Finlândia fecha fronteiras a asiáticos e norteafricanos usados como massa de invasão pela Rússia |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A Finlândia fechou quase todos seus pontos fronteiriços com a Rússia acusando Moscou de tentar desestabilizar o país ao permitir que migrantes indocumentados atravessassem a fronteira, noticiou “Yahoo!Actualités”.
A Finlândia partilha uma fronteira de 1.340 km com a Rússia e assiste a um afluxo de migrantes isentos de visto por Moscou.
O estranho é que essas ondas migratórias provêm do Médio Oriente e de África, particularmente do Iraque, da Somália e do Iêmen, e teriam sido encaminhadas pelo Kremlin como parte de uma “guerra híbrida”.
“O governo tomou a decisão de fechar os pontos de passagem de Vaalimaa, Nuijamaa, Imatra e Niirala”, disse a ministra do Interior finlandesa, Mari Rantanen.
Como africanos e meio-orientais teriam atravessado a imensa distância saindo de regiões quentes para fronteiras geladas sem um estimulo e apoio material do governo russo?
O encerramento de quatro pontos da fronteira no sudeste deixa aberto apenas uma passagem muito a norte. Ele deveria continuar até 18 de fevereiro de 2024, com o estudo dos pedidos de asilo concentrado em dois centros, mas a data foi adiantada para dezembro 2023.
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“Preparamo-nos para diferentes tipos de ações, atos maliciosos por parte da Rússia, por isso a situação não é uma surpresa”, disse o primeiro-ministro Petteri Orpo.
“Queremos que este fenômeno pare, queremos que a atividade fronteiriça volte ao normal”, acrescentou. “Se a situação se espalhar para outros pontos de passagem e se tornar mais difícil, tomaremos as medidas necessárias”.
“Este desenvolvimento negativo dos acontecimentos levará naturalmente a medidas retaliatórias”, respondeu o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
“Trata-se do surgimento de novas divisões na Europa que não resolvem nada, mas levantam novas questões problemáticas”, disse a porta-voz Maria Zakharova, à agência Tass.
Para Henri Vanhanen, investigador do Instituto Finlandês de Assuntos Internacionais, “a Finlândia envia a mensagem à Rússia de ter a coragem política de tomar medidas adicionais se necessário”.
O Kremlin prometeu tomar “contramedidas” após a adesão da Finlândia a NATO, qualificando a expansão da aliança ocidental como um “ataque à segurança” da Rússia.
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“Esse tipo de ações maliciosas, que permanecem abaixo do limiar da guerra, são aplicadas onde funcionam”, explicou o especialista. É uma guerra camuflada – a famosa “guerra híbrida” – posta em prática por Moscou.
Cerca de 280 requerentes de asilo apresentaram-se na fronteira russo-finlandesa desde setembro, segundo a guarda costeira, mas “os números não são o problema”, observou o ministro do Interior.
“Este é um caso em que temos indicações e informações de que as pessoas estão a ser manipuladas para entrar na Finlândia", disse ele.
A vizinha Noruega, que tem um posto fronteiriço com a Rússia no extremo norte, disse, através da sua ministra da Justiça, Emilie Enger Mehl, que está pronta para fechar a sua fronteira “se necessário, num curto espaço de tempo”.
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O influxo foi visto pelos especialistas como uma tentativa de desestabilização enquanto, do lado russo, é difícil entrar na zona fronteiriça, vigiada de perto pelo FSB (Segurança do Estado Russo), sem autorização.
Por sua vez, o ministro do Interior da Estônia acusou a Rússia de promover uma “manobra de ataque híbrido” enviando migrantes para o seu território, noticiou “Le Monde”.
A declaração teve lugar após cerca de trinta migrantes, principalmente da Somália e da Síria, tentar entrar na Estônia através do ponto de passagem de Narva, na fronteira com a Rússia. Todos foram rejeitados.
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“Infelizmente, há muitos sinais de envolvimento de agentes e talvez outras agências fronteiriças russos”, disse. E acrescentou:
“Francamente, a atual pressão migratória na fronteira oriental da Europa é uma manobra de ataque híbrido”.
A agência Reuters pediu esclarecimentos às autoridades russas nas não recebeu resposta.
A situação na fronteira entre a Estônia e a Rússia é “semelhante” à enfrentada pela Letônia e pela Lituânia nas suas fronteiras com a Bielorrússia, acrescentou o ministro do Interior estônio.
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