domingo, 25 de fevereiro de 2024

Loucura ditatorial na Rússia de Putin

Poetas punidos com 5 e 7 anos de cárcere por poesia contra a guerra na Ucrânia
Poetas punidos com 5 e 7 anos de cárcere
por poesia contra a guerra na Ucrânia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Putin governa Rússia desde 1999. Nesses anos ficou excluída qualquer oposição séria, mas a repressão se acelerou desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Nos últimos dois anos, milhares de russos, opositores ou cidadãos comuns, foram condenados pelos tribunais por terem criticado a ofensiva contra a Ucrânia. Às vezes com penalidades particularmente severas, noticiou a TV “France 24”.

Artiom Kamardine e Iegor Shtovba foram presos em setembro de 2022 após participarem de uma leitura pública em Moscou, na Praça Triumfalnaya, perto do monumento ao poeta Vladimir Mayakovsky, ponto de encontro de dissidentes desde os tempos soviéticos.

No dia seguinte, ele foi preso durante uma busca em sua casa, durante a qual alegou ter sido espancado e estuprado por policiais.

Processados inicialmente por “incitamento ao ódio”, os dois poetas foram depois também acusados de “apelos públicos à realização de atividades contra a segurança do Estado”.

“Vergonha” gritavam os apoiadores de Artiom Kamardine, 33 anos, e de Iegor Chtovba, 23 anos, no anúncio deste julgamento, a esposa do primeiro gritando-lhe que o amava, notou um jornalista da AFP presente na audiência.

Centenas foram presos pondo flores em memorial a Navalny. Mais de 200 sofreram penas
Centenas foram presos pondo flores em memorial a Navalny.
Mais de 200 sofreram penas
“É uma arbitrariedade absoluta!”, exclamou o pai de Artiom Kamardine, Yuri. Várias pessoas foram presas pela polícia fora do tribunal após o julgamento dos dois homens.

“Todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que outros. Nossos filhos se mostraram desiguais na luta contra eles”, brincou sua mãe, Elena.

Pouco antes de a sentença ser pronunciada, Artiom Kamardine leu alguns versos sobre poesia, o que segundo ele permite “quebrar o silêncio” e “colocar as tripas na mesa”. “A poesia é a vitória sobre o tempo e o caminho do prisioneiro, do cativo”, recitou.

Ele também disse à imprensa que “não desistiu” e não “se arrependeu”. “Muitas pessoas da cultura que admiro tiveram experiências na prisão”, disse ele.

Durante a leitura da sentença, Artiom recitou o poema “Mate-me, miliciano!”, hostil aos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

“Não sou um herói e ir para a prisão pelo que penso nunca fez parte dos meus planos”, disse Artiom ao tribunal no seu discurso final, publicado no Telegram pelos seus simpatizantes.

Implorando ao juiz que o deixasse “voltar para casa”, prometeu em troca manter distância de qualquer “assunto delicado”.

Sua esposa, Alexandra Popova, lamentou à AFP uma sentença “muito severa”. “Sete anos para poesia, por uma ofensa não violenta”, ressaltou.

Prisão é o destino de quem não opina como Putin
Prisão é o destino de quem não opina como Putin

“Por mais que quiséssemos acreditar no fundo que as coisas seriam mais tranquilas, mais fáceis”, era “uma loucura ter esperança”, continuou ela. “Se tivéssemos tribunais normais, esta situação não existiria.”

Ela foi levada pela polícia após falar com a imprensa.

Um terceiro poeta, Nikolai Daïneko, preso na mesma época, foi condenado a quatro anos de prisão em maio, segundo o OVD-info.

A Rússia tem vindo a suprimir vozes críticas durante anos, mas a campanha de repressão assumiu proporções consideráveis com o lançamento da ofensiva contra a Ucrânia.

De acordo com o OVD-Info, quase 20.000 pessoas foram presas na Rússia por se oporem ao conflito na Ucrânia desde fevereiro de 2022. A ONG Memorial lista 633 presos políticos atrás das grades, informou “La Nación”.

Em novembro, a artista Alexandra Skotchilenko, detida em abril de 2022, foi condenada a sete anos de prisão por substituir etiquetas de preços num supermercado com mensagens denunciando a ofensiva na Ucrânia.

A artista Alexandra Skotchilenko presa pelo crime de deixar dizeres em supermercado contra a guerra na Ucrânia
A artista Alexandra Skotchilenko presa pelo crime de deixar dizeres
em supermercado contra a guerra na Ucrânia
Um estudante de Yaroslavl, um artista em São Petersburgo, um engenheiro em Kaliningrado, um professor aposentado na Buriácia, um escritor na região de Krasnodar... Na Rússia, todos os dias aumenta a lista de cidadãos perseguidos por “apologia do nazismo”, “extremismo” ou “difamação do Exército”.

