espionou suas comunicações e apoiou os “homenzinhos verdes” que velozmente se apossaram dos pontos estratégicos da península até se revelarem soldados da Rússia. Muitos deles vinham da antiga Spetsnaz.

A maioria dos insurgentes do leste ucraniano é ucraniana ou “turistas bélicos” russos. Mas isto é só o contingente de base: os homens chave que encorajam a rebelião, passam os mercenários pela fronteira e fornecem as armas vindas de Moscou são agentes do GRU.

Igor Girkin, ou 'Igor Strelkov'.  Agente do GRU russo comanda a defesa de Donetsk
Igor Girkin, ou 'Igor Strelkov'.
Agente do GRU russo comanda a defesa de Donetsk
O autodenominado Ministro de Defesa da República separatista do Povo de Donetsk, Igor Strelkov, cujo nome real é Igor Girkin, é oficial na ativa ou na reserva do GRU. É ele quem dirige essa “república popular” e mais ninguém.

A União Europeia já identificou Strelkov, ou Girkin, e o incluiu na lista dos nomes objeto de retaliações. Mas ele não parece ter-se incomodado muito com elas.

Segundo “Foreign Policy”, quando o “Batalhão Vostok” apareceu no leste ucraniano, ficou evidente que o GRU tinha completado sua metamorfose.

O “Batalhão Vostok”, na sua versão atual, está composto por combatentes chechenos, armados com equipamentos uniformes e dotados de transportes blindados.

Reúne também ex-terroristas, desertores de guerrilhas e de gangues criminosas.

O “Vostok” não externou muito interesse em lutar contra o exército de Kiev.

Ele visou garantir a autoridade de Moscou sobre a região e evidenciou a nova estratégia de Moscou: uma guerra “não-linear”, ou “híbrida”, tocada na base da violência, da desinformação, de pressões políticas e econômicas, além de operações bélicas camufladas, em lugar de uma ofensiva regular ou previsível.

Não é apenas uma “guerra híbrida” adaptada à Ucrânia, mas é o plano de Moscou para atingir seus adversários no dia de hoje por toda parte no mundo.

O comandante geral da GRU explicou a um obscuro jornal militar russo que a nova guerra envolve “um largo uso da política, da economia, da informação, do humanitarismo e outras manobras não-militares ... completadas por recursos bélicos com um caráter encoberto”, sem excluir o uso das “forças especiais” dos assassinos da Spetsnaz.

O conflito será combatido por espiões, comandos, hackers, ‘joguetes’ e mercenários. Quer dizer – escreve “Foreign Policy” – o tipo de operações para os quais são treinadas as ‘forças especiais’ inclui o assassinato, a sabotagem, e desnorteamento do adversário.

Passado de Putin nos serviços secretos, pesou na opção
Passado de Putin nos serviços secretos, pesou na opção
A NATO e o Ocidente não têm uma resposta eficaz contra esta estratégia na aparência caótica ou confusionista, mas que se está revelando muito danosa.

A NATO é uma aliança militar construída contra uma agressão aberta ou uma guerra declarada. Mas foi incapaz de responder a ofensivas como o ciberataque contra a Estônia de 2007.

A ideia de uma ofensiva de tanques passando por cima das fronteiras ficou superada por um novo tipo de guerra que combina subterfúgios, aliando-se com grupos dissidentes dentro do adversário visado, além de dissimuladas intervenções letais das Spetsnaz.

A NATO é mais forte em termos estritamente militares, mas se a Rússia consegue abrir fraturas políticas no Ocidente, executar ações usando grupos combatentes locais e atingir indivíduos e instalações, então não interessa saber quem tem mais tanques ou melhores jatos.

Esse é o tipo de guerra que o GRU está preparado para fazer, conclui a revista. E o conflito na Ucrânia parece confirmar essa conclusão.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Míssil que mata, mas esclarece!

A História jamais compreenderá como a ilusão de um 'Putin cristão pôde ganhar pé
A História jamais compreenderá
como a ilusão de um 'Putin cristão pôde ganhar pé
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A criminosa derrubada de um avião comercial da Malaysia Airlines teve o efeito de um raio: matou infelizmente a muitos, mas — precisamente como fazem os raios — iluminou com uma claridade terrível um panorama então coberto de trevas.

Densas trevas, sim, que há anos vêm toldando progressivamente os horizontes de política internacional, com óbvios reflexos sobre a política interna dos países onde ainda há liberdade.

Convém que a realidade assim posta em evidência com o fulgor irresistível, mas tão transitório, de um raio, não seja esquecida pela opinião pública.

Bem ao certo, o que houve? Ainda se discutem pormenores. Mas, o fato essencial está aí: um país agressor já tinha invadido e anexado uma região de um país vizinho: a Rússia se assenhorou ilegalmente e pela violência da Criméia.

Porém, o invasor queria mais. E, para isso, vinha atiçando uma guerra subversiva com pretextos culturais e étnicos contra a Ucrânia.

Nós conhecemos fenômenos análogos na América Latina alimentados desde Cuba. Alguns crepitam semeando destruição e morte, como as FARC na Colômbia.

No Brasil, “movimentos sociais” como o MST, o CIMI, apoiados por ONGs e simpatizantes internacionais de esquerda trabalham para criar espécies de secessões, ou áreas onde não mais vigoram plenamente as leis que cimentam a unidade do Brasil.

Até a maioria dos cidadãos por razões étnicas ou culturais não podem ingressar em alguns desses territórios, submetidos a estatutos especiais.

Esses secessionismos peculiares também dividem a maioria da opinião pública nos países onde existem.