De acordo com uma nova lei em vigor desde março de 2022, todos podem ser condenados. Mas a repressão é particularmente dura contra os intelectuais.

Entre 24 de fevereiro de 2022, data da invasão da Ucrânia, e 3 de dezembro de 2023, 19.884 pessoas foram detidas por manifestarem oposição à guerra, segundo a ONG russa OVD-Info, especializada no monitoramento de detenções e brutalidades policiais.

As sentenças vão de seis, sete, oito a até 25 anos de prisão. A pena mais dura foi infligida ao oposicionista Vladimir Kara-Mourza.

Yegor Balazeïkine (17 anos), foi condenado em novembro de 2023 a seis anos de prisão por um tribunal militar de São Petersburgo, por ter tentado atear fogo a um centro de recrutamento.

Quase 300 mulheres e homens se apinham nas celas, sejam opositores, simplesmente perseguidos, Testemunhas de Jeová ou tártaros da Crimeia.

A ONG de direitos humanos Memorial, aliás interditada e que teve fechados os seus museus dos Gulags soviéticos, estima que há um total de 1.352 presos políticos.

Comparado com os 144 milhões que constituem a população russa, o número pode parecer modesto. O problema é que aumenta exponencialmente.

Segundo a mesma organização, antes de Mikhail Gorbachev chegar ao poder, os presos políticos não ultrapassavam os 700.

“A repressão não faz distinção de idade ou profissão: pode ser uma aposentada ou uma jovem sem influência. A mensagem que o Kremlin envia é que ninguém está seguro”, afirma Olga Prokopieva, porta-voz da Rússia-Liberdades.

“E as penas são muito duras. Ao mesmo tempo, os criminosos são perdoados (prisioneiros recrutados nas prisões para sedrem enviados à “moedora de carne na frente ucraniana). É assustador”, acrescenta.

Ela reconhece, no entanto, que o poder putinista exerce uma repressão particular contra os intelectuais.

Na região de Tver, por exemplo, a produtora audiovisual Ludmila Razumova (56 anos) foi condenada a sete anos de colônia penal juntamente com o marido por ter publicado um vídeo nas redes sociais sobre “o uso das Forças Armadas Russas para destruir cidades e civis da Ucrânia”.

Jornalista Maria Ponomarenko condenada por ser contra a invasão da Ucrânia
Jornalista Maria Ponomarenko condenada por ser contra a invasão da Ucrânia
O casal também foi acusado de atos de “vandalismo” porque pintou a inscrição “Ucrânia, perdoe-nos” na parede de uma empresa. Mãe de três filhos, Ludmila passou um ano isolada.

A jornalista da RusNews Maria Ponomarenko (45 anos) foi condenada a seis anos de prisão por um artigo sobre o bombardeio do teatro dramático de Mariupol, na Ucrânia.

Ela foi presa em abril de 2022, em São Petersburgo e depois foi transferida a 4 mil quilômetros de distância para o centro de detenção provisória de Barnaul, na região de Altai.

Em março de 2023 foi encaminhada a um hospital psiquiátrico por se recusar a se despir na frente da polícia, e mais uma segunda vez em outubro. Pouco depois foi apresentada à força perante uma comissão disciplinar, descalça e algemada, por ter “pisado nos pés” dos agentes penitenciários.

Tal como nos tempos da União Soviética, os juízes e as administrações penitenciárias recorrem cada vez mais à psiquiatria punitiva. Muitos presos políticos também sofrem maus-tratos, tortura e privação de cuidados médicos.

Boris Akunin, um dos escritores russos mais famosos, foi rotulado de “terrorista” e suas obras foram retiradas da venda.

Dois anos depois do lançamento da “operação militar especial” de Putin contra Ucrânia, a armadilha judicial fechou-se em torno deste ensaísta e romancista que, com a sua caneta amarga, critica Vladimir Putin e denuncia “a guerra” (é crime chamar assim a “operaçao especial”, termo oficial).

Rosfinmonitoring, a agência federal de inteligência financeira, incluiu Akunin no registro de terroristas e extremistas. A polícia revistou as edições de Zakharov que distribuem os seus livros, e uma investigação de “difamação” do exército forçou as livrarias a retirar “As Aventuras de Eraste Fandorin” e todos os seus outros best-sellers dos seus catálogos.

Poeta foi surrado e violado por ler poesia anti-guerra
Poeta foi surrado e violado por ler poesia anti-guerra
Akunin vive exilado em Londres desde 2014 e acompanha à distância esta crescente onda de repressão contra os detratores do Kremlin.

“A loucura venceu”, lançou ele em 24 de fevereiro de 2022, descrevendo a ofensiva militar russa na Ucrânia como uma “guerra do absurdo”. Ele tampouco conteve as críticas a Putin: “A Rússia é liderada por um ditador que é mentalmente desequilibrado e, pior ainda, obedece à sua paranóia”, declarou.

No exílio, co-fundou o projeto “Nastoïachtchaïa Rossia” (Verdadeira Rússia) com outras personalidades culturais que fugiram do país.

“A repressão tornou-se intermina. A qualquer momento a lâmina pode cair sobre qualquer um de nós”, confidencia outra figura da autoproclamada “classe criativa anti-Putin”.

Por questões de segurança, este renomado escritor prefere permanecer anônimo porque, ao contrário de Boris Akunin, decidiu continuar morando na Rússia.

“É o meu país. Não é minha função partir. Mas escrever sobre o atual ambiente de guerra e repressão é impossível”, lamenta.

Quando pode, aproveita as bolsas europeias para deixar a família na Rússia e passar algumas semanas no estrangeiro.

Circularam mensagens nas redes sociais russas acusando-o de traição e extremismo, e de ser “um agente estrangeiro” devido aos seus contactos ocidentais.

Artistas renomadas aguardam julgamento
Artistas renomadas aguardam julgamento
“Tudo pode começar com trolls na internet e terminar em processos judiciais reais. Nós, intelectuais, estamos diretamente ameaçados”, confirma.

Evguenia Berkovitch, conhecida diretora de teatro, aguarda seu julgamento desde o verão. Oficialmente, ela é acusada de “defender o terrorismo” depois de um programa sobre o destino de mulheres recrutadas por islâmicos sírios.

Mas o seu grande pecado foi denunciar o Kremlin e sua ofensiva militar. No entanto, um público bastante jovem e intelectual tem a coragem de frequentar o pequeno teatro independente onde são apresentadas as suas obras, numa Moscou quase subterrânea.

Poucos dias antes do Natal, uma de suas criações terminava com um poema de outro autor: “Não vale a pena escrever, não vale a pena ler, é impossível acabar com a guerra ou começar a viver. Já é noite e você não consegue ver quase nada. A grama está coberta por uma névoa impenetrável”.


domingo, 18 de fevereiro de 2024

Morte de Navalny e vertigem de fraudes eleitorais

Alexei Navalny foi alastrado de cárcere em cárcere até morrer
Alexei Navalny foi alastrado de cárcere em cárcere até morrer
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Putin já aprontou tudo para ser eleito presidente pela enésima vez e pelas mesmas tenebrosas vias. Seu principal opositor Alexeï Navalny desaparecera da colônia penal de Vladimir, 250 quilômetros a leste de Moscou, onde estava preso.

Seu advogado e familiares não tinham notícias dele até que após três semanas de buscas em que as autoridades putinistas diziam não saber de nada foi achado na colônia penal número 3, noticiou “Paris Match”.

O cárcere fica em Kharp, Yamalo-Nenetsia, uma região remota no norte da Rússia é inacessível, para além do Círculo Polar Ártico. No local estão localizadas várias colônias penais herdadas do Gulag soviético de sinistra memória.

Nela apareceu morto quando contava com apenas 47 anos. Morte misteriosa em que o corpo apareceu com hematomas múltiplos, segundo o jornal independente “Novaya Gazeta Europa”, retransmitiu “El Mundo”.

O governo alegou diversas versões do falecimento e não queria entregar o corpo à família.

Numerosas autoridades do mundo como o presidente dos EUA responsabilizaram Putin pela surpreendente morte do opositor. O aparente crime oficial acirrou as já difíceis relações econômicas e militares entre Rússia e o Ocidente.

Ativista carismático anticorrupção e inimigo número um de Vladimir Putin, Navalny cumpria pena de 19 anos de prisão por “extremismo”.

Colônia penal de  Kharp, Yamalo-Nenetsia, onde acabou morto Alexei Navalny
Colônia penal de  Kharp, Yamalo-Nenetsia, onde acabou morto Alexei Navalny
Ele foi encarcerado em janeiro de 2021 ao retornar de uma convalescença na Alemanha por um veneno ded uso exclusivo da polícia política de Putin: a FSB, herdeira da KGB.

Um de seus associados, Ivan Zhdanov, explicou que é “um dos assentamentos mais setentrionais e remotos” da Rússia. “As condições lá são difíceis”, explicou no X. “É muito difícil chegar lá e não existe sistema de distribuição de cartas ou (acesso telefônico)”, acrescentou.

O veredicto de “extremismo” condenou Navalny a um “regime especial” em um estabelecimento onde as condições de detenção são mais duras, e onde v os mais perigosos prisioneiros para o regime purgam prisão perpétua.

“Desde o início ficou claro que as autoridades queriam isolar Alexei, em particular antes das eleições presidenciais” marcadas para março de 2024, reagiu Ivan Zhdanov.

As transferências de uma colônia penal para outra na Rússia levam várias semanas e os parentes dos detidos não são ouvidos durante esse período.