A criminosa derrubada iluminou com claridade terrível  um panorama então coberto de trevas
A criminosa derrubada iluminou com claridade terrível
um panorama então coberto de trevas
Pois para uns se trata de reivindicações de minorias culturais, étnicas ou sociais reconhecidas por leis com as quais podem até estar em desacordo. Para outros, a mão do comunismo está por trás.

O segundo grupo é olhado com desdém pelo primeiro. Comunismo? O comunismo já era! Há em verdade alguns redutos comunistas como Cuba, mas já acabarão por se adaptar ao resto do mundo.

E se houvesse dúvida ali está Vladimir Putin que sem renunciar ao passado soviético, aparece para alguns com um novo Carlos Magno vindo do Oriente para derrotar o caos de Ocidente.

Putin conseguiu persuadir certos ingênuos do Ocidente, de que ele estava promovendo na Rússia um enigmático processo de restauração mental e religioso.

Moscou estaria mudando tendo sido muito favorecida pelo supercapitalismo, pelas superindústrias e pelos superbancos do Ocidente. O supersuprimento de recursos financeiros, econômicos e técnicos de múltiplas ordens, estaria fazendo um país moderno da “nova-URSS” de Putin.

Entrementes, a Rússia está se impondo como líder político dos países emergentes conhecidos como BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Assim à testa da imensa nação russa instalou-se um personagem que – sem conversão e sem explicações – um dia passou a ser tido como grande defensor do cristianismo, dos valores básicos da vida, da família, do casamento, do patriotismo nacional: Vladimir Putin.

Similis simili gaudet: Putin  gosta de líderes chavistas e esses gostam dele
Similis simili gaudet:
Putingosta de líderes chavistas e esses gostam dele
A História jamais compreenderá como tal ilusão pôde fincar no momento em que a velha URSS se metamorfoseava numa “nova-URSS” que vem estendendo suas garras em todos os continentes.

Haja vista a cálida e idílica recepção que foi conferida a Putin em sua recente gira por Cuba e América do Sul.

Recepção de quem? Dos líderes comuno-populistas que vem destruindo os valores que certos ilusos acham que Putin vai resgatar.

Similis simili gaudet. O semelhante se regozija com seu semelhante, diz o sábio adágio latino. Isso se evidenciou eloquentemente com gestos, palavras e silêncios astutos dos líderes “chavistas” latino-americanos além do representante castrista reunidos com Vladimir Putin!

Mas nada disto abria os olhos dos enganados.

Até que o crime contra o Boeing 777 da Malaysia Airlines que ceifou 298 vidas foi como um raio em céu sereno. O avião comercial foi atingido por um míssil mortífero, mas esclarecedor. Esclarecedor porque nos faz ver o que há de falacioso no mito do “cristianismo” humanitário de Putin.

Há pouco mais de 30 anos, em 1º de setembro de 1983, jatos Sukhoi Su-15 soviéticos derrubaram um Boeing 747 da Korean Airlines e mataram todos os seus 269 passageiros e tripulação.

Milicianos pro-Rússia exibem  boneco de pelúcia de uma das 80 crianças mortas
Milicianos pro-Rússia exibem
boneco de pelúcia de uma das 80 crianças mortas
Pretextos diversos foram aduzidos então para o criminoso atentado. Mas, após investigação ficou averiguado para a história que a derrubada fora intencional, despropositada e ordenada por Moscou.

Certas formas de impiedade têm necessidade de desafogos, e esses são inimagináveis.

Na Ucrânia, “ex”-comunistas, milicianos separatistas e batalhões de mercenários ilegais enviados desde a Rússia estavam perdendo posições.

Os planos de Putin para a anexação do leste ucraniano estavam indo água abaixo.

E na depressão do momento, desse bando emanou uma explosão que causou horror.

Que esta tremenda tragédia faça abrir os olhos dos que foram enganados pela metamorfose cosmética capitaneada pelo líder da (ex-)KGB para restaurar o império soviético sobre novas bases.

Que Deus onipotente tenha pena dos passageiros do voo MH17 vitimados sem culpa.

Que, pela intercessão de Nossa Senhora, Ele poupe aos povos que saibam amá-lO sinceramente não se deixando iludir com enganosos artifícios. Pois detrás deles se esconde um anticristianismo que prolonga o pesadelo soviético comunista.


domingo, 13 de julho de 2014

Julgamento de um responsável da repressão marxista húngara

Béla Biszku, membro do PC húngaro condenado por crimes de guerra contra a população civil desarmada
Béla Biszku, membro do PC húngaro
condenado por crimes de guerra
contra a população civil desarmada

Recentemente a Justiça húngara condenou Béla Biszku – membro do Partido Comunista e hoje com 92 anos – a cinco anos e meio de prisão por crimes de guerra cometidos contra a população civil desarmada em 1956.

Trata-se do primeiro processo de um antigo líder civil comunista desde o fim da escravidão do país à ditadura soviética, noticiou “Libération” de Paris.

Biszku supervisionava o conselho militar que mandou abrir fogo contra os civis durante manifestações de protesto em Budapest no dia 6 de dezembro (quatro mortos), e em Salgotarjan (norte do país), em 8 dezembro (46 mortos).

As vítimas não foram insurrectos em armas, mas civis que protestavam pacificamente.

Biszku foi premiado com o Ministério do Interior de 1957 a 1961 e com a vice-presidência do Conselho de Ministros até 1978, ano em que se retirou da política.

Desde o fim dos anos 90 a Hungria condenou uma quinzena de chefes de polícia e oficiais do exército. Mas o processo de Béla Biszku – quem era apenas uma peça da máquina comunista que ficou quase intocada na Europa do Leste – foi arquivado.