A Casa Branca disse estar “muito preocupada” e exigiu mais uma vez a libertação do opositor, sem eco algum. O movimento de Navalny foi metodicamente erradicado nos últimos anos pelas autoridades. Seus colaboradores e aliados foram empurrados para o exílio ou a prisão.

Oferenda floral a Navalny num local público da Rússia.
Oferenda floral a Navalny num local público da Rússia.
O seu Fundo Anticorrupção foi declarado “extremista” em 2021 e se aproximava a eleição, a polícia dou prender a sua diretora, Maria Pevtchikh, que fugiu para o estrangeiro.

Perante uma oposição esmagada e a repressão de qualquer voz crítica no país, Vladimir Putin ambiciona um novo mandato de seis anos no Kremlin que o levará até 2030, ano em que assumirá o poder com 78 anos.

Desde o primeiro cárcere, Navalny convocou os russos para protestarem contra a invasão da Ucrânia ordenada pelo presidente Vladimir Putin.

Por isso, muitos dos seus apoiadores temiam o pior, aliás já acontecido a varias dezenas de oligarcas que apareceram suicidados do modo mais suspeito, escreveu “Clarín”.

Dezenas de manifestantes anti-guerra foram detidos em São Petersburgo após pedirem a paz e o retorno dos soldados desaparecidos na Ucrânia. Após a morte, ou assassinato, de Navalny em ruas de muitas cidades russas foram erigidos monumento florais em sua memória.

A polícia prendeu com violência a pelo menos 400 pessoas que foram a depositar uma flor em algum desses monumentos simbólicos.

A Comissão Eleitoral Russa também descartou a candidatura presidencial da ex-jornalista televisiva e ex-deputada municipal Iekaterina Duntsova, informou “Le Monde”.

Iekaterina Duntsova ex-deputada contrária à guerra na Ucrânia foi desqualificada pelo TSE russo por ser muito jovem
Iekaterina Duntsova ex-deputada contrária à guerra na Ucrânia
foi desqualificada pelo TSE russo por ser muito jovem
A Comissao arguiu “erros” no de registro, segundo informou no Telegram a equipe de campanha da desqualificada, três dias depois ela solicitar o registro no tribunal eleitoral.

A presidente da Comissão Eleitoral, Ella Pamfilova, declarou que foi rejeitada por unanimidade a candidatura desta mulher de 40 anos dizendo que a candidata “é uma jovem, tem toda uma vida pela frente”.

Yekaterina Duntsova propunha acabar com a guerra na Ucrânia e libertar os prisioneiros políticos, posição que contradiz a Putin.

Quase todos os principais opositores foram presos ou levados ao exílio, e milhares de russos comuns foram processados e multados ou presos por expressarem o seu desacordo com o Kremlin.

A vitória de Vladimir Putin era indubitável mas o Tribunal Eleitoral não quis deixar nem mesmo uma pálida sombra de oposição rejeitando a candidatura de Boris Nadejdin, o único candidato anti-Putin que ainda sobrava.

O opositor anunciou-o no início de fevereiro, uma semana depois de ter apresentado 105 mil assinaturas necessárias para concorrer, informou o “Huffpost”.

Boris Nadejdin criticou Putin e foi declarado 'não-candidato'
Boris Nadejdin criticou Putin e foi declarado 'não-candidato'

Boris recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça sabendo que sua sorte estava decidida no Kremlin.

O Tribunal Eleitoral achou que 15% das assinaturas apresentadas eram “errôneas”.

Nadejdin é um antigo deputado liberal e discreto veterano da vida política que podia canalizar as esperanças dos russos opostos às políticas do Kremlin, após a supressão de outras figuras da oposição, todas elas hoje no exílio ou na prisão.

“Dezenas de milhões de pessoas iriam votar em mim. Estou em segundo lugar, atrás de Putin!”, proclamou perante o Tribunal Eleitoral. Essas palavras selaram sua perdição final

Ele prometia parar o “pesadelo” da ofensiva na Ucrânia, pôr fim à “militarização” da Rússia e libertar “todos os presos políticos” como o opositor Alexeï Navalny encarcerado no Ártico em local inacessível.

Nenhuma outra figura anti-Putin havia se arriscado a assumir essas causas sem ser punida.

A polícia russa prendeu centenas de pessoas que foram depositar flores por Navalny
A polícia russa prendeu centenas de pessoas que foram depositar flores por Navalny
O Kremlin desprezava-o: “não o consideramos um concorrente”, disse Dmitri Peskov, porta-voz do presidente russo. E o Tribunal aceitou a vontade do mestre, como nos tempos da falida URSS.

Com boa antecipação Putin estava creditado com cerca de 80% (não com mais de 100% como Fidel Castro) das intenções de voto, segundo sondagens que obviamente não podem dar resultados negativos para o ditador. Esse está no poder desde 1999